O QUE VOCÊ NÃO SABE SOBRE A UNIMED

O que você não sabe sobre a Unimed

Mercado de trabalho, atuação qualificada, protagonismo são apenas alguns dos benefícios que sua cooperativa oferece para você

VIVER EM SOCIEDADE IMPLICA DIREITOS e obrigações. Fazer parte de uma cooperativa não é diferente. Unimed é um Sistema de sociedades cooperativas de médicos cujo objetivo principal é fomentar e promover o o trabalho médico por meio da venda de planos de assistência à saúde, sejam eles individuais ou coletivos. “Somos, aproximadamente, 350 cooperativas distribuídas em 84% do território nacional, que contam com 114 mil cooperados nas mais diversas especialidades mé-dicas, atendendo a mais de 17 milhões de pessoas no Brasil. Reconhecidamente, a Unimed constitui o maior sistema de cooperativismo médico do mundo”, lembra
o médico Alexandre Bley, diretor de Mercado e Comunicação da Unimed Paraná. Isso infere várias responsabilidades. “Ser cooperado da Unimed significa participar de um grande sistema que desde o seu início foi forjado na atuação qualificada de seus cooperados, preservando a dignidade profissional, seu mercado de trabalho e possibilitando um protagonismo nas tomadas de decisões dos assuntos relacionados à sua cooperativa”, avalia Bley. E assumir a postura de sócio de uma empresa, que tem o modelo cooperativista como seu padrão, implica ser corresponsável na gestão dos recursos disponíveis, executando a prestação racional dos serviços médicos necessários para os beneficiários que adquiriram o plano de saúde. 

EFEITO BORBOLETA

Bley destaca que um dos princípios cooperativistas é a participação democrática do cooperado nas instâncias decisórias. “Um cooperado que não participa, não consegue entender a dinâmica necessária para a sustentabilidade da sua cooperativa e coloca em risco o seu próprio mercado de trabalho”, frisa.
Para ele, atuar numa cooperativa pressupõe entender a responsabilidade de seus atos e que a sua atitude pode interferir em toda a coletividade, tanto positivamente quanto negativamente. É o que se chama efeito borboleta, uma parte da teoria do caos, segundo Edward Lorenz (MIT 1960), que nos lembra que grandes efeitos podem ser gerados por pequenas causas. Não há resultados conjuntos sem esforços conjuntos. A atitude negativa de um só sócio pode gerar problemas para toda a sociedade. E em um mercado cada vez mais complexo, a parceria, a sociedade, o compartilhamento de soluções podem ser respostas vitais para o fortalecimento e a própria sobrevivência da profissão. Quando se fala em mercado de saúde suplementar, designam-se os serviços em saúde que são oferta-dos diretamente aos cidadãos, sejam pessoas físicas ou jurídicas, na forma de planos de saúde, mediante pagamento de valores previamente acordados. Atualmente, aproximadamente 23% da população brasileira têm acesso à assistência à saúde por meio de um plano. Segundo o gerente de Operações de Mercado Evandro Lucas de Barros, as pesquisas demonstram que 74% das pessoas que não têm esse acesso, gostariam de tê-lo. “Portanto existe um potencial para crescimento, o que traduz uma grande oportunidade às operadoras, especialmente no desenvolvimento de produtos que possam abranger as várias classes sociais da população”.
Para Paulo Henrique Lima de Carvalho, coordenador do Núcleo de Apoio Mercadológico Estadual, a regulação excessiva da Saúde Suplementar, a presença de novos players (investidores/ concorrentes), a situação econômica do país são exemplos de possíveis fontes de ameaças que movimentam esse mercado. 

NOSSOS PLAYERS

Bley, Barros e Carvalho são unânimes ao falarem sobre os novos entrantes e investidores estrangeiros no mercado de saúde suplementar. “Não é segredo que um dos problemas no nosso país está na estrutura de serviços ofertada. A saúde não foge dessa regra. Portanto, existe muita oportunidade para se investir em ações estruturantes que possam reverter em atrativos para a entrada de novos beneficiários e um real benefício à saúde da população”, explica o médico.

MERCADO

De acordo com ele, o Sistema Unimed tem investido continuamente, mas com todo o processo regulatório, sua capacidade financeira vem sendo restrita. “A entrada de no-vos investidores, principalmente, estrangeiros, traduz-se numa mudança considerável no panorama. O volume de dinheiro envolvido possibilita grandes movimentações no setor da saúde, mas pode gerar maior concentração de merca-do levando a relações mais desproporcionais”, acredita Bley.
E se todo capital tem o seu apetite, qual o tamanho e quão ética é a atuação desses novos players, são perguntas a serem feitas, especialmente, na área da saúde. “De forma bem simplista, podemos analisar a situação sob duas óticas, uma seria a da oportunidade de alavancarmos estruturalmente a assistência à saúde no país e termos ganhos de qualidade na prestação de serviços à população e a outra seria a ameaça do setor ser mera fonte de dividendos aos agentes estrangeiros, sem que as necessidades da saúde no país sejam contempladas”, avalia o diretor Alexandre Bley.
Não é de hoje que temos visto na mídia as movimentações de grandes fundos estrangeiros na compra de opera-doras e hospitais. “Esse movimento está em franca expansão e a concentração do setor já está ocorrendo. Temos que estar atentos, pois o Sistema Unimed é o principal ator no sistema suplementar e, portanto, uma concorrência a ser batida. Precisamos nos unir e, de forma conjunta e coordenada, como Sistema, dar as respostas necessárias”, defende.

 

COMPARTILHAR RESPONSABILIDADES

Dentro desse cenário, cujo modelo reinante é a rede aberta, na qual o beneficiário de plano procura, quase de porta em porta, médico para atendimentos de determinados sintomas, sem uma coordenação que o auxilie, obriga que a gestão de custo tenha que ser a mais minuciosa possível, exatamente para evitar o desperdício. “Entretanto, existem outros modelos, mais centrados no cuidado do paciente, com um processo de coordenação que visa a real necessidade dele. De forma que aumente a qualidade, otimize os custos e possibilite aos médicos uma triagem de seus pacientes, tendo em vista as especialidades às quais realmente atendem”.
O sistema Unimed há muitos anos tem estudado e implantado esses modelos. Por outro lado, “devido à grande heterogeneidade da população, precisamos trabalhar em outras soluções mais customizadas que possam gerar maior inclusão e que tenham como premissa uma responsabilidade compartilhada entre as partes”, explica Alexandre Bley, diretor de Mercado e Comunicação, da Unimed Paraná. No entanto, para ele, “a sustentabilidade do setor e a melhora de saúde de uma pessoa não pode ser delegada exclusivamente a uma operadora ou ao poder público, o indivíduo precisa se conscientizar de sua parte”.
Todos os atores da saúde, seja pública ou suplementar, precisam entender a responsabilidade que lhes cabe para que o sistema realmente funcione. A sociedade necessita pactuar a saúde que deseja e que pode pagar.

NOVOS CENÁRIOS,
NOVOS DESAFIOS

O médico Alexandre Bley, diretor de Mercado e Comunicação da Unimed Paraná, ex-presidente da Unimed Curitiba (2014-2018) e ex-presidente do CRM-PR (2012-2013), afirma não ter dúvida de que estamos vivendo um momento de disrupção, no qual a tecnologia está mudando, radicalmente, o comportamento humano. “Cada vez mais temos meios para ‘facilitar’ a nossa vida, mas o que percebemos é a falta de disciplina no uso dessas tecnologias”.
A saúde passa pelo mesmo processo, desde os aplicativos de gerenciamento de saúde, de marcação de consultas, até à telemedicina e ao trivial Whatsapp. “Enfim, meios para nos auxiliar, mas que também estão moldando a importante e essencial relação médico-paciente. As expectativas das pessoas envolvidas têm que ser entendidas. As tecnologias bem empregadas são grandes aliadas, mas, quando são mal utilizadas, podem transformar-se em fonte de conflito e de desperdício”, pondera. O médico lembra a máxima bastante conhecida de que “saúde não tem preço, mas custa e muito”. E nos esquecemos de que esse custo da saúde, no geral, é impactado por diversas forças, sendo a mais importante a da indústria farmacêutica e a de material médico-hospitalar. O lançamento de novos medicamentos de forma rotineira não diminui os custos, pelo contrário, só aumenta. Desperdícios, excessos de exames (por má-indicação ou pura repetição) de diagnósticos e de tratamentos, além de erros de atendimento, complicações evitáveis, fraudes e até corrupção, colaboram para que os custos atinjam patamares estratosféricos. 

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