Pais e filhos médicos-cooperados dividem o amor e os desafios pela profissão em família
“A palavra ajuda, mas o exemplo arrasta”, já ouviu esse ditado? Foi exatamente o que aconteceu na história de duas famílias, nas quais pais e filhos compartilham o amor pela medicina, além dos desafios e das alegrias da profissão. Os atores e atrizes deste enredo são, o urologista, Wilson Freire de Sousa, com o filho, também urologista, Eduardo Bacila de Sousa, e o pediatra Adalberto Baldanzi, junto à esposa ginecologista e obstetra, Moraima Baldanzi e à filha cardiologista, Fernanda Fachin Baldanzi, que contam como é viver a o exercício profissional dentro de casa.
Um dos fundadores da Singular Unimed Ponta Grossa, Wilson Souza, relata que escolheu a profissão como uma forma de ajudar o próximo e que se sente grato por ver o filho seguindo os seus passos: “A parceria de pai e filho é muito salutar, um aprende com o outro. É uma troca de experiência do antigo com a energia do jovem. Além do lado emocional de ver o filho andando lado a lado, o que aumenta a satisfação e a responsabilidade”. Para o filho, Eduardo Sousa, a inspiração não veio só do pai, mas também do avô materno e da mãe, ambos médicos. “Sempre gostei de medicina porque entendia que seria protagonista e faria a diferença na vida de alguém. A paixão se tornou maior ao ter exemplos dentro de casa, sempre com extrema dedicação aos pacientes”, relata.
O trabalho conjunto entre pai e filho é motivo de alegria para os pacientes e colegas de trabalho que enxergam a parceria familiar como um bônus para o atendimento que prestam. “Essa experiência é revivida diariamente, quando meu pai me ajuda na cirurgia. Ele é uma pessoa de caráter, com experiência e um amigo especial para mim”, descreve Eduardo Sousa, que busca honrar a trajetória de cuidado à sociedade.
Já na família Baldanzi, a medicina foi o caminho escolhido pelos pais e pela filha. O casal, Moraima e Adalberto Baldanzi, se conheceu ainda na faculdade e o que era uma amizade virou casamento. Da união, nasceu Fernanda que seguiu os passos dos pais e se tornou cardiologista e eletrofisiologista clínica, tendo neles um modelo na conduta para com os pacientes, bem como na condução administrativa profissional.
Leia também: Um novo cartão de visitas?
Adalberto Baldanzi acredita que o que inspirou a filha a seguir os seus passos foi a satisfação que ele e a esposa sempre sentiram com a profissão: “Nunca houve pressão para que ela fizesse medicina. Mas a gente entende quase que como um ciclo natural os filhos acabarem acompanhando a profissão dos pais, especialmente quando você a exerce com plenitude e satisfação”, conta. Nesse ponto, ele e a filha concordam, pois Fernanda compartilha que crescer nesse ambiente foi fundamental para a escolha. “Sempre fui ‘passar visita no hospital’ com minha mãe e também ia ao berçário com o meu pai. Gostava do ambiente, me sentia bem e não me via escolhendo outra profissão”. O desafio, para ela, é manter a tradição familiar e continuar tão querida pelos colegas e pacientes, como os pais são.
Nem tudo é alegria, segundo Baldanzi. Em família de médicos, alguns desafios surgem, como a necessidade de conciliar a profissão e os compromissos familiares. Outro ponto é a tentativa de não falar sobre trabalho o tempo todo, lembrando que deve existir a hora do lazer. “Todo mundo sabe que a medicina exercida plenamente é uma profissão que faz com que você acabe sacrificando o lado familiar. Se o seu parceiro ou parceira for da área, teoricamente, a compreensão é maior com relação a esses desafios. Consequentemente, a possibilidade de superá-los é mais tranquila”, relata. A vantagem, ainda, segundo a família Baldanzi, é poder dividir essas experiências, discutir casos e contribuir mutuamente devido às diferentes especialidades. Além disso, ter alguém que entenda o que é, na prática, ser médico e médica.