Não está fácil para ninguém. A Covid-19 imprimiu um novo ritmo à vida de todos. À dos profissionais de saúde, não é diferente. O susto foi grande para a maioria. Muitos ao escolherem essa área já intuíam os riscos, mas a realidade, na maioria das vezes, se sobrepõe às expectativas. Foi o que aconteceu em relação à essa pandemia. Todos, no entanto, mantêm a convicção de que, no mínimo, sairemos dessa mais fortalecidos.
E você o que acha? Fomos ouvir o grupo de profissionais que trabalha no Centro de Atenção Personalizada à Saúde (APS), da Unimed Paraná. Veja o que eles disseram.
“Desde criança, flerto com o desejo e a curiosidade de conhecer a história do outro, de saber o que as pessoas estão pensando ou sentindo, de ouvir, aconselhar, ajudar, de levar luz à escuridão… Trabalhar com psicologia sempre foi para mim estar à frente das incertezas e desafios diários, por isso, essa pandemia não me provocou grandes sobressaltos, até porque não estou na linha de frente. Desde o início da pandemia, estou em home office. Porém, nunca tive muito receio, porque os serviços de saúde oferecem ao profissional recursos necessários para o autocuidado.
O que faço é procurar me manter informada sobre os cuidados necessários em cada fase da pandemia, cumprindo as orientações de distanciamento social, uso de álcool em gel e cuidados ao sair de casa.
No início da pandemia, percebi um grande desespero dos pacientes, o medo do desconhecido, de adoecer e da morte. Houve pacientes que já estavam com quadro estabilizado e tiveram piora dos sintomas. Isso é algo que me preocupa muito: a saúde mental da população diante desse cenário.
No entanto, acredito que somos seres resilientes e podemos nos reinventar sempre. Em cada crise, há uma oportunidade de mudança e de transformação. Oportunidade também de repensar o sentido da vida, em quem somos e o que buscamos.
Nesse contexto, é importante que os pacientes entendam que nós, profissionais da saúde, também temos nossas batalhas internas, que precisamos de ajuda, como todo mundo, e que temos outros papéis na vida. Acredito que se os pacientes nos verem dessa forma, mais humanizada, podem existir mais empatia e melhora na própria relação terapêutica”.
Patricia Olivo Poiani – psicóloga