A dermatologista Nathália Zardo explica que o tipo de pele e o nível de exposição ao sol influenciam na hora da escolha
Muito associado a passeios ao ar livre, principalmente às idas à praia e à piscina, o protetor solar vai muito além de um acessório para os dias de verão. É uma necessidade diária, para todas as pessoas, independentemente do clima e da época do ano.
O filtro solar previne o surgimento de manchas na pele, queimaduras, envelhecimento precoce, e até câncer de pele. Por isso, é preciso adquirir o hábito de utilizá-lo diariamente, escolhendo um produto que garanta bons resultados.
Para ajudar nessa escolha, a revista Ampla on-line conversou com a dermatologista Nathália Zardo, da Unimed Apucarana. Com as dicas da especialista, ir à farmácia e se deparar com uma infinidade de filtros solares nas prateleiras, com características distintas, não vai ser motivo para preocupação.
O tipo de pele
De acordo com Nathália, vários fatores devem ser levados em conta na hora de comprar um protetor solar. O primeiro deles é o tipo de pele do paciente e a existência de alguma doença relacionada, como lúpus, melasma, manchas e câncer de pele.
Pele mista a oleosa: os filtros mais indicados são aqueles sem óleo, com textura seca, para que o rosto não fique ainda mais oleoso e com brilho excessivo.
Pele acneica: as melhores opções são os protetores que atuam tanto no combate à oleosidade quanto no tratamento da acne. É importante também que o produto não seja comedogênico, ou seja, não obstrua os poros, pois isso pode agravar o problema com cravos e espinhas.
Pele seca ou madura: demandam fotoprotetores com textura cremosa e com hidratante. Muitos têm na composição ácido hialurônico, vitaminas, clareadores e ativos anti-idade, que agregam benefícios à proteção.
Pele normal: pessoas com esse tipo de pele têm à disposição a maior parte dos protetores do mercado – aqueles nem tão secos, nem tão oleosos.
Pele com melasma ou outras doenças: filtros com fator de proteção mais alto e com cor são os mais recomendados. A coloração não só disfarça as manchas, mas também protege a pele da luz visível, que são as luzes de dentro de casa, do escritório e do computador.
Ainda de acordo com a dermatologista, o uso de protetor solar corporal no rosto é indicado somente em alguns casos. “Os filtros corporais são muito mais oleosos do que os específicos para o rosto e não têm tantos ativos de tratamento na composição. Porém, em pacientes idosos, que têm a pele mais seca ou câncer de pele, e o objetivo é só a prevenção, eu oriento que pode ser o mesmo, desde que haja tolerância ao uso”.
A avaliação da tolerância é feita por uma dermatologista. Daí a importância do paciente, antes de investir em um produto, passar por uma consulta.
A atividade realizada
Outro ponto que deve ser analisado na hora de escolher um filtro solar é a atividade que será realizada. “Se a pessoa é saudável e trabalha em um escritório, sem se expor ao sol, o protetor com fator 30 para o dia a dia está ótimo. Já se ela vai fazer alguma atividade ao ar livre, como andar de bicicleta ou ficar numa piscina, ou se tem alguma doença fotossensível, é preciso aumentar o FPS”, afirma Nathália.
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O fator de proteção solar (FPS), segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, é a principal medida de eficácia de um protetor solar, quantificando o quanto o produto é capaz de ampliar a proteção contra queimaduras. Um filtro com fator 30, por exemplo, desde que usado em quantidade adequada e reaplicado de forma periódica, protege 30 vezes mais contra queimaduras do que se o produto não estivesse sendo utilizado.
Outra recomendação para pessoas que se expõem muito ao sol ou tem a pele sensível é optar por protetores físicos em vez dos químicos. A diferença entre eles é que os químicos absorvem os raios solares, diminuindo sua energia, e os físicos formam uma barreira que reflete esses raios. “Os protetores físicos protegem por mais tempo. No entanto, eles têm uma cosmética desagradável. São mais oleosos, pegajosos e deixam a pele esbranquiçada”, explica Nathália.
Protetor solar oral
Além dos protetores tópicos, existem também no mercado os protetores orais, que em vez de evitarem que a radiação atinja a pele, atuam em nível celular ou molecular, reduzindo os danos gerados pela radiação.
“Os filtros orais são na verdade antioxidantes que auxiliam na proteção. Eles não substituem os de uso tópico, mas agregam no tratamento”, afirma Nathália.
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A Sociedade Brasileira de Dermatologia defende a substituição do termo fotoproteção oral por nutracêuticos ou nutricosméticos solares, para não confundir as pessoas sobre seu funcionamento. A entidade afirma ainda que o uso desses produtos deve ser feito preferencialmente com o acompanhamento de um dermatologista, orientando os ativos mais adequados, a posologia e o tempo de uso indicado para cada paciente.