Como a Unimed Francisco Beltrão está se preparando para o futuro da saúde

Confira entrevista com Wemilda Marta Fregonese Feltrin, presidente da Unimed Francisco Beltrão, sobre as tendências no mundo da saúde

Sede administrativa da Unimed Francisco Beltrão
Sede administrativa da Unimed Francisco Beltrão

A Saúde passa por rápidas e intensas transformações — e é fundamental que haja um olhar atento das cooperativas. É neste contexto que a presidente da Unimed Francisco Beltrão, Wemilda Marta Fregonese Feltrin, conversou com a Revista Ampla sobre o panorama atual da cooperativa, o planejamento da Singular para o futuro e que competências, em sua visão, serão necessárias à Saúde Suplementar brasileira.

Wemilda Marta Fregonese Feltrin, presidente da Unimed Francisco Beltrão
Wemilda Marta Fregonese Feltrin, presidente da Unimed Francisco Beltrão

Wemilda, observando as macrotendências globais que estão moldando o futuro da saúde – como o envelhecimento populacional, a medicina personalizada e a digitalização intensa –, qual é a visão estratégica da Unimed Francisco Beltrão para se posicionar e prosperar nesse cenário em constante evolução?

Estamos investindo num serviço próprio onde o foco será o beneficiário. Comportará atendimentos eletivos num ambiente moderno, lúdico e humanizado. Estamos também intensificando nossos programas de prevenção e acompanhamento de doenças crônicas para um cuidado eficiente e digno.

Nossa clínica para atendimentos de terapias especiais está sendo ampliada, estamos dobrando a capacidade física neste ano de 2025. Esta clínica, que foi implantada por uma necessidade imediata em 2023, apresentou resultados tão satisfatórios que os pacientes hoje preferem ser atendidos aqui na Unimed.

A transformação digital é uma força global na saúde. Como você vê tendências como Inteligência Artificial, Big Data e a expansão da telemedicina para melhorar a eficiência e o acesso ao cuidado? Quais barreiras e facilitadores vocês encontram nesse processo?

Contamos com uma parceria externa de telemedicina há quase 3 anos, com um índice de satisfação e resolutividade muito bom. Em algumas áreas já com bons indicadores. Observamos uma certa acomodação na entrada de pacientes novos que deverá receber uma atenção melhor para identificar o cenário. Quanto à utilização de IA e Big Data, é uma necessidade urgente. As possibilidades são inúmeras, principalmente para gerar indicadores de saúde, de doenças, custos etc. Estamos ainda engatinhando nestes quesitos. A Unimed Francisco Beltrão sempre esteve atenta às transformações digitais, desenvolvemos um “aplicativo” para os cooperados muito antes da pandemia, no início da pandemia conseguimos ofertar aos nossos beneficiários uma tele consulta que produziu excelentes resultados.

Globalmente, vemos o ‘paciente no centro’ como uma tendência forte, com maior demanda por personalização e participação nas decisões. Como a Unimed Francisco Beltrão responde a essa expectativa crescente, buscando aprimorar continuamente a jornada e a experiência do beneficiário?

Na Unimed Francisco Beltrão, o paciente está no centro de tudo. Adotamos o Jeito de Cuidar da Unimed, um modelo de gestão focado em promover saúde e qualidade de vida por meio do cooperativismo médico e do conhecimento em saúde. Acreditamos que a vida é o bem mais precioso e que saúde de qualidade deve ser acessível a todos. Para isso, atuamos com agilidade, inovação, visão sistêmica e valorização das pessoas — sempre guiados por valores como integridade, respeito, solidariedade e espírito cooperativista. Nosso compromisso é oferecer uma jornada cada vez mais acolhedora, eficiente e personalizada para nossos beneficiários.

A sustentabilidade dos sistemas de saúde é um desafio mundial, com pressão de custos vinda de novas tecnologias e medicamentos. Como a Unimed Francisco Beltrão aplica estratégias de gestão eficiente e investe em prevenção e promoção da saúde para garantir a viabilidade do seu modelo e a qualidade assistencial frente a essa realidade?

O momento atual é extremamente desafiador, hoje somos considerados uma Singular de tamanho médio pequeno, 25 mil vidas, e as necessidade atuais demandam investimentos consideráveis. Implementamos algumas ações em 2023 e 2024 como terceirização da contabilidade e da TI para Federação por dificuldade de reter técnicos qualificados no setor. Contabilidade de cooperativa da área de saúde é muito específica, com muitas demandas pela agência reguladora e área de TI na nossa região está muito aquecida por características locais mesmo. O momento atual requer que os investimentos na prevenção e promoção da assistência sejam prioritários e o fortalecimento das parcerias técnicas com a Federação.

De que forma o contexto específico da Unimed Francisco Beltrão – sendo uma cooperativa médica regional, com suas características de infraestrutura e perfil populacional – influencia a maneira como as grandes tendências globais de saúde são absorvidas, adaptadas e implementadas localmente?

Embora enfrentemos desafios comuns às demais Singulares do Sistema Unimed, como o aumento expressivo na demanda por consultas, exames e procedimentos após a pandemia, a nossa resposta passa sempre por uma adaptação cuidadosa à realidade regional. O perfil populacional, o acesso aos serviços e até mesmo a cultura de saúde da nossa comunidade nos exigem soluções que combinem inovação com proximidade. Um bom exemplo é nossa Clínica de Terapias Especiais. Neste novo momento, a prevenção tornou-se um eixo central. Globalmente, vemos a valorização do cuidado contínuo e personalizado — e aqui, aplicamos esse conceito por meio de ações que promovem saúde, qualidade de vida e eficiência assistencial. Ao investir em telemedicina, estrutura própria e ampliação de serviços especializados, buscamos trazer as inovações do mundo para mais perto da nossa gente, de forma acessível, acolhedora e resolutiva.

Centro de Terapias Especiais da Unimed Francisco Beltrão: Dois anos de sucesso

Considerando essas transformações globais e a realidade local, qual sua principal mensagem aos stakeholders da Unimed Francisco Beltrão sobre como navegarão pelo futuro? E qual inovação, talvez inspirada por avanços vistos globalmente, você acredita que terá o maior impacto positivo na saúde da nossa região nos próximos anos?

Vivemos um momento de profundas transformações na saúde, tanto em nível global quanto local. Aqui na Unimed Francisco Beltrão, temos clareza de que o futuro exige sensibilidade, inovação e, acima de tudo, compromisso com as pessoas. Nossa principal mensagem aos nossos stakeholders — cooperados, colaboradores, beneficiários e parceiros — é que continuaremos caminhando com responsabilidade, olhando para o futuro, mas sem perder nossa essência: o cuidado com a vida.

Acredito que a inovação com maior impacto nos próximos anos será justamente essa capacidade de integrar tecnologia com acolhimento. A inteligência artificial, por exemplo, aliada à expertise dos nossos profissionais, pode nos ajudar a antecipar diagnósticos, personalizar tratamentos e tornar o sistema mais eficiente. Mas nada disso substitui o olhar atento do profissional, o escutar com empatia e o agir com propósito.