Joelma Aparecida Ferreira Gomes sempre acreditou nos estudos como o caminho para uma vida melhor. Entretanto, quando seu gerente propôs que fizesse um mestrado em 2019, em um primeiro momento, ela recusou o convite. “Eu me assustei. Me perguntei se daria conta, porque imaginava que seria um passo muito grande, duvidei da minha capacidade”, relata a analista de Controladoria na Unimed Paraná. Foi então que o gerente Econômico-Financeiro, Antonio Maurício Ribeiro, que na época trabalhava na área de Desenvolvimento e Estratégia, abriu seus olhos. “Ele falou ‘você dá conta sim, você é extremamente competente, você é comprometida, tem tudo para dar certo’. E eu topei”, relembra.
Esse momento ficou marcado para Joelma como o início de mais uma grande transformação que a educação proporcionaria em sua vida. Ela sempre soube que os estudos seriam o caminho para uma vida melhor — e foi aos 18 anos, quando teve sua filha, momento em que a motivação para estudar se tornou ainda maior. “Terminei o Ensino Médio grávida. Fiquei cerca de 2 anos como mãe e trabalhando e depois fui estudar justamente por isso, para dar um futuro melhor para a minha filha. Disse a mim mesma: preciso ter um futuro melhor e sei que sou capaz.”
E assim foi: em 2006, Joelma foi a primeira de sua família a conquistar um diploma de ensino superior. “Me formei em Ciências Contábeis, e foi uma vitória gigante. Lembro de minha mãe toda realizada, no dia da colação de grau, feliz e chorando. E dali pra frente, não parei mais.” Nos anos seguintes, concluiu dois MBAs, em Gestão Estratégica de Custos e Formação de Preços de Venda, pela Universidade Positivo, e em Controladoria e Finanças, pela Uninter.
Em 2018, ingressou como analista de Controladoria na Unimed Paraná. No ano seguinte, veio o convite de Antonio Maurício e, em 2020, iniciou o Mestrado Profissional em Gestão de Cooperativas na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. O novo desafio veio acompanhado de outros, incluindo a pandemia de Covid-19 e novas fases em sua vida pessoal. Mas tudo era recebido como combustível para que Joelma não esquecesse do seu objetivo. E foi incentivada pela filha e apoiada por colegas que, dia a dia, Joelma viu seu trabalho acadêmico ganhar corpo.
Um desses colegas foi Luiz Henrique Furlan, médico da Avaliação de Tecnologias e Valor em Saúde da Unimed Paraná. Suas contribuições foram tantas que Joelma logo o convidou a ser seu coorientador. Inclusive, foi ele quem a apresentou àquele que se tornaria o tema de sua dissertação: “Ele compartilhou comigo que, na época, a Unimed Ponta Grossa estava começando a desenvolver um programa de remuneração baseada em valor. Foi o que me motivou a fazer contato com a Singular e iniciar os trabalhos.”
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O resultado foi entregue à universidade no início de 2024: uma análise dos elementos essenciais para a implantação do modelo de remuneração baseado em valor em cooperativas de trabalho médico, com base no trabalho desenvolvido pela Unimed Ponta Grossa. “Muito se fala sobre os novos modelos de remuneração, baseados em valor, mas como começar? Como dar o primeiro passo? Esse trabalho vem justamente neste sentido. Esse material vai servir de base não só para o Sistema, mas para todos os que tiverem a vontade de iniciar a implantação de um novo modelo de remuneração”, diz Joelma.
A busca por novos modelos de remuneração ainda é um desafio para o mercado, mas seus benefícios já são amplamente conhecidos — e a busca por alcançá-los passa por trabalhos como o de Joelma. “Ainda tem muito chão para a gente conseguir, de fato, chegar no modelo de remuneração baseada em valor. Mas a gente precisa sair da teoria e iniciar com a prática, um passo à frente do outro. Se ficarmos mirando só lá no alto, você não chega nunca, né?”
A própria conquista de Joelma veio assim, passo a passo. “Quando entrei na Unimed, comecei a conhecer um mundo que eu achava que nunca conseguiria alcançar”, conta. Com o mestrado, teve a mesma sensação — e, novamente, provou a si mesma que estava errada. Hoje, sua visão sobre o que consegue alcançar é outra: “É incrível como me percebo diferente depois do mestrado. Quando eu fui fazer a entrevista para o programa, fui com muito receio, não sabia se seria aceita, e hoje vejo que consegui. Consigo ver com mais clareza tudo que acontece ao meu redor e posso tomar decisões que fazem mais sentido a cada etapa. Reforçou minha crença de que, se persistirmos e lutarmos pelo que desejamos, raramente o resultado final será negativo.”
E a postura encorajadora que Antonio Mauricio teve com ela e que passou a adotar para si mesma, também replica com os outros. “Sinceramente, tem muitos colaboradores que pensam a mesma coisa aqui, que não vão dar conta. Hoje, eu sou uma extensão do Maurício, sou aquela que fala ‘sim, você é capaz’. E serei eternamente grata a ele e a todos os colegas que me incentivaram e me proporcionaram essa descoberta.”
