Foi lançado no final da tarde desta terça-feira (2), em Curitiba, o livro “Santa Casa de Curitiba: Presente para o Futuro”. O ato simbólico, parte da programação comemorativa dos 140 anos da Santa Casa, foi realizado nas instalações do hospital, o primeiro da capital, fundado em 22 maio de 1880. A obra, em parceria com a Associação Médica do Paraná, resgata a história e memória da instituição hospitalar e terá os recursos das vendas direcionados à campanha #SantaCasaaFavordaVida, que vem arrecadando fundos para compra de materiais médicos, insumos e despesas extras com profissionais, ações voltadas ao enfrentamento da pandemia da Covid-19.
Prestigiaram o evento o presidente da AMP, Nerlan Carvalho; o presidente da Universidade Corporativa da AMP (Ucamp), José Fernando Macedo; o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Wilmar Mendonça Guimarães; o diretor de Mercado e Comunicação da Unimed Paraná, Alexandre Gustavo Bley, e o diretor de Memória da Academia Paranaense de Medicina e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, Carlos Ravazzani, que contribuiu com pesquisas para a elaboração do livro.
Eles foram recebidos pelo diretor-geral corporativo da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (ISCMC), Eduardo Bistratini Otoni, e o presidente da Pró-Saúde, entidade co-irmã da Santa Casa, e arcebispo emérito de Diamantina (MG), Dom João Bosco Óliver de Faria. Também estavam presentes a diretora hospitalar da Santa Casa, Noemi Moraes; a diretora médica corporativa, Nívia Pereira de Souza, e Marco Sanfelice, gerente de relações institucionais.
“Fechamos a agenda festiva hoje, com o lançamento do livro e seus principais parceiros, um encontro dos idealizadores”, afirmou Eduardo Otoni, destacando a satisfação que o momento proporcionava. O lançamento do livro coincide com a abertura recente do Museu da História da Medicina do Paraná.
Em nome da AMP, Nerlan Carvalho lembrou que a entidade foi fundada na Santa Casa, em 1933, a partir da fusão da Sociedade Paranaense de Medicina, Sociedade Médica dos Hospitais e Sindicato Médico. “Muitos médicos que participaram da fundação foram da Santa Casa. Temos uma história muito próxima e, como desdobramento, surgiu o Museu da História da Medicina do Paraná. Consolidamos a parceria e realizamos juntos”, afirmou, salientando o inestimável trabalho do Dr. Ehrenfried Othmar Wittig, que foi o idealizador e responsável, desde 1970, pela captação e organização de todo o material agora exposto na Santa Casa. No total, o acervo é composto por mais de 35 mil itens. O espaço foi aberto ao público no ano passado e já recebeu mais de 4 mil visitas.
Dom João Bosco também destacou a parceria e a importância do museu, com quantidade de peças sem similar no Brasil. “É a história completa da medicina no país”, pontuou. Em seu discurso salientou, ainda, a relevância da Santa Casa. “É fácil criar eventos, mas é difícil encontrar uma instituição com 140 anos sem fechar as portas. A Santa Casa é história viva”, afirmou, acrescentando seu profundo respeito pelos médicos. O arcebispo contou que, ao longo de sua vida sacerdotal, sempre esteve perto dos profissionais da medicina.
Ex-presidente da AMP, José Fernando Macedo, que hoje preside a Ucamp, lembrou ter acompanhado a busca constante do Dr. Wittig para a composição do acervo e disse que “a parceria com a Santa Casa é um casamento perfeito”. Ele ainda relatou sua ligação com o hospital por meio do professor Pedro Emílio Cerqueira Lima Neto, que também foi presidente da AMP e cuja cadeira hoje ocupa na Academia Paranaense de Medicina. Referencial para muitas gerações de médicos, Cerqueira Lima ingressou ainda acadêmico de medicina na Santa Casa, onde permaneceu por quase seis décadas.
Certificados
Dom João Bosco fez a entrega ao presidente da AMP de um Certificado de Reconhecimento à entidade, em agradecimento “à parceria na estruturação do Museu da História da Medicina do Paraná e pela colaboração na promoção do livro ‘Santa casa de Curitiba: um presente para o futuro’”.
Das mãos de Nerlan Carvalho, o arcebisbo também recebeu um certificado, no qual a AMP “vem a público reconhecer a importância social do trabalho desenvolvido pela Santa Casa de Curitiba ao longo de seus 140 anos, ao mesmo tempo que se sente honrada com a parceria na estruturação do Museu da História da Medicina do Paraná”.
Obra
A Santa Casa fez e continua fazendo parte da vida de muitos curitibanos, sendo reconhecida na cidade por sua atuação na saúde. O livro oferece a uma oportunidade para as pessoas conhecerem novas e curiosas histórias, como, por exemplo, que o hospital esteve presente no combate a grandes pandemias, como a de cólera na década de 1850, ou ainda de febre tifoide em 1917 e da gripe espanhola, em 1918, além de ouvir a voz de grandes nomes da medicina paranaense, que muito contribuíram para o desenvolvimento do estado.
A obra conta com prefácios do
prefeito de Curitiba, Rafael Greca e do arcebispo emérito de Curitiba, Dom
Pedro Antônio Fedalto. “Precede o livro a narrativa monumental para
memória urbana de Curitiba, Patrimônio Cultural do Paraná, do Brasil e da
Humanidade, de toda história acumulada neste esplêndido prédio histórico, onde
este livro é oportunamente editado. Guardem os que vão nascer, assim como nós o
fazemos, perpétua memória destes médicos humanistas que foram grandes e foram
nossos”, diz o prefeito de Curitiba, Rafael Greca.
O livro está sendo vendido por R$ 50, mas, no portal em que são realizadas as vendas,
os interessados poderão também fazer doações extras para a campanha da Santa
Casa e, dependendo do valor, é possível saber quais materiais serão adquiridos
com o montante doado. “A pessoa que comprar o livro e desejar doar mais R$
50, por exemplo, vai auxiliar na compra de 15 máscaras. Já aquele que tiver
interesse em comprar o livro e doar mais R$ 500 auxiliará na compra de 75
filtros umidificadores para respirador. Essa transparência faz parte dos
valores da Santa Casa e traz ao público ainda mais o desejo de fazer parte
desta ação”, garante o gerente de relações institucionais, Marco
Sanfelice.
Campanha
A campanha teve início no mês de abril e o objetivo é arrecadar R$ 1,5 milhão, que serão destinados à aquisição de equipamentos hospitalares e de proteção aos trabalhadores da saúde, materiais médicos, insumos, além de custear despesas extras com quadro de profissionais. Desde o início já foram arrecadados cerca de 64% da meta desejada.
Hoje, a Santa Casa tem 38 leitos de UTI, dos quais a maioria são destinados a pacientes cirúrgicos. A ideia é a abertura de mais dez, somando quase 50 leitos de UTI, não só para suportar pacientes contaminados pelo novo coronavírus, mas também para acolher pacientes das diversas especialidades transferidos de outros hospitais, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e por meio do Siate.
Para adquirir o livro e participar da campanha, basta acessar: http://santacasacuritiba.com.br/museu/loja/