Fronteiras menores, concorrência mais acirrada, atuação em mercados adjacentes, explosão de startups. Como é possível pensar no amanhã sem voltar o olhar para o que acontece atualmente no setor de saúde suplementar? Sob essa indagação, o coautor do livro “Gestão do Amanhã” e da plataforma meuSucesso.com, Sandro Magaldi, afirmou, na abertura da plenária “Gestão do amanhã e a saúde”: uma das maiores armadilhas do sucesso é o próprio sucesso.
O debate, que trouxe a moderação do diretor Administrativo e Financeiro da Unimed Paraná, Alexandre Gustavo Bley, e do diretor de Mercado e Intercâmbio, Durval Francisco dos Santos Filho, apresentou uma linha do tempo da evolução pelo qual o mundo passou nos últimos anos, com destaque para a década de 1990, quando houve o início da 4ª revolução industrial, a criação da Agência Nacional de Saúde (ANS) e a expansão dos planos de saúde. “Como efeito dessa revolução, houve o crescimento do mercado atual, com aumento do market share e a atuação das empresas em mercados adjacentes, que mudou a forma de concorrência”, disse Magaldi, lembrando que, com o passar do tempo, as pessoas também ficaram mais informadas – o que não significa bem-informadas.
Tantas transformações impactaram, ainda, as relações médico-paciente, além de concorrência mais acirrada, já que as fronteiras entre os setores diminuíram. “Não pode ser esquecida a explosão de healthtechs e a própria competição contra transições de mercado, em que grandes players atuam por conveniência em outras áreas, como a própria saúde”, disse, ao destacar ações como da Amazon Clinic e de outras empresas que não são nativas do setor de saúde, mas passaram a disputar um importante fatia do mercado. “Os clientes estão mais poderosos, pois, com mais informação, há mais empoderamento. Isso se reflete também no médico-cooperado, que fica cada vez mais exigente e menos satisfeito.”
Para lidar com esse “novo mundo”, como intitulou Magaldi, o pensamento estratégico se consolida como um dos principais vetores de sucesso. “Precisamos buscar mais intencionalidade nas nossas ações, gastando menos tempo com o famoso ‘apagar incêndio’. Para isso, é necessário haver, claro, autoridades dentro da estrutura organizacional, mas precisa, também, entregar o protagonismo aos demais atores desse ecossistema. Isso está diretamente ligado à distribuição de poder e ao preparo adequado dessas pessoas”, explicou.
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Pessoas, processos e sistemas: esses são os três pilares para entregar mais valor ao ecossistema, independentemente do setor de atuação, além de uma execução bem-feita. “No caso da Unimed, em vez de se especializar na doença, é preciso se especializar na saúde. É hora de olhar para o paciente como um todo, além da internação”, destacou Magaldi, ressaltando que, atualmente, a maioria das relações da Unimed com os pacientes acontecem em momentos ruins, em que o cliente está com dor ou resolvendo burocracias. “A estratégia vem para isso, para mudar o enfoque e entregar mais valor à marca. Caso contrário, o cliente só vai relacionar a Unimed com momentos que não lhe dão sentimentos bons.”
Por fim, o palestrante lembrou que, ao mesmo tempo que a abrangência nacional é uma força, a estruturação é também um desafio de gestão. Dessa forma, é preciso trabalhar a Singularidade a favor da marca, fortalecendo a intercooperação para ir mais longe.
“Precisamos buscar mais intencionalidade nas nossas ações, gastando menos tempo com o famoso ‘apagar incêndio’ “– Sandro Magaldi
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