As mudanças necessárias ao sistema de saúde brasileiro, segundo Lala Deheinzelin

Em fala no 9º E-Saúde, a futurista destacou a importância da colaboração em âmbitos cultural, social, financeiro e ambiental

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Primeiro painel do evento teve como tema Inovação e Saúde. Da esquerda para a direita: o diretor de Inovação e Tecnologia da Unimed Paraná, Omar Taha; o professor da Universidade de Stanford Robson Capasso; e o presidente da Associação Europeia de Saúde Baseada em Valor, João Marques Gomes, e a futurista Lala Daheinzelin (Foto: Reprodução/Unimed Paraná)

Se por um lado, não faltam desafios para a saúde suplementar, por outro, novos conhecimentos e tecnologias abrem uma série de oportunidades para a evolução do sistema de saúde. Entretanto, diante de tantos futuros possíveis, cabe a nós perguntar: estamos fazendo o que é necessário hoje para que o futuro que desejamos se torne realidade? Esse foi o questionamento da futurista Lala Deheinzelin, em fala no primeiro painel da 9ª edição do E-Saúde.

Na área desde 1995, Lala cita a existência de três tipos de futuro: aquele que é desejável, em que o otimismo e a criatividade predominam; aquele que é possível, resultado de uma visão mais realista e proativa; e aquele que é provável, mais pessimista e que demanda uma atitude reativa diante dos acontecimentos. Esse último costuma ser o que mais trabalhamos no dia a dia.

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Em meio a tantas possibilidades, não se tem certeza do que está por vir. Para Lala, é justamente por isso que podemos – e devemos – criar caminhos para o nosso futuro desejável. Entretanto, como fazer isso em meio à crescente complexidade não só do sistema de saúde, mas de todo o mundo? Segundo a especialista, a resposta está na colaboração.

“O cooperativismo vai ser o principal dos modelos em qualquer área. Vamos trabalhar em ecossistemas, e a tendência será de se organizar cada vez mais em cooperativas”, afirma. No entanto, para que os novos modelos e tecnologias se tornem realidade, são necessárias transformações em quatro grandes âmbitos, conforme cita Lala: cultural, ambiental, social e financeiro.

Cultural

“Do ponto de vista cultural, precisamos de uma mudança de mentalidade para adotar essas tecnologias. Isso vai depender de muito treinamento e comunicação”, prevê Lala. Nesse contexto, Lala indica a importância da disciplina e da autogestão; da ética, para garantir o acesso e melhor uso das tecnologias em saúde; do aproveitamento da economia colaborativa; e da imprescindível transição de uma medicina reativa, que trata a doença, para uma medicina preventiva e preditiva, que dê conta dos índices crescentes de doenças decorrentes do estilo de vida atual e das mudanças no perfil populacional.

Social

É fundamental a inovação em modelos de governança e normas. A promoção da inovação, por si só, é um desafio, e depende de lideranças que guiem os colaboradores a uma nova cultura organizacional. Isso envolve escutar os pacientes e demais agentes do ecossistema, e também um olhar atencioso aos benefícios advindos da internacionalização, de novos mercados e de novas parcerias.

Ambiental

Para que essas mudanças se tornem possíveis, são necessárias capacidades estrutural, física e digital. E, para isso, o compartilhamento de estruturas já existentes é uma frente da colaboração que permite a economia de recursos. A tecnologia, na visão da palestrante, não é uma ameaça ao ser humano, mas sim uma ajudante inteligente, que lhe permite reduzir o tempo gasto em suas tarefas e aumentar a confiabilidade de informações.

Financeira

A tecnologia abre inúmeras portas para atuação, transformando dados em ativos que permitem um processo decisório inteligente e menos burocrático. Utilizar métricas de resultado e de impacto, mapear as necessidades do mercado, atendê-las com novos produtos e serviços, e compartilhar sistemas e tecnologias são formas possíveis de viabilizar recursos para a evolução.

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