Os conflitos podem representar desafios ou oportunidades, a depender de como são manejados pela organização. Essa é a opinião da consultora organizacional Caroline Fagundes, que ministrou o webinar Resolução de Conflitos a colaboradores do Sistema Unimed Paranaense em novembro.
Segundo Caroline, quando o conflito é regido por ideias fixas, rígidas e imutáveis, não há espaço para a criatividade, o que pode fazer com que a relação se deteriore ou deixe de progredir. Por outro lado, opiniões diferentes têm o potencial de gerar reflexões e análises construtivas, gerando um progresso significativo na relação — o que passa por mediação, diálogo e negociação.
Confira 10 dicas dadas pela consultora para uma gestão eficiente de conflitos.
- Identifique suas emoções
- Regule suas reações emocionais
- Desenvolva a empatia
- Tome decisões melhores
- Identifique seus pontos fortes e fracos
- Saiba conduzir negociações
- Preste atenção à linguagem corporal
- Invista no relacionamento e entenda os interesses envolvidos
- Entenda seu estilo de comunicação
- Trabalhe a adaptabilidade
1. Identifique suas emoções
O autoconhecimento é fundamental para entender como as emoções impactam nosso comportamento e tomada de decisão. Busque a auto-observação para entender como as emoções se manifestam no seu dia a dia, percebendo os sinais para poder melhor geri-las.
2. Regule suas reações emocionais
Ao reconhecer suas emoções, tente canalizá-las de forma apropriada, evitando reações impulsivas ou descontroladas. Se necessário, se afaste da situação por alguns momentos, permitindo responder de forma mais consciente e intencional à ocasião.
3. Desenvolva a empatia
Conhecer nossas emoções abre caminho para reconhecer as do outro, trabalhando a empatia. “Não é sobre se colocar no lugar do outro, porque isso a gente nunca vai conseguir, mas sim sobre respeitá-lo”, diz a consultora.
4. Tome decisões melhores
O autoconhecimento facilita decisões mais conscientes e informadas, tendo em vista os próprios valores, crenças e emoções. Não deixe de considerá-los no cotidiano de trabalho.
5. Identifique seus pontos fortes e fracos
Compreender nossas forças e fraquezas é fundamental para o autodesenvolvimento, guiando a atuação no ambiente de trabalho. A clareza sobre as suas fragilidades é necessária para buscar meios para corrigi-las, com iniciativas como a realização de cursos ou buscar a ajuda de colegas.
6. Saiba conduzir negociações
A negociação pode ser o diferencial de um conflito com resultados positivos ou negativos. Independentemente da técnica utilizada, segundo Caroline, é necessário que ela leve em conta os dois lados.
A ideia é avançar em direção a uma posição melhor do que a inicial, melhorando o relacionamento entre os envolvidos, com respeito mútuo e prezando pela eficiência, de forma a não utilizar mais recursos do que o necessário.
Uma boa negociação exige preparação e implica ação para superar conflitos, levando em conta as pessoas, o problema e a proposta para chegar a um acordo.
7. Preste atenção à linguagem corporal
A forma como o outro percebe nossa mensagem depende, em grande parte, da linguagem corporal — para além até do conteúdo da própria mensagem ou de como ela é transmitida. Preste atenção ao posicionamento das mãos, postura e outros fatores, percebendo se estão alinhados à mensagem que deseja transmitir.
8. Invista no relacionamento e entenda os interesses envolvidos
Faça perguntas diretas, lembrando que do outro lado, há uma pessoa com suas próprias emoções, problemas e valores. Também entenda os interesses envolvidos na negociação: é preciso perguntar o porquê de cada posicionamento, e é isto que indicará o real interesse envolvido.
9. Entenda seu estilo de comunicação
Compreender seu estilo de comunicação é essencial na gestão de conflitos, influenciando diretamente como você interage com os outros e reage em situações de tensão.
Reconhecer suas tendências permite ajustar sua abordagem, evitando comportamentos que possam agravar o conflito, como a passividade que ignora suas necessidades ou a agressividade que desrespeita os outros. Um estilo assertivo é o ideal para o equilíbrio, favorecendo diálogos construtivos e soluções benéficas a todos.
10. Trabalhe a adaptabilidade
Tente experiências novas e encare os erros como oportunidades de aprendizado. A resistência à mudança é natural do ser humano, porém é preciso ter resiliência para que ela não impeça evoluções.
Na ocasião, a consultora citou fala da consulta organizacional Fela Moscovici: “A resistência à mudança é uma reação normal, natural e saia, desde que represente um período transitório de tentativas de adaptação, em que a pessoa busca recursos para enfrentar e lidar com o desafio de uma situação diferente.”