Nossos heróis: profissionais que estão na linha de frente contra a pandemia

Profissionais pandemia
(Foto: Reprodução)

Ajudar o próximo, um desafio que poucos decidem assumir, é essência de quem escolhe seguir a carreira médica. Confira como está a rotina dos cooperados em meio à pandemia da Covid-19.

O amparo prestado pelos profissionais da saúde à população sempre foi valorizado e, durante a pandemia da Covid-19, assumiu o protagonismo heroico no combate à crise enfrentada. Não somente pelo ato de salvar vidas, mas principalmente por não medirem esforços e levarem à risca a missão de cuidar das pessoas em um dos piores cenários da história recente mundial. Na Unimed Curitiba, muitos médicos cooperados continuam com suas rotinas de atendimento em consultórios, hospitais e unidades de saúde, atuando, inclusive, na linha de frente do combate ao novo Coronavírus.

Conheça de perto a história de profissionais que compartilharam suas realidades, seus receios e suas expectativas em relação ao cenário atual.

Forças física e mental

O atendimento de cirurgias somente de caráter emergencial, a paralisação e o adiamento daquelas que são eletivas e a redução no número de consultas foram as transformações que o cirurgião geral Alexandre Coltro viu acontecer em seu consultório em virtude da pandemia. Além disso, o profissional diz ter cuidados redobrados em sua atuação no pronto-socorro, já que seu maior receio é estar contaminado e transmitir o novo coranavírus para sua família. “Os pacientes também estão mais receosos em estar em um ambiente com risco de contaminação. Nós, médicos, estamos ainda mais cautelosos e cuidadosos, entretanto, não deixamos de dar o melhor quando o paciente nos procura”, afirma.

Alexandre diz tomar todos os cuidados possíveis para continuar na linha de frente e manter a família protegida

Com a expectativa de que em breve seja disponibilizada uma vacina ou um medicamento efetivo para combater a Covid-19, Coltro acredita que não coloca sua saúde em risco ao trabalhar na área da saúde, e que ajuda aqueles que não estão saudáveis e precisam de auxílio. “O médico tem que ser uma pessoa forte mentalmente e fisicamente. Fazer plantões cuidando de pacientes com Covid-19 não é para qualquer um. Sua vida familiar muda completamente porque você fica confinado para proteger as pessoas que ama e não recebe aquele carinho caloroso que recebia antes da valor à nossa vida como ser humano e deixar de lado algumas coisas menos importantes”, acrescenta.

União para vencer a batalha

No Hospital das Clínicas (HC), na capital, a especialista em alergia, imunologia e pediatria, Tsukiyo Obu Kamoi, tem atuado na triagem de todos os pacientes ou acompanhantes que chegam ao local. A médica conta que, ao apresentar algum sintoma da Covid-19, a pessoa é encaminhada para uma consulta mais detalhada. Com os ambulatórios de especialidades em alergia suspensos, os profissionais da área também entram em contato com os pacientes por telefone para monitorar seu estado de saúde e avaliar a necessidade de encaminhá-los para atendimento de urgência.

A motivação principal durante o trabalho para Tsukiyo é saber que todos precisam atuar em conjunto para vencer essa batalha. “Eu tenho receio de quando será o momento ideal para sair do isolamento, e de como a população vai se comportar após a pandemia. A minha expectativa é de que, quando tudo passar, a humanidade reflita sobre como estávamos direcionando nossas vidas e o que podemos tirar de positivo disso”, destaca.

Redescoberta da importância do papel na sociedade

Integrando o corpo clínico de profissionais que estão realizando as triagens no HC, Georgia Karina Morgenstern Milani, especialista em alergia, imunologia e pediatria está na linha de frente. Para a médica, o que dificulta o diagnóstico é a variedade de manifestações clínicas da Covid-19 associada à dificuldade de realização de exames comprobatórios. Além disso, a profissional tem receio de testemunhar o aumento do número de casos quando todos retornarem às suas atividades, apesar de haver uma estrutura organizada para atender os infectados e do fato de, segundo ela, a maior parte da população ter consciência e estar respeitando a quarentena.

No Hospital das Clínicas (HC), Tsukiyo e Georgia ajudam na triagem e monitoramento dos pacientes de Covid-19

Mesmo diante das incertezas, inclusive sem saber se deveria voltar para casa por estar mais exposta, Georgia relata que o sentimento coletivo de todos ajudarem nessa luta a motivou a continuar. Os treinamentos de paramentação e desparamentação e a garantia de ter EPIs a deixaram mais tranquila e segura em seu local de trabalho. “Estamos passando por um período difícil, mas com muitos pontos positivos. Um deles é observar a gratidão de cada paciente atendido, que é liberado com alívio para casa ou que se sente acolhido dentro do hospital. A valorização do profissional da saúde nessa época de crise é emocionante com a população dando a sua contribuição, seja em serviços voluntários, levantando doações ou até mesmo fazendo orações por todos nós. O sentimento de união é realmente muito grande. Essa luta é de todos nós. Juntos faremos a diferença, redescobrindo a importância do nosso papel na sociedade”, conta.

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