O relacionamento das pessoas com dinheiro é um assunto complexo, seja no âmbito das finanças pessoais, seja nos controles financeiros das empresas. Sempre quando surge algum problema ou dúvida, em ambos os casos é comum recorrer a um profissional especialista nas áreas de economia, contabilidade, finanças pessoais ou outras áreas de exatas. Porém, muitas pessoas não se atentam que lidar com orçamento, controle de gastos e investimentos não é apenas uma questão matemática, há muita psicologia envolvida nisso!
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Se puxarmos pela memória, todos conhecemos histórias de pessoas que possuem uma grande renda familiar e, mesmo assim, vivem endividadas e com contas atrasadas. Também conhecemos histórias de pessoas com baixa renda e escolaridade, mas que possuem uma vida financeira tranquila, conseguindo ter conforto e estabilidade em relação ao seu dinheiro. Mas por que isso acontece? Simplesmente porque quando tomamos decisões financeiras em nossa vida, não é apenas a matemática pura e simples que entra no jogo!
Em 2002, o psicólogo israelense-americano Daniel Kahneman ganhou o prêmio Nobel de economia por seu trabalho sobre economia comportamental, um trabalho de uma vida inteira que demonstrou que o ser humano é muito menos racional em relação a ganhos e perdas financeiras do que a economia sempre afirmou. No seu livro Rápido e devagar: duas formas de pensar, ele explana sobre a teoria da perspectiva em que cita vieses e heurísticas que interferem nas decisões financeiras das pessoas.
O livro Psicologia financeira, do famoso estudioso/escritor do tema Morgan Housel, demonstra através de vários casos reais de sucessos e fracassos na vida financeira, como a psicologia interfere nestas situações e como é importante conhecer-se bem para lidar melhor com o dinheiro.
Outro autor importante a abordar o relacionamento das pessoas com dinheiro é George S. Clason que em 1926 publicou o livro O homem mais rico da babilônia, o qual traz, de maneira simples e de fácil entendimento, como devemos lidar com nossas receitas, despesas e dívidas.
Embora pertinente, em nenhum momento o estudo das finanças comportamentais serve para refutar conceitos econômicos ou matemáticos na relação que temos com o dinheiro. Estes são temas complementares, pois tão difícil quanto atingir a tranquilidade financeira sem considerar aspectos comportamentais, será fazê-lo sem conhecer conceitos básicos de como lidar economicamente com seus recursos financeiros.
Quem busca uma vida financeira mais estável e tranquila deve sempre buscar o equilíbrio entre estes dois conceitos: o econômico e o psicológico. Trace seu planejamento e faça escolhas conscientes.