Cerca de 23% dos jovens brasileiros não trabalham nem frequentam os bancos escolares. É a chamada “geração nem-nem”. O termo carrega consigo uma visão distorcida atribuindo a esta população a falta de interesse pelas duas atividades. Não é o pensamento da socióloga e técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Camila Ikuta. Nesta Conversa Ampla, ela desmistifica o preconceito e pontua a falta de oportunidade, tanto para trabalhar quanto para estudar.
Metade dos jovens que ingressam no Ensino Médio não concluem os estudos. Por conta de obrigações involuntárias na colaboração do sustento da casa, os jovens pobres e, principalmente mulheres, se veem alijados da própria cidadania — e, nas classes mais abastadas, o problema é muito menor.
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Como reverter o quadro da geração nem-nem?
Segundo a socióloga, políticas públicas são essenciais para aumentar a participação dos jovens na escola e mercado de trabalho. Ela ressalta a importância de:
- Políticas públicas com apoio financeiro para manter o jovem na escola;
- Família, com apoio do Estado, buscar/lutar por políticas públicas voltadas para si;
- Aumento nas vagas da rede pública, tanto no Ensino Médio quanto no Superior.