Quem tem criança em casa sabe como a imunidade dos pequenos é um tema sensível. Nariz escorrendo, tosse que não cessa, alergias, doenças infectocontagiosas da escola… a lista é vasta. Você sabe, no entanto, quantas vezes por ano é considerado normal a criança ficar doente, e quais são as doenças mais comuns na infância?
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Conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), nos primeiros três anos de vida é esperado que os pequenos apresentem de oito a 12 infecções respiratórias virais no ano, principalmente se já frequentam creches ou escolas. Infelizmente, segundo a entidade, não há “evidências científicas fortes de que exista um medicamento ou produto natural que, de fato, promova amadurecimento mais rápido ou que melhore o funcionamento do sistema imunológico” nessa faixa etária.
No entanto, há algumas formas de promover uma boa saúde e, consequentemente, reforçar a construção de uma boa imunidade, conforme a orientação da SBP:
- Alimentação equilibrada, priorizando alimentos naturais e preparações culinárias;
- Atividades físicas moderadas, regulares e ao ar livre;
- Horas de sono adequadas para a faixa etária;
- Convívio em ambiente harmonioso. Para as crianças, o cuidado com amor e carinho é fundamental para um crescimento e desenvolvimento adequados.
10 doenças mais comuns na infância
E se você ficou curioso, confira abaixo quais são as 10 doenças mais comuns na chamada Primeira Infância, que engloba os primeiros seis anos de vida:
Virose
O termo, bastante comum nos lares brasileiros, se refere a doenças que geralmente atacam o sistema gastrointestinal ou respiratório e pode ser causado por qualquer tipo de vírus – por isso é tão comum. Ela pode causar diarreias, vômitos e, consequentemente, desidratação nos pequenos.
Infecção no ouvido
Existem dois tipos diferentes de otite: a média, quando há acúmulo de secreção no canal auditivo, derivada de gripes, resfriados ou de outros fatores, como a ida do leite para o canal devido à amamentação inadequada – no caso de bebês que tomam mamadeira, é recomendado que a amamentação nunca seja realizada na posição deitada. Com essa umidade, há um ambiente propício para proliferação de bactérias.
Já a otite externa também ocorre por excesso de umidade ou má higienização do canal auditivo. Nesse caso, a recomendação é sempre enxugar bem os ouvidos e manter o ambiente limpo. Vale reforçar, no entanto, que o uso de cotonetes não é indicado, uma vez que ele pode empurrar a cera para os tímpanos.
São sintomas da infecção quadros de choro excessivo, dificuldade para mamar ou se alimentar de maneira geral, febre e dor.
Infecção na garganta
A infecção na garganta pode ser causada por vírus ou bactérias. O tipo viral acontece com maior frequência até os dois anos, sendo considerado normal até três infecções ao ano. O contágio pode acontecer pelo contato com saliva infectada ou outras secreções, além de consequência de gripes e resfriados.
Já no caso de infecção por bactéria, o quadro é mais intenso e requer o uso de antibióticos. São sintomas de ambos os casos dor, dificuldade para comer ou mamar e febre.
Alergias
A alergia é um dos problemas mais comuns da infância e pode ter sintomas diferentes, como dermatológicos, respiratórios ou gastrointestinais. Ela pode ser desencadeada por questões genéticas ou devido ao ambiente, como o contato com produtos de limpeza, insetos, alimentos, variação climática e outros. Devido ao calor excessivo, por exemplo, os pequenos podem apresentar brotoejas na pele, vermelhidão e coceira.
Também são sintomas frequentes de alergias respiratórias quadros de espirros, tosses e fechamento da via nasal, enquanto alergias alimentares podem apresentar, em diferentes níveis, diarreia, muco ou sangue nas fezes, assaduras, vômitos, problemas de pele e outros.
É importante sempre consultar o pediatra ao perceber qualquer mudança no dia a dia dos pequenos!
A mão-pé-boca é uma doença causada por um vírus que também provoca estomatites. São sintomas do quadro: febre alta, aparecimento de bolhas na região da boca, amigdala, faringe, palma das mãos, planta dos pés e, ainda, na região genital, mal-estar, falta de apetite, vômito e diarreia. Devido ao aparecimento das bolhas na área da boca, a criança também pode ter dor para engolir e apresentar mais salivação.
A transmissão do vírus causador da mão-pé-boca acontece pelas fezes e pela secreção, o que torna seu contágio comum principalmente em escolas.
A catapora é uma velha conhecida! Por ser tão comum, é difícil conhecer alguém que nunca teve ou nunca ouviu falar sobre a doença, não é? A catapora deixa o corpo todo coberto por pintinhas vermelhas que se transformam em pequenas bolhas de água, causando muita coceira. Outros sintomas frequentes são febre alta, cansaço, dor de cabeça e perda de apetite.
A catapora é altamente contagiosa e pode ser transmitida pela saliva, através do espirro ou da tosse. A doença pode passar de uma criança para outra a partir do 2º dia de sintoma.
Gripe e resfriado
Como pontuado pela SBP, infecções respiratórias podem acometer os pequenos aproximadamente 10 vez por ano! Em ambos, o causador é um vírus, que pode ser transmitido pela saliva, durante a tosse e os espirros. O resfriado geralmente é mais brando, gerando coriza, tosse e irritação das mucosas. Já a gripe costuma ser mais intensa, com quadros de febre, dor muscular, cansaço e falta de apetite.
A bronquiolite, por sua vez, é causada principalmente pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), sendo costumeiramente confundida com um resfriado comum nos primeiros dias de sintomas. No entanto, apesar de ser comum em bebês prematuros até o primeiro ano de vida, ela pode ter complicações mais graves, levando à internação hospitalar. São sintomas de alerta para a bronquiolite o esforço respiratório e chiado no peito, além de causar febre e tosse. A forma de transmissão é a mesma de gripes e resfriados – por esse motivo, há a orientação de evitar levar os pequenos em ambientes com aglomeração, principalmente os mais novos.
O refluxo é dividido em dois tipos: fisiológico e gastroesofágico. O primeiro tipo é considerado um evento normal do desenvolvimento digestivo, que pode acontecer várias vezes ao dia nos bebês que mamam – e em crianças, adolescentes e adultos – sem provocar outros sintomas. É aquela tradicional “golfada” que acontece após os pequenos mamarem.
Já a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) ocorre quando essa volta do líquido ou alimento causa sintomas e complicações, como uma esofagite, dores na garganta, perda de peso, entre outros.
Infecção urinária
Em bebês pequenos, a infecção urinária pode apresentar pouquíssimos sintomas. Conforme a SBP, em crianças de até 2 anos, às vezes é notado apenas febre. No entanto, o quadro pode gerar, também, dor para urinar, baixo ganho de peso, diminuição na frequência urinária, odor e cor mais forte da urina, e, se não tratada corretamente, infecção nos rins.
A maior forma de prevenção da infecção urinária é a higienização correta. Para os pequenos que usam fralda, os pais precisam estar atentos às trocas regulares e, no caso das meninas, na limpeza correta – sempre da frente para trás -, para evitar que bactérias presentes nas fezes tenham contato com o canal urinário.
Independentemente de quais sintomas seu filho apresentar, a principal indicação é sempre consultar um médico para que o diagnóstico seja feito corretamente, bem como o tratamento mais indicado.