IA na saúde: experiências aplicáveis

No último e-saúde, um painel trouxe exemplos práticos de instituições que já têm tido bons exemplos de como aplicar IA na saúde.

IA na saúde
(Foto: Ilustração/Freepik)

O e-saúde tem se tornado, a cada edição que passa, um espaço para conhecer novas tecnologias e boas práticas do mercado de saúde. Na última edição, em especial, contou, também, com um painel que debateu a Gestão e aplicações da Inteligência Artificial -IA na saúde, apresentando a experiência de instituições que já utilizam a Inteligência Artificial em suas demandas cotidianas.

Uma das convidadas do painel foi Joyce Seiler, responsável pela área de Dados, Inteligência Artificial, Arquitetura e Estratégia de Nuvem do Hospital Sírio Libanês, que contribuiu contando como tem sido a experiência da instituição, que utiliza IA desde 2018, inicialmente como parte de uma estratégia de eficiência operacional no atendimento de pacientes

Depois, em 2022, após uma revisão de estratégia, eles começaram a aplicar IA dentro das necessidades do hospital. Um exemplo dado por Joyce foi na gestão de leitos, com uso de algoritmos preditivos, possibilitando uma otimização na ocupação de leitos. Além disso, é utilizada a IA para prevenir o chamado no-show (quando pacientes agendados faltam em consultas e não desmarcam previamente).

Ela conta ainda que a aplicação de IA na saúde, a exemplo do hospital, atualmente, também contribui para evitar lacunas no cuidado, especialmente no monitoramento da jornada do paciente; além de apoiar na medicina de precisão; e, até mesmo, na “utilização de IA para desenvolver IA” trazendo resultados em análise de dados.

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A última aplicação da IA na saúde, feita pelo Sírio Libanês, foi em parceria com a Folha de S. Paulo: a Vita, que ajuda a tirar dúvidas sobre o câncer de mama. “É uma campanha feita para o Outubro Rosa, que utiliza um modelo de IA para responder aos questionamentos das pessoas, com a curadoria de todo o conteúdo feita pelos profissionais do Sírio. Isso é, também, entregar IA para a sociedade”.

Outro participante do painel foi Gabriel Vernalha Ribeiro, gerente de Inteligência de Informações da Unimed Nacional, que contou como tem sido a “Gestão de dados e aplicações da IA Unimed Nacional”. Ele apresentou toda a estrutura e evolução dos dados na instituição, enfatizando que “não tem como entregar dados sem uma boa governança”.

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Joyce Seiler, Gabriel Vernalha Ribeiro e José Carlos Teixeira compartilharam as experiências com o uso de IA em suas instituições, a moderação do painel foi realizada por Cleiton Garcia (Foto: Divulgação/Unimed Paraná)

Desta maneira, a Unimed Nacional investiu em uma estruturação que atendesse desde a governança de dados à governança de IA, passando por práticas necessárias entre DataOps (processamento, integração e dados de qualidade), DevOps (desenvolvimento de software e operações) e ModelOps (gerenciamento de modelos de machine learning e IA).

Depois, foram trabalhadas as estratégias, metodologia e um plano estratégico de IA. “É essencial ter a metodologia antes da tecnologia, [para saber quando, como e onde aplicar a IA]”, afirma Ribeiro. Após essa estruturação, ele exemplificou quais necessidades foram atendidas pela inteligência: no pedido de reembolso, na avaliação de contas médicas e na predição de NIPS (Notificação de Investigação Preliminar). “Nós identificamos 56% das NIPS antes da abertura no Portal da ANS”, acrescenta.

Por fim, o painel também contou com a apresentação da Maria Saúde – uma clínica digital que utiliza a inteligência artificial para cuidar de pessoas de maneira personalizada. José Carlos Teixeira, médico consultor, explicou que a Maria Saúde é uma unificação de tecnologia de ponta e de uma equipe profissional, com o objetivo de retornar rapidamente às dúvidas e necessidades de seus clientes. “Com a Maria, você pode verificar sintomas, ter consultas on-line, receber prescrições, agendar exames, receber orientações de saúde e muito mais”, esclarece.

A clínica digital conta com uma equipe multidisciplinar, além de uma concierge de saúde, que busca facilitar o atendimento do cliente. “É um modelo muito parecido com o de atenção primária, permitindo uma coordenação do cuidado nos diferentes níveis de complexidade, acrescenta Teixeira.

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