Apesar das mudanças médicos cooperados encontram formas de manter as atividades favoritas mesmo durante o isolamento social
Sinônimo de relaxamento e diversão, o hobby é fundamental na vida das pessoas, pois ajuda a aliviar as tensões do dia a dia e, também, reforça as relações sociais. Por isso mesmo, ele não deve parar durante a pandemia de Covid-19, só é preciso criatividade para adaptar as atividades de lazer a nova realidade.
Aos 57 anos, o ortopedista Marcos Tenório não parou com seu passatempo preferido: a bateria. Ele toca o instrumento musical desde os 12 anos de idade e tem uma banda de rock com outros colegas médicos, ou seja, a música é uma presença constante em sua vida. Para continuar com as aulas, ele passou a ter encontros virtuais com o professor de música.
“Eu nunca tinha feito ou participado de aula on-line já que tinha a possibilidade de eu ir à escola onde tem um estúdio e o instrumento. Nunca pensei porque estava tudo ali na mão”, explica Tenório.
Mas, assistir as aulas por meio digital não é tão fácil quanto parece. “Se você não tiver um ambiente preparado, se não tiver o instrumento, você não consegue fazer aula. O professor precisa ver o seu desenvolvimento, ele tem que passar o exercício e observar como você executa a atividade. Se não houver uma imagem bacana para os dois lados, pode comprometer o estudo”, ressalta.
O médico já tinha um estúdio em sua residência e se adaptou bem ao novo formato, tanto que considera manter as aulas on-line mesmo sem a necessidade de isolamento social. “Não é igual a aula presencial, que não dá para abrir mão. Mas isso veio para ajudar, é uma ferramenta muito bacana. Por exemplo, se você está estudando, vem uma dúvida, eu já combinei com o professor, ele já me responde, já orienta. Então, isso facilitou, é uma ferramenta que veio para agregar”, destaca o ortopedista.
Vrum Vrum
Quem também não deixou os hobbies de lado foi o anestesiologista Eduardo Henrique Bastos. Apaixonado por carros antigos e motocicletas, o médico continua participando dos encontros promovidos pelo Grupo dos Motociclistas Selvagens, só que com restrições.
“Fazíamos passeios, cafés e jantares constantemente. Tudo isso nós cancelamos e tivemos que modificar nossa maneira de nos encontramos sem deixar de usar as motos porque é preciso sair de casa às vezes também, então nós continuamos nos encontrando em passeios mais curtos aqui pela cidade mesmo, com distanciamento social e continuamos usufruindo desse hobby que é muito satisfatório”, conta.
Já com relação ao antigomobilismo, a adaptação foi mais radical. Uma das medidas tomadas pelo Mustang Clube do Paraná, do qual Bastos faz parte, foi o adiamento do encontro anual realizado em Curitiba sempre no mês de abril. Mas, para não deixar os aficionados pelo clássico desamparados, os sócios do Clube passaram a fazer reuniões virtuais, onde trocam fotos e vídeos de seus mustangs.
Nos dois grupos, as ações solidárias também não pararam. Bastos conta que as campanhas de arrecadações de alimentos e de doações de cobertores foram mantidas. Em Curitiba, o Clube do Mustang arrecadou 300 cobertas, que foram doadas para comunidades da capital paranaense. Já em Ponta Grossa, os Motociclistas Selvagens arrecadaram 100 cobertores e 90 cestas básicas.
Novos ares
A atividade física faz parte da vida do anestesiologista Oswaldo Pipino desde a infância. Ele conta que sempre foi atraído por esportes, especialmente por aqueles que exigiam mais do físico e menos da habilidade, mesmo assim, praticou futebol, basquete e outras atividades.
Na faculdade ele começou a correr e não parou mais. A atividade se intensificou em 2006, quando serviu nas Forças Armadas, especialmente fazendo Corrida de Orientação, com mapa e bússola.
“Pouco antes do furor da pandemia, de 13 a 15 de março, participei da Copa Sul Brasileira de Orientação, em Ponta Grossa, uma das últimas competições esportivas do estado neste ano, e venci todos os percursos da minha categoria etária”, lembra.
Então para não deixar de praticar corrida, o anestesiologista decidiu mudar de paisagem. Ele continua correndo quase todos os dias, mas trocou a área urbana pela zona rural. “Tive que deixar de treinar nas ruas e pistas e passar a treinar integralmente na zona rural, em estradas e trilhas. Sempre treinei na zona rural; porém, alternando com a corrida no ambiente urbano, que é o que tenho rigorosamente evitado”, esclarece.
E sobre os planos para o fim da pandemia? Ele já tem resposta: “Espero ter saúde para poder treinar e continuar competindo”, observa.