Hobbies para o corpo, mente e espírito

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Hobbies que promovem autoconhecimento e autocuidado se tornam grandes aliados para enfrentar os tempos de incertezas causados pela Covid-19

JÁ PENSOU praticar uma atividade que estimula a atenção de forma plena e a aquietação da mente, melhora o humor e ainda ajuda no relaxamento? Pois esses são efeitos da jardinagem, uma arte milenar que vem lá do antigo Egito e dos famosos jardins suspensos da Babilônia. Uma arte que a ginecologista e obstetra Angela Bachtold, cooperada da Unimed Norte Pioneiro, não dispensa de jeito nenhum.

Jeito de Cuidar: uma forma de aproximar e cuidar

A médica tem um grande jardim em sua residência, cultiva orquídeas e samambaias e, atualmente, está na fase da paixão por cactos e suculentas. Ela conta que as mudas têm diferentes origens, uma delas, inclusive, veio da Argentina. “Há uns dez anos, umas pessoas me deram umas mudas de suculenta de presente. É um universo enorme, com muitas qualidades, então se torna uma mania. A gente fala que é sucomaníaca porque a gente vai num lugar e vê uma muda diferente e compra, a gente troca mudas”, conta com satisfação.

Angela explica que se trata de um grupo de plantas muito heterogêneo, formado por centenas de variações, e cada uma delas tem uma característica própria. Algumas gostam de água, outras gostam de sombra, e é preciso aprender a lidar com cada uma. Segundo a médica, as plantas são muito semelhantes aos pacientes, uma vez que cada pessoa merece um cuidado diferente dependendo da história, da vivência e da patologia.

Propósito

Além de deixarem o ambiente mais bonito e alegre, as suculentas ganharam um significado diferente para a médica e centenas de pessoas que ela ajuda. Há mais ou menos três anos, Angela faz parte de uma missão que atende a populações ribeirinhas dos rios da Amazônia. Junto a outros profissionais da saúde, ela presta serviço gratuito em algumas comunidades no Norte do país durante alguns dias do ano.

Todo o trabalho é voluntário e feito por meio de doações, e as plantas tiveram um papel interessante nessa história. No ano passado, a médica começou a fazer mudinhas para vender na Igreja que ela frequenta, e contar com a ajuda de amigos e pacientes, para arrecadar dinheiro para compra de medicamentos básicos usados durante a missão solidária.

Este ano as mudas começaram a ser feitas já no mês de janeiro, mas, com a pandemia do novo coronavírus, Angela não pode participar da missão, mas todo valor arrecadado foi enviado para os voluntários que vivem na região atendida. “É muito gratificante dar esse destino. É uma alegria e um prazer pessoal poder servir outras pessoas com o nosso hobby”, garante. Ela ressalta que são inúmeros os benefícios de cuidar das suculentas, e um dos principais deles é o emocional. “Quando a gente está cuidando de plantas, a gente relaxa. Assim como a gente está em contato com elas, a gente está em contato com as nossas emoções. A gente relaxa, a gente conversa com Deus, é uma forma de se acalmar”, reflete.

Respira!

Outra atividade que cuida da saúde física e mental ao mesmo tempo é o yoga, que também é uma arte milenar. A prática é uma ciência espiritual capaz de controlar a ansiedade, o estresse, assim como promover o autoconhecimento.

Durante a pandemia, a prática se popularizou e se tornou uma saída para lidar com as emoções geradas pelos tempos difíceis. Mas, para a angiologista Nubia do Nascimento, cooperada da Unimed Ponta Grossa, o exercício começou a fazer parte da rotina dela bem antes, há mais ou menos um ano e meio. O yoga surgiu como uma alternativa para melhorar as técnicas de balé, e logo se tornou a estrela principal. “Hoje o yoga significa desafio, persistência, conquista e união na minha vida”, comenta.

Até o início da quarentena, a médica frequentava aulas em uma escola especializada, pelo menos duas vezes por semana e, algumas vezes, até mesmo aos sábados. Com as medidas restritivas, o local deixou de oferecer aulas presenciais. Atualmente, a médica faz aulas on-line, duas vezes por semana, utilizando aplicativos.

“Acredito que, quando a pandemia passar, todo trabalho que fizemos e nos dedicamos em casa será potencializado”, acrescenta. Núbia conta que sente falta do contato com outros alunos e de frequentar o ambiente da escola, que ajudava muito na imersão do universo do yoga. A presença da professora também é sentida na hora de corrigir a postura, porém, a nova realidade também tem seu lado positivo.

“Acho que comecei a gostar mais da minha casa, lugares como a sala, onde eu não permanecia durante muito tempo”, analisa. A técnica tem ajudado a manter as saúdes física e mental da médica, pois fornece uma abordagem holística. Seus efeitos são comprovados e sua prática é recomendada até mesmo pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que, desde 2009, propõe o yoga como uma técnica de prevenção, cuidado e bem-estar.

“Ao contrário do que muitas pessoas pensam, yoga não é ficar parado e tampouco uma atividade física leve. Requer consciência corporal e sincronização com a respiração e o pensamento. Essas prerrogativas auxiliam, principalmente nesse momento de pandemia, em termos de paciência e persistência”, assegura.