A sinergia entre operadoras, empresas, prestadores e beneficiários pode apontar caminhos viáveis para uma solução eficaz na rede assistencial
Não é novidade que o atual modelo adotado pelo Sistema Unimed depende diretamente da rede assistencial – e, consequentemente, de seus prestadores. Sob essa ótica, o vice-presidente sênior do Itaú BBA e head da cobertura do setor de saúde, Raphael Falcioni, ministrou a palestra “Estratégia Assistencial: Os desafios de formar e manter uma rede eficiente e sustentável”.
A exemplo dos debates fomentados no início do evento, Falcioni destacou a importância de encontrar novas soluções para o setor, principalmente com o envelhecimento populacional que, no Brasil, está acontecendo de maneira muito mais acelerada. Com essa mudança de característica, há um novo desafio a ser enfrentado, que é o aumento dos custos em saúde, uma vez que a população acima dos 65 anos necessita de um fluxo maior de atendimentos e exames.
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Dessa maneira, os prestadores de serviço precisam buscar novas soluções para desafios que, ano após ano, estão cada vez maiores. Um dos grandes desafios é a inflação médica que, guiada por temas macro e microeconômicos, possui, no Brasil, um dos maiores deslocamentos entre grandes economias. “Há, ainda, o aumento da incidência de doenças crônicas e de alto custo, como câncer, diabete, obesidade e hipertensão, em que muitas poderiam ser prevenidas se recebessem o devido acompanhamento. Aqui, entra em foco a medicina preventiva”, disse.
Conforme Falcioni, duas grandes questões direcionam o debate acerca do tema: de quem é esse custo, e o que pode ser feito para solucioná-lo? “Precisamos todos pensar sobre a solução. O que eu, como operadora, alguém como hospital, o outro como paciente final, podemos fazer para que esse negócio ande de uma forma bem coordenada entre todos?”, questionou.
O aumento do custo transforma o modelo em algo insustentável para os quatro stakeholders envolvidos nesse debate: operadoras, que apresentam aumento da taxa de rotatividade e redução do ticket médio, em um mercado estagnado; empresas, que buscam downgrade de benefícios e sofrem com altos índices de reajuste; prestadoras, que veem as glosas aumentarem e reajustes contratuais não serem cumpridos; e beneficiários, que perdem qualidade assistencial e convivem com as altas mensalidades. O desalinhamento entre o grupo os coloca em lados antagônicos, em que cada um busca um objetivo diferente e, dessa maneira, não se encontra uma solução única e fortalecida. Porém, a sinergia entre todos pode encontrar respostas satisfatórias.
Falcioni destacou, ainda, que quando se fala sobre novas soluções, não necessariamente a melhor saída é a verticalização – muito discutida atualmente. “Quem conseguir se organizar de forma correta é o vencedor, independentemente do modelo escolhido”, afirmou. E, para isso, é importante abrir a mentalidade para novas estratégias de negócio e oportunidades que eventualmente surjam pelo caminho. “Se você não tiver um olhar estratégico hoje, daqui alguns anos, outros terão aproveitado a oportunidade”, concluiu.
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