Depois de dois anos ausente, devido à pandemia, o Suespar (Simpósio das Unimeds do Estado do Paraná) está de volta. A sua 28ª edição recebeu aproximadamente 800 participantes, entre dirigentes, colaboradores, cooperados, parceiros e patrocinadores que atuam no Paraná e em diferentes localidades do país, reunindo mais de 40 palestrantes entre os dias 25 e 28 de agosto, em Foz do Iguaçu, para debater os desafios e as oportunidades para o setor.
Durante a programação, que teve como norte o tema “Intercooperar para crescer”, grandes nomes do mercado dividiram conhecimento e fomentaram grandes debates em 15 salas temáticas e quatro plenárias. Ao resgatar cenários passados e relembrar características que trouxeram o Sistema Unimed até o momento presente, os participantes foram convidados a voltar o olhar para o futuro da saúde e para a concorrência que, inevitavelmente, tem se fortalecido rapidamente.
O anfitrião local, Isidoro Alvarez, presidente da Unimed Foz do Iguaçu, abriu oficialmente o evento, expressando a alegria de a cidade voltar a receber o Suespar. Em um discurso breve, falou sobre a união, a convergência de interesses e reforçou os laços de amizade nessa troca possibilitada pelo evento.
José Ricken, presidente do Sistema Ocepar, falou sobre rol taxativo, Frencoop (Frente Parlamentar do Cooperativismo), educação política e intercooperação, destacando o quanto o princípio da intercooperação, a atuação conjunta no interesse mútuo entre cooperativas, é importante “para avançarmos e aperfeiçoarmos o próprio sistema cooperativista”, frisou.
Omar Abujamra Júnior, presidente da Unimed do Brasil, elogiou o evento pela qualidade técnica de seu programa, lembrando que abre uma valiosa oportunidade de debate de temas fundamentais diante das transformações e dos desafios do setor da saúde, nesse período “conturbado no país e no nosso segmento”. Deixou uma mensagem de trabalho e confiança, ao reconhecer que “precisamos evoluir para alçar o Sistema Unimed a um novo patamar de integração, eficiência e inovação”.
Paulo Roberto Fernandes Faria, presidente da Unimed Paraná, realizadora do evento, destacou o momento transformador pelo qual passamos com a pandemia de Covid-19 e a situação desafiadora que todo o setor encara agora. “Tempos difíceis realçam a força das atitudes, fazem surgir gigantes, norteando nosso poder de realização e de superação”, disse, ao destacar que algumas tendências previstas para acontecer em 10 anos já fazem parte da nossa realidade, como a telemedicina. “É importante destacar que esse cenário, tal como vem sendo redesenhado, embora aponte grandes ameaças, tem oportunizado iniciativas, antes consideradas extremamente difíceis e complexas de executar nas cooperativas Unimeds do Paraná”.
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Entre as iniciativas, Faria destacou alguns projetos, de recursos assistenciais em andamento, como os hospitais em construção, em Londrina, Maringá e no Biopark em Toledo. Também ressaltou a constante profissionalização da Unimed, frisando o quanto é fundamental buscar caminhos para a manutenção da perenidade e da liderança do Sistema Unimed no mercado de Saúde Suplementar. “Não tenho dúvida de que, um desses caminhos, passa pela redução do número de operadoras Unimed”, enfatizou. Outro caminho é o da intercooperação: “Devemos lembrar que só a intercooperação permite a convergência e a sinergia de negócios, seja entre as cooperativas Unimeds, seja entre a Unimed e outras cooperativas, resultando em ganhos para todos”.
Inovação, cuidados paliativos, modelos de pagamento, terapias especiais, verticalização, auditoria, media training. O mercado da saúde suplementar exige, de maneira cada vez mais rápida, que dirigentes e profissionais envolvidos com o setor se atualizem em diferentes frentes. Além de toda a programação de palestras, os presentes puderam conhecer novas soluções e projetos de parceiros de dentro e de fora do Sistema na Feira de Negócios, bem como fazer novas conexões.
O Suespar é o maior evento das Unimeds do Estado do Paraná. E é organizado pelos diretores e colaboradores da Federação Unimed Paraná. A diretoria da cooperativa (Paulo Faria – presidente, Faustino Garcia Alferez – diretor de Saúde e Intercâmbio, Alexandre Bley – diretor Administrativo e Financeiro, Omar Genha Taha – diretor de Inovação e Desenvolvimento, e Durval Francisco dos Santos – diretor de Mercado e Comunicação) define o tema, os diretores Faustino Garcia e Omar Taha, juntamente ao Núcleo de Desenvolvimento Humano, definem o conteúdo (grade) e o diretor Alexandre Bley, juntamente à comissão organizadora (composta de uma equipe multidisciplinar de colaboradores), trabalha na organização social e logística do evento.
“Sou um dos responsáveis pela grade técnica do Suespar, há muito tempo, e, há alguns anos, o NDH foi convidado a contribuir, por meio do diretor da área responsável pela Inovação e Desenvolvimento. Buscamos também instigar as Singulares a fazerem sugestões, de modo que o evento possa ser realmente proveitoso. O resultado tem sido gratificante”, avalia o diretor de Saúde e Intercâmbio.
Para Taha, a experiência da elaboração do 28º Suespar foi desafiadora. “Eu já havia participado de várias edições, mas sempre como espectador. Essa foi a primeira como um dos organizadores. A responsabilidade era grande, no sentido de atender as expectativas do primeiro grande evento póspandemia”, avalia.
Bley concorda: também foi seu primeiro evento como um dos organizadores. “Havia uma ansiedade geral em proporcionarmos um reencontro presencial. Foram meses de preparo. Sou muito grato de ter comandado um time altamente comprometido e por fazermos uma entrega de um evento reconhecido por todos. Agora, é trabalhar para o 29º Suespar”.
Presença no Suespar
Além do presidente da Unimed Paraná, presidente da Unimed do Brasil, presidente da Unimed Foz do Iguaçu e presidente do Sistema Ocepar, também estiveram presentes na mesa de honra Adelson Severino Chagas, presidente da Unimed Participações, Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed e Faculdade Unimed, Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Unimed Nacional, Nilson Luiz May, presidente da Unimed Mercosul e Unimed Rio Grande do Sul, Alberto Gugelmin, presidente da Unimed Santa Catarina, Roberto Yosida, presidente do CRM-PR, e Nerlan Tadeu de Carvalho, presidente da Associação Médica do Paraná.
Patrocinadores e apoiadores
O evento contou com o patrocínio e apoio da Unimed do Brasil, Unimed Nacional, Seguros Unimed, Unimed Participações, Faculdade Unimed, Unimed Mercosul, Medilar, Unicred, Uniprime, Investcoop, DentalUni, Amplimed e InterAll, Lar e saúde, XVI Finance, Praisce, Biodoc, Compar, EmedBR, Warren, Upflux, Uniair, Midiograf, Asas Health, Mölnlycke, RAC engenharia, Unimed Foz do Iguaçu, Sistema Ocepar e Sescoop.
NDH da Unimed Paraná debate ESG
O Núcleo de Desenvolvimento da Unimed Paraná (NDH) realizou o tradicional pré-evento do Suespar, reunindo representantes das Unimeds para discutir o “ESG – um novo olhar da Sustentabilidade”. O conceito, com a sigla em inglês para ambiental, social e governança, faz parte da raiz para a construção de grandes modelos de negócios no mundo.
É natural que o tema seja tratado pelo Núcleo de Desenvolvimento Humano, um comitê multidisciplinar que agrega profissionais das mais diversas áreas para repensar o modelo de trabalho e a maneira como as cooperativas Unimeds relacionam-se com seus cooperados e outros públicos.
Aberto por Omar Genha Taha, diretor de Inovação de Desenvolvimento da Unimed Paraná, e o diretor desse comitê, o objetivo foi refletir sobre o entendimento dessa nova sigla, que surgiu para substituir a palavra “sustentabilidade” e as novas práticas que esse entendimento exige. Em sua fala, Taha lembrou que não existe nada mais ESG do que o cooperativismo e destacou as lives realizadas nos últimos três meses pela Unimed Paraná sobre o assunto. Divididas entre os pilares Ambiental, Social e Governança, as palestras contaram com a experiência de palestrantes, como Larissa Gobbo, Cláudia Coser e Paulo Cruz Filho, respectivamente.
Luiz Gustavo Comeli, assessor de Inovação da Unimed Paraná, reforçou as palavras de Taha, lembrando que o ESG, não é um simples modismo, veio para ficar. Entre outras coisas, o ESG olha a questão de gestão de risco, de dentro para fora e de fora para dentro das empresas. Por isso, é tão importante. Ele reforça as visões ambiental e social do negócio, mas antes de tudo, possibilita uma governança mais efetiva.
Leonardo Boesche, superintendente da Ocepar/ Sescoop/PR, aproveitou o encontro do NDH, para fazer o lançamento do Programa do ESG do Sescoop, o ESG+COOP – Certificação de Cooperativas, no qual enfatizou que não basta ser ESG, tem que demonstrar. “O objetivo é criar um programa de monitoramento, avaliação e certificação das cooperativas do Paraná”, explicou, oportunizando que as cooperativas se comparem umas às outras e sejam estimuladas a uma competição saudável no desenvolvimento do conceito ESG. “Não queremos inventar nada, temos que trabalhar com o conceito que já existe”, explicou.
Boesche também falou do PRC 200 (Planos estratégicos das cooperativas do Paraná) e do programa de compliance, reforçando a importância de ações como essas. Sobre o ESG+COOP, o superintendente informou que o programa de formação será lançado nos próximos dias e já conta com duas instituições parceiras do Sescoop, a ISAE e a PUCPR. Um manual está em elaboração para detalhar a certificação. “Temos que alinhar as práticas da cooperativa ao ESG, porque o ESG tem que fazer parte da estratégia da organização”, disse.
O superintendente ressaltou, ainda, que o programa está alinhado com um curso de mestrado e conta com o apoio de duas Instituições Internacionais: uma francesa e outra da Índia. “Temos que conseguir comprovar de forma sistêmica o que o cooperativismo pode demonstrar das práticas do ESG”. Finalizou dizendo que a cooperativa já tem trabalhado com processos inovativos, mas, ainda, um pouco fechada para a inovação ‘aberta’, como as startups por exemplo.
A engenheira ambiental Larissa Gobbo, especialista em ESG, foi a última a falar. Em sua fala, ela complementou o conceito de ESG, reforçando a valor de cada um de seus fatores, ambientais, sociais e de governança. E destacando a importância de usá-los como parte da estratégia de negócio de uma empresa. Algo extremamente apreciado por clientes, permitindo muitos ganhos ao negócio, inclusive mais rentabilidade no longo prazo.
Com mais de 14 anos de experiência na área ambiental, Larissa tentou trazer práticas de outras empresas para exemplificar como o ESG pode ser aplicado no Mercado do cooperativismo. Discutiu estratégias de negócios práticos para que as Singulares e a Federação consigam entender o processo. Entretanto, reconheceu que o conceito ainda é novo e as pessoas estão apenas começando a entendê-lo.
Logo após a explanação da engenheira, as Unimeds apresentaram seus cases:
- Apucarana – amigos da APAE
- Cascavel – Programa para Formação de Cuidadores de Idosos
- Londrina – Curso na área de atendentes – saúde
- Paranavaí – Atenção Primária à Saúde (APS) – Plano essencial
- Pato Branco – Programa de gerenciamento de resíduos CO²
- Ponta Grossa – Unimed Sustentável
- Campo Mourão – Projeto Atitudes do Bem
- Maringá – Selo de qualidade e sustentabilidade
- Cascavel – Selo de Governança e Sustentabilidade – Diamante
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