A Unimed do Estado do Paraná lançou, em 24 de novembro, a campanha “Escolha Etanol. É combustível, é indispensável, é sustentável”, dedicada a conscientizar os colaboradores acerca dos benefícios da adoção do biocombustível. A iniciativa entra como parte do movimento Mude1Hábito, que incentiva mudanças em direção a uma vida mais saudável.
As especificidades do biocombustível, além do impacto na saúde do planeta e, consequentemente, na saúde do indivíduo, foram discutidos em palestras promovidas na última semana de novembro, dando início a uma série de ações planejadas pela cooperativa para o ano de 2024.
A Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês) estima que o setor de bioenergia deve crescer entre uma e duas vezes nos próximos 30 anos, a fim de apoiar a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a bioenergia já é a terceira maior fonte energética do país, sendo responsável por 15% a 20% do abastecimento.
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Nesse contexto, estão os tipos de biocombustível, como etanol, biodiesel, biometano, além da bioeletricidade, ou seja, energia elétrica produzida a partir de biomassa, como o bagaço da cana-de-açúcar. Essa última matéria-prima, segundo o Balanço Energético Nacional, é a primeira fonte de energia renovável, responsável por 15,4% da matriz nacional ou 32% de toda a energia renovável ofertada internamente. Esse percentual posiciona o país acima da média mundial (14,1%) e dos países desenvolvidos da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (11,5%) no uso de energias limpas e renováveis.
A partir da cana-de-açúcar, o setor sucroenergético (anidro e hidratado) produz o etanol, que atualmente é responsável por cerca de 41,7% da energia consumida por veículos leves no Brasil, conforme estima a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em 2023, o mercado brasileiro de automóveis celebra 20 anos do lançamento dos modelos flex fuel (etanol e gasolina). Ao longo desse período, a adoção do etanol pelos consumidores representou a redução de mais de 630 milhões de toneladas nas emissões de GEE.
Embora os biocombustíveis sejam mais limpos, os combustíveis fósseis muitas vezes são mais baratos devido a políticas governamentais, tornando a competição desleal. Para superar esse desafio, são necessárias políticas de incentivo, destaca a presidente do Instituto Talanoa, instituição brasileira dedicada a políticas climáticas, Natalie Unterstell.
Impacto na saúde
As emissões de GEE, potencializadas pela ação humana, e o uso de combustíveis fósseis estão causando uma série de mudanças no planeta, como o aumento do nível do mar, o derretimento das geleiras e o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos.
Essas consequências geram impactos na saúde da população. “As ondas de calor mais frequentes e intensas afetam, principalmente, idosos e indivíduos com condições de saúde preexistentes, podendo elevar as taxas de mortalidade”, explica o consultor de sustentabilidade Neilor Cardoso.
A queima de combustíveis fósseis ainda piora a qualidade do ar, intensificando doenças respiratórias, cardiovasculares e até mesmo cânceres. Cerca de 4,2 milhões de mortes prematuras por ano em todo o mundo ocorrem por esse motivo, segundo estudo publicado na revista Nature.