Febre amarela: prevenir é fundamental

São Paulo - Inauguração da linha final de produção da vacina contra febre amarela na unidade Libbs Farmacêutica, uma empresa privada que fez acordo de transferência de tecnologia com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Febre amarela – prevenir é fundamental

Febre súbita, calafrios, dor de cabeça, dor nas costas, dor no corpo,  dor abdominal, náuseas, vômitos e fraqueza são os principais sintomas

VACINAÇÃO É A RESPOSTA PRINCIPAL PARA O COMBATE a essa doença viral aguda, conhecida por febre amarela, causada pelo flavivírus, transmitido às pessoas pela picada de mosquitos do gênero Aedes ou Haemagogus. O Ministério da Saúde ampliou as áreas de recomendação de vacinação contra a febre amarela, incluindo todo o Estado do Paraná, desde julho de 2018. Os médicos Luiz Henrique Furlan e Elide Sbardellotto Mariano da Costa, da Unimed Paraná, lembram que os alertas da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná apontam alguns casos autóctones (ou seja, originados aqui mesmo na região). Por isso, é importante a atenção. Geralmente, os sintomas iniciam-se de 3 a 6 dias após a picada, podendo levar até 15 dias para terem início. Cerca de 15% dos casos apresentam um breve período de melhora e, então, desenvolvem uma nova fase mais grave da doença. Por isso, ao identificar os primeiros sinais é fundamental procurar o médico. Os sintomas mais comuns incluem febre súbita, cala-frios, dor de cabeça, dor nas costas, dor no corpo, dor abdominal, náuseas, vômitos e fraqueza.
Quem já se vacinou na infância ou na fase adulta está devidamente protegido. As crianças devem receber a dose única da vacina a partir dos nove meses. Os adultos podem receber a dose única até os 59 anos. A vacina é gratuita e está disponível nas unidades de saúde do SUS. “Antigamente, era necessário repetir a dose a cada 10 anos. No entanto, novas avaliações da Organização Mundial da Saúde indica que não é necessário”, afirma Furlan.  

A vacina só é contraindicada para crianças menores de 9 meses, gestantes, lactantes que estejam amamentando crianças menores de 6 meses, imunossuprimidos em uso de quimioterapia, radioterapia, imunobiológicos, corticosteroides ou com doenças imunossupressoras e adultos com mais de 59 anos, 11 meses e 29 dias. Nesses casos, o cuidado deve ser redobrado. “O ideal é que essas pessoas sejam protegidas com uso de calças e roupas com mangas compridas, sapatos fechados, repelentes e mosquiteiros. Além de evitarem locais com acúmulo de água e lixo onde o mosquito possa se replicar. Quem não é indicado a tomar a vacina, mas está em locais de risco, é fundamental procurar orientação médica.
A febre amarela foi um dos principais inimigos combatidos pelo sanitarista Oswaldo Cruz, no início do século passado. Conhecido como Túmulo dos Estrangeiros, o Rio de Janeiro era considerado um grande desafio para a saúde pública no começo dos anos 1900. Sendo capital, era fundamental que partissem dali algumas ações importantes de sanitarismo e outros cuidados à saúde. A conhecida “Revolta da vacina” está relacionada à criação de brigadas de mata-mosquitos, destinadas a combater as principais doenças epidêmicas transmitidas pelo inseto, como a malária e a febre amarela. Na época, a vacinação compulsória não foi entendida como a questão de vida ou morte que ela encerra.
Passados mais de 100 anos, infelizmente, ainda nos deparamos com os mesmos problemas. O avanço de uma doença tropical que já deveria estar extinta e a displicência de alguns cidadãos que ainda resistem em enxergar o quão fundamental é a prevenção. O alerta se estende a quem mora ou vai visitar áreas rurais ou de matas e rios, ou que realizam atividades de trabalho ou lazer como pesca, agricultura e extrativismo de madeira. Só é considerado vacinado quem tiver o comprovante de vacinação, que deve ser conservado como documento pessoal. Quem vai viajar para fora do Brasil deve seguir as recomendações do Regulamento Sanitário Internacional. Quem vai viajar para localidades nacionais precisa verificar se o destino é uma área de recomendação da vacina. Nas duas situações, no caso da primeira vacinação, é necessário se vacinar pelo menos dez dias antes da viagem.
É fundamental lembrar à população, alertam as entidades de saúde: Os macacos NÃO transmitem febre amarela, eles auxiliam no controle da doença. A identificação de primatas mortos por febre amarela possibilita ações preventivas antes de a doença se espalhar.
Fonte: Sec. de Estado de Saúde do Paraná/ Colaboração Unimed Paraná.

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