Tentar lembrar de um acontecimento, um dado ou, talvez, o nome de alguém, e não conseguir, gera não só frustração, mas, em alguns casos, também gera preocupação. Afinal, como é possível exercitar a memória e, acima de tudo, preservá-la, evitando problemas futuros? Esse foi o tema central de um webinar promovido pela Unimed Paraná, que trouxe dados sobre a memória e orientações para melhorar o desempenho.
O médico especialista em clínica médica, geriatria e gerontologia, Luiz Antonio da Silva Sá, abriu a palestra virtual explicando mais sobre a memória e como sua perda gradativa pode sinalizar alguma doença, como o mal de Alzheimer. O médico, porém, alertou para o fato de a genética não ser a única responsável pelo desenvolvimento da doença. Por outro lado, a hereditariedade também não é um diagnóstico. Ou seja, ter algum familiar com Alzheimer não quer dizer que, obrigatoriamente, a pessoa também desenvolverá a doença. “A genética tem participação de 25 a 30%. O restante é dividido entre o meio ambiente e os bons hábitos que a pessoa pratica ao longo da vida”, diz.
Genética x estilo de vida
Luiz Antonio explica que, por exemplo, uma pessoa que cultiva bons hábitos, cuida da alimentação, pratica exercícios físicos e, inclusive, exercícios para a memória, além de viver um meio ambiente favorável, tem grandes chances de não desenvolver uma doença tida como “genética”. “A genética há algum tempo era a razão de tudo. Hoje, porém, nós temos a genética como importante sim, mas não é determinante”, afirma. Porém, o contrário também pode acontecer: quem tem maus hábitos e vive em um ambiente desfavorável – com muita poluição, por exemplo – pode desenvolver o Alzheimer e outras demências mesmo sem ter histórico da doença na família.
Para tanto, o médico orienta também sobre a importância de tratar outras doenças, como o colesterol elevado, a pressão alta, a depressão e, principalmente, o diabetes.
Exercícios para a memória
De acordo com o profissional, uma ação que traz muitos benefícios é aprender algo novo e repetir o que foi aprendido. “Nosso aprendizado acontece pela repetição”, pontua. Além disso, exercícios cerebrais como caça palavras, quebra cabeças e sodoku também ajudam a reforçar a memória recente – que comumente é afetada pelas doenças. “Palavras cruzadas, por exemplo, não é bom para a memória recente, pois representa o que já temos armazenado em nosso cérebro”, completa.
Além disso, manter uma rotina de exercícios físicos e vencer a zona de conforto também são fundamentais. “As pessoas se acomodam em uma situação e, sentadas no sofá, esperam que o mundo mude. Não funciona assim”.
Sentido da vida
Propósito ou projeto de vida: você tem o seu?
Por fim, o médico reforça a importância de encontrar um sentido para a vida, não só para a saúde mental, mas inclusive para fazer a memória trabalhar. “Planejar uma viagem, sonhar com a viagem, sonhar com uma casa nova, ter seus projetos e viver em função disso, faz com que a memória trabalhe”, explica. “Tenha sempre algum propósito ou sentido para a vida, pois vai te deixar muito mais animada e com certeza sua vida, não só sua memória, vai melhorar muito”.