No país do futebol, não é raro ouvir histórias sobre meninos e meninas que sonharam em um dia chegar a times profissionais, viajando o mundo com a bola nos pés. De olhos fechados, muitos brasileiros já se viram vestindo a camisa do seu time do coração, ouvindo o barulho da torcida e até defendendo o país em uma Copa do Mundo. Para muitos, esse é apenas um sonho distante. Para outros, porém, viver o futebol já foi uma realidade que, por diferentes motivos, precisou ser interrompida para seguir outros rumos.
Se você já ouviu alguma história assim, ou conhece algum jovem que perseguiu o sonho de ser jogador, sabe que a jornada não é fácil. Além de disputada, a vida de um atleta envolve, muitas vezes, deixar um pouco o estudo de lado para se dedicar inteiramente ao esporte. E é exatamente assim que começamos a contar a história do coordenador da Contabilidade da Unimed Federação do Paraná, Adilson José Ribeiro da Silva.
Adilson ainda era adolescente quando o sonho de ser jogador se tornou mais real. Em categorias de base, o jovem se destacava com a bola nos pés e, aos poucos, foi conquistando mais espaço dentro do esporte. Entretanto, para dar conta da rotina de treinos e jogos, a escola foi ficando em segundo plano e, ao finalizar a sétima série, o jovem decidiu interromper os estudos.
O sonho, no entanto, continuava a prosperar. Enquanto era jogador, aos 16 anos, Adilson conheceu a mulher que, alguns anos depois, se tornaria sua esposa, e ganhou também uma parceira que o apoiava em todos os jogos. “Sempre falaram que eu jogava muito bem futebol, então eu me dedicava muito e sempre tive o apoio da minha esposa. Ela ia em todos os meus jogos, assistia aos treinos, e me ajudou durante toda essa e outras jornadas”, relembra.
Tudo mudou quando o jovem, com aproximadamente 20 anos, teve uma lesão no joelho e precisou dar um tempo no esporte. Depois de recuperado, não foi mais possível retornar aos campos e, nesse momento, Adilson precisou encontrar um novo rumo para a sua vida. “Eu fiquei até os 19, 20 anos lutando pelo sonho de ser jogador, mas precisei parar devido à lesão. Consegui um emprego em uma metalúrgica e, depois de dois anos, fiquei desempregado. Nesse período, fiquei fazendo alguns bicos, pois não tinha nem o segundo grau completo. Também tivemos nosso primeiro filho, e minha esposa ficou um tempo sem trabalhar para cuidar dele.”
Apesar de ter abandonado os estudos ainda muito novo, o valor da educação sempre foi muito reforçado dentro da sua casa. “Eu sabia que não conseguiria um emprego melhor e mais estável, que possibilitasse meu crescimento, se eu não voltasse a estudar”, comenta. Aproximadamente depois de três anos nessa rotina de alguns bicos e muitos desafios, sua esposa conseguiu um trabalho estável, que possibilitou controlar as contas familiares. Nesse momento, Adilson propôs uma parceria: durante um ano, ia se dedicar inteiramente aos estudos, completando o Ensino Médio e buscando cursos profissionalizantes para, então, encontrar um trabalho que lhe desse um futuro melhor. “O primeiro passo foi fazer um supletivo que concentrava da quinta à oitava série em quatro meses, para eu realmente concluir o Ensino Fundamental. Depois, completei o Ensino Médio e, em seguida, fiz dois cursos profissionalizantes, um na Rua da Cidadania, de Departamento Pessoal, e outro no SESI, de computação.”
Aos 27 anos, a Unimed finalmente surgiu na vida do profissional. “Minha cunhada trabalhava na Unimed Paraná e me indicou para uma vaga. No entanto, no dia em que fui até o antigo prédio em que a Federação ficava, lembro de olhar para a estrutura e pensar, no primeiro momento, que aquilo não era para mim. Eu era um jovem simples, estava ali de calça jeans, camiseta e tênis de futebol. Pensei em dar as costas e ir embora, mas a recepcionista perguntou se eu precisava de algo. Respirei fundo e disse que estava ali para uma entrevista.” Para ele, estar dentro de uma cooperativa estruturada era sinônimo de oportunidades. Afinal, ali, enxergava a possibilidade de crescer, se desenvolver e, quem sabe, alcançar cargos mais altos a partir da sua dedicação e investimento em mais conhecimento.
“lembro de olhar para a estrutura e pensar, no primeiro momento, que aquilo não era para mim. Eu era um jovem simples, estava ali de calça jeans, camiseta e tênis de futebol. Pensei em dar as costas e ir embora, mas a recepcionista perguntou se eu precisava de algo. Respirei fundo e disse que estava ali para uma entrevista”
A decisão de ficar, naquele dia, mudou a vida profissional de Adilson. O jovem foi contratado como assistente na área de Contas Médicas, setor em que digitava notas. “Comecei a aprender todo o processo que envolvia a área, sempre sendo tratado com muita paciência por todos os colegas que me ensinaram cada passo necessário. Quando eu entrei na Unimed entendi que eu queria permanecer aqui, pois podia crescer, fazer cursos e alcançar cargos ainda melhores”, disse.
E foi justamente isso que aconteceu. O primeiro curso escolhido por Adilson foi o técnico de Contabilidade, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com duração de três anos. “Quando eu estava concluindo o primeiro ano, soube de uma vaga para a área de Departamento Pessoal (DP), que tinha relação com o curso que fiz na Rua da Cidadania. Consegui a vaga, após três anos e meio no Contas Médicas. Depois, fiz a faculdade de Contabilidade na FAE, que possibilitou meu crescimento como analista dentro da área”, destaca. Em seguida, conforme Adilson, houve o investimento da Federação na sua formação, com o subsídio de uma pós-graduação, também na FAE, em Contabilidade Gerencial e Auditoria. “Em 2013, passei por uma avaliação interna para me tornar coordenador da área de Contabilidade, no qual eu já atuava como analista há 14 anos. Acreditaram no meu potencial e, há 10 anos, assumi a função que desempenho até hoje. No início de 2023, assumi mais um desafio: ser responsável técnico da Federação e Unimed Costa Oeste.”
Assim se passaram 27 anos de história do Adilson dentro da Unimed. Além de subir diferentes degraus na vida profissional, viu a família aumentar, fez diferentes amigos e acumulou diferentes especializações. “Fiz, ainda, mais uma pós-graduação subsidiada pela Unimed Paraná, dessa vez na Fundação Getúlio Vargas (FGV), de Master of Management: Liderança Estratégica de Gestão de Pessoas. Dessa maneira, boa parte da minha vivência na Federação foi, também, estudando e aproveitando cada oportunidade.”
Ao ser questionado sobre quais foram os pilares que o sustentaram em uma jornada tão inspiradora, o coordenador não hesita. “Minha esposa foi minha base, meu pilar. Se ela não tivesse acreditado e investido em mim, acredito que nada disso teria acontecido. A Unimed também sempre acreditou no meu potencial e, durante esses quase 28 anos, que completo em dezembro, investiu na minha formação e me deu as oportunidades que me ajudaram a crescer.”
Por fim, Adilson, hoje aos 54 anos, conclui que tudo na vida é fruto de esforço, trabalho, dedicação e paciência. “Para crescer é necessário estudar e persistir, quanto mais estudei, mais oportunidades eu tive e mais cresci. Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas, diria seja persistente e acredite na sua jornada é possível alcançar os seus sonhos. Deus dá uma estrela pra cada um só depende de você fazer a sua brilhar!”