A saúde baseada em valor – Value Based Healthcare (VBHC) – e a interoperabilidade são conceitos amplamente discutidos pelos profissionais que atuam em hospitais, ambulatórios e operadoras de saúde. Com o propósito de valorizar as equipes de saúde pelo valor entregado em seus procedimentos e não apenas o volume de atendimentos realizado, a VBHC, cada vez mais, anda lado a lado com a tecnologia para ter mais aplicabilidade e resolutividade.
Esse foi o tema central do terceiro painel do e-saúde, que contou com a moderação do médico Ricardo Valente, do Fala Doutores. A aplicação desse novo modelo de pagamento na Unimed São José do Rio Preto, apresentada pelo médico e gerente Marcelo Villaça Lima, já trouxe grandes resultados. O indicador Escore de Valor em Saúde (EVS) da operadora, que mede o êxito dos atendimentos médicos de maneira personalizada, cresceu a partir do momento em que houve a integração com o conceito de VBHC. “Nós ajustamos os indicadores ao longo do tempo, olhando com cuidado para cada especialidade médica e, ainda, criando um EVS que realmente traduzisse o que era, dentro daquela área, um atendimento de sucesso e um desfecho clínico esperado”, comentou. adequação da mesa, retirar o pé central e fiação e subir os cabos no canto
Com isso, o EVS passou a gerar uma bonificação financeira para os médicos, constituindo mais valorização, transparência de gestão, inovação e a possibilidade de revisar metas e mapear possíveis inconsistências, como a falta ou excesso de exames solicitados, a reconsulta, entre outros indicadores. “A maior lição que percebemos foi a de usar o EVS como uma maneira de bonificar, não de punir. Assim, profissionais e beneficiários passaram a ter uma experiência muito melhor”.
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Um formato parecido foi aplicado, também, no Hospital Universitário Cajuru. Com o desafio de gerenciar um Pronto Atendimento, o coordenador Médico da unidade Thiago Cassi Bobato teve o apoio da inteligência artificial da UpFlux. Por meio das soluções ofertadas pela plataforma, o foco da gestão foi a redução do tempo de permanência dos pacientes no hospital, olhando para indicadores, como o atraso entre o recebimento de alta e a saída efetiva da unidade, melhorando o fluxo de atendimento. “Incorporamos o projeto de Alta Segura, em que as equipes trabalham para que o paciente receba alta até as 10h da manhã, pois foi notado que, saindo esse horário, o fluxo de todo o hospital melhorava. Além disso, atuamos diretamente na organização dos processos para que o paciente possa, de fato, deixar o hospital assim que o médico passa a visita”, comentou.
Já na Unimed Londrina, o foco principal de atuação foi o rastreio do câncer de mama, atuando diretamente com pacientes que estavam com os exames atrasados. Conforme a médica Rose Meire Albuquerque Pontos, com o apoio da IA, foi possível analisar quais beneficiárias estavam dentro da idade indicada para realização da mamografia, separar os grupos em que o atraso superava os quatro anos e, ainda, planejar ações específicas para cada público.
Interoperabilidade na Gestão em Saúde
Na sequência, a aplicação de dados e a interoperabilidade na gestão em saúde foi debatida no painel IV, com a moderação da professora da PUCPR Claudia Moro. Os três pilares da interoperabilidade foram defendidos por Luis Gustavo Kiatake, diretor da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS): sintática, semântica e segurança. Ou seja, é importante ter um formato definido, com terminologias que sejam conhecidas por todos os sistemas, em uma plataforma segura. Afinal, conforme Luis Colombo, da Interall – healthtech da Unimed -, nós temos todas as ferramentas necessárias para utilizá-la na gestão em saúde. Contudo, em muitos momentos, falta coletividade. “Assim como em outros desafios, é essencial não sentir que está sozinho. Por isso, é importante que todos estejam indo na mesma direção”, disse, ao ressaltar os números do projeto nacional: são 37 Unimeds, com mais de 83 milhões de registros clínicos, ultrapassando 410 mil transações diárias.
A última a se apresentar durante o painel foi a representante do DataSUS (Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde), a consultora Olívia Ferreira Pereira de Paula, que compartilhou como tem sido o processo de integração de dados pela Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Segundo ela, o principal objetivo da RNDS é promover a troca de informações entre os principais pontos da rede de atenção à saúde, permitindo a transição e continuidade nos setores públicos e privados.