Paradigmas de valor em saúde: entenda mais sobre o Value-Based Healthcare

Efetividade, eficiência, custo, qualidade e segurança contribuem para definir valor em saúde

valor em saúde
(Foto: Divulgação/ Unimed Paraná)

Da sigla em inglês, VBHC – Value-Based Healthcare (Cuidados à Saúde Baseados em Valor), refere-se à valorização daquilo que é importante ao paciente, com redução de desperdícios e promoção de maior efetividade nos cuidados em saúde. Foi esse o tema das falas do médico Luiz Henrique Picolo Furlan, da área de Avaliação de Tecnologias e Valor em Saúde da Unimed Paraná, e da médica Marcia Makdisse, embaixadora do VBHC Center Europe para o Brasil, mediadas pelo diretor de Saúde da Unimed Paraná, Faustino Garcia Alferez, durante palestra no 29º Suespar. No debate, os dois médicos apresentaram cases inovadores acerca do modelo.

Segundo Furlan, no Sistema Unimed Paranaense, a gestão do valor em saúde é executada por meio de práticas assistenciais que posicionam o paciente no centro do cuidado. O objetivo é obter os melhores resultados clínicos possíveis e promover experiências positivas durante o tratamento, a partir de um custo sustentável das operações do sistema de saúde e premiando sua entrega eficiente.

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O prestador que deseja implantar um modelo de remuneração baseada em valor deve preencher os pré-requisitos, sendo eles a existência de um processo para mensurar a qualidade assistencial e o resultado em saúde, do DRG (Diagnosis-related group) e do programa Segurança em Alta, ação de qualificação da rede realizada pela Unimed Paraná. O objetivo é chegar ao modelo Accountable Care Organizations (ACO), que visa estimular os prestadores de serviços de saúde a assumir maior responsabilidade por reduzir ou, pelo menos, controlar o crescimento dos custos em saúde em uma determinada população de pacientes, mantendo ou melhorando a qualidade dos cuidados, tanto de uma perspectiva clínica quanto em termos de experiência e satisfação do paciente.

Outro ponto relevante foi destacado por Marcia Makdisse, ao lembrar a citação de Muir Gray, médico do curso “Value-Based Healthcare em Saúde Populacional e Serviços Universais de Saúde, no Oxford Value and Stewardship Programme & Academia VBHC: “Os objetivos a serem alcançados em termos de estrutura e processo são de natureza local e, portanto, determinados pelo contexto local. Já os objetivos de desfecho devem ser definidos em nível mais abrangente, nacional ou internacionalmente, porque não há razão para que a geografia determine quais desfechos você deve buscar em um serviço de saúde.”

A médica acredita que, na próxima década, e talvez no resto do século XXI, o paradigma dominante será baseado em valor, considerando efetividade, eficiência, custo, qualidade, segurança e valor. “Como em todas as culturas de alta performance, os líderes devem demonstrar aversão a estarem na média.” Ela emenda que é importante entendermos o papel da efetividade e da medicina baseada em evidência, mas, em um segundo momento, entendermos também o seu custo.

A linha de cuidados nos modelos de VBHC, segundo a profissional, apresenta metas e elementos claros baseados em melhores práticas, evidência e expectativas dos pacientes; comunicação entre os membros do time de cuidados e com pacientes e família; coordenação do processo de cuidado: com papéis e sequência de atividades do time, pacientes e família; documentação, monitorização e avaliação da variação e dos desfechos; e identificação da pertinência dos recursos utilizados. A médica cita quais são os componentes fundamentais para os modelos de pagamento baseados em valor, envolvendo episódio e ciclos de cuidado, compartilhamento de risco, pagamento atrelado aos desfechos e incentivos à qualidade.

Por último, considerando todas as necessidades e os impactos de remuneração baseada em valor, os próximos momentos dependem de colaboração. É nesse contexto que a especialista lançou uma provocação: uma aliança de VBHC poderia ser o próximo grande passo para garantir a escalabilidade das iniciantes de Valor em curso no Sistema Unimed? “A Unimed é um campo aberto para a experimentação e para que vocês possam escalar os vários modelos existentes no Sistema”, conclui Marcia.

Confira a avaliação dos participantes do 29º Suespar:

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