Três médicos, um hobby: Card Games
Cooperados atuantes em Ponta Grossa contam a importância e a influência desse jogo em suas vidas
APESAR DE TEREM CURSADO A FACULDADE DE MEDICINA na mesma época em Curitiba, foi em Ponta Grossa que os médicos César Augusto Bandeira, Felipe de Souza La Rocca e Diego Jantsk Marques da Silva se reuniram por algo além da profissão. Atualmente colegas de trabalho no Hospital Geral Unimed (HGU), eles contam que, nas horas vagas, são os Card Games que promovem descontração e relaxamento em suas rotinas.
Cada um com sua história, rotina e estilo de vida, eles compartilham da mesma opinião: a melhor parte do jogo é a interação entre amigos. “Esse hobby é uma ótima válvula de escape, além de ser algo que não se faz sozinho. A interação humana vira regra”, conta Bandeira. Ele chegou a comprar uma mesa específica para jogar com um grupo de amigos, contudo, pela praticidade, costumam jogar na loja Armada Nerd, onde sempre aparece alguém novo.
Bandeira começou a jogar durante a residência, em 2010, onde haviam outros residentes que jogavam. Segundo ele, jogo exige muito raciocínio. “É preciso interpretar o que está escrito nas cartas. Isso me ajudou a ver as coisas de maneira diferente”, ressalta. Conforme conta o médico, a maior dificuldade, é o tempo para organizar as cartas e a maior habilidade que se precisa para jogar é saber um pouco de inglês para interpretar corretamente as cartas. Com uma rotina agitada, Bandeira tenta jogar semanalmente nos sábados à tarde. “Jogo quando o trabalho deixa, mas chego a ficar um mês sem jogar”, lamenta. Por falta de tempo, ele participa de competições muito eventualmente. “Manter um baralho competitivo nas competições requer tempo e dinheiro. Então, acabo ficando no casual mesmo”. Prestes a se tornar pai, Bandeira confessa que seu sonho é que seu filho compartilhe com eles os hobbies. “Sejam os meus ou os dele. Nada é melhor que isso”, contou.
Desde a escola
Quem apresentou o jogo para César Augusto Bandeira foi Felipe de Souza La Rocca. Ambos atuam como anestesistas no HGU. O primeiro contato de La Rocca com Magic, o card game mais conhecido e jogado, foi em 1997. Ele conheceu o jogo por meio de uma revista que falava sobre RPGs e jogos de tabuleiro. Na época, o game logo virou febre entre seus amigos e colegas da escola. “Joguei por uns anos até chegar à época do vestibular e faculdade. Ainda jogava um pouco on-line, mas muito pouco em função de horários de estudo e aulas. Em 2013, um amigo me pediu para ensiná-lo a jogar e acabei voltando de vez. Tenho como hobby na minha rotina desde então”, conta.
La Rocca também lembra a importância das amizades proporcionadas pelo jogo. “Desde que comecei a jogar, o Magic me trouxe muitos amigos e até mesmo contatos profissionais, tendo em vista que meus sócios também jogam. Também me proporcionou várias viagens para torneios, como São Paulo e Nova York”. O Magic e outros card games contam com plataformas on-line para jogar, possibilitando uma prática mais solitária, mas a preferência do anestesista é de jogar com amigos. “Inclusive fiz muitos amigos jogando”, relatou.
Ainda de acordo com La Rocca, os card games o ajudam a sair da rotina. “Pensar em formas de jogar estimula o cérebro e nos mantêm atentos. Para nós, que trabalhamos cuidando da vidas todos os dias, é muito importante ter alguma atividade que não esteja relacionada ao trabalho. E mesmo não tendo essa relação, as amizades e os contatos que fazemos podem ajudar indiretamente na profissão”, contou.
Da faculdade para os torneios
Diego Jantsk Marques da Silva é chefe da cardiologia HGU e também pratica o jogo. Com uma rotina agitada, dividida em atendimentos no consultório, plantões na Unidade de Cuidados Avançados e no Pronto Atendimento do HGU, atividade física, cuidados com a casa e a família, ele conta jogar Magic: the Gathering (MTG) on-line em casa. “E pelo menos umas duas vezes no mês vou até a Hobby Store aqui de Ponta Grossa (Armada Nerd), para jogar torneios de MTG com os amigos”, conta. Ele começou a jogar no primeiro ano de faculdade, em 1999. O jogo lhe foi apresentado por um colega de turma que tinha os cards. “Ele ensinou o jogo a mim e a outros colegas, e passamos a nos reunir para jogar”, lembra. Em 2001 Silva participou do seu primeiro torneio, o Grand Prix Curitiba. “Participei de alguns torneios pequenos e abandonei o hobby em 2003. Joguei um pouco entre 2009 e 2011 e estou jogando com mais frequência há 1 ano”, relatou. Segundo o médico, além das amizades proporcionadas, o joga treina a concentração, a memória e tomadas de decisão sob pressão. “É um jogo complexo com muitas variáveis e, por isso, é fascinante”, destacou. Na opinião dele, atualmente está mais fácil de aprender o jogo, já que uma nova plataforma on-line está disponível:
o MTG Arena, que possui vários tutoriais e uma interface bem intuitiva. Além dos torneios locais, ele tenta participar de torneios grandes, com os Grand Prix, que acontecem em eventos chamados Magic Fest. “Este ano temos dois em São Paulo e já estou me preparando para o evento que acontece em Abril. Ah! E o Dr. Felipe também vai participar do torneio!”, comemorou.
FELIPE DE SOUZA LA ROCCA
34 anos, natural de Três de maio- RS Formação: 2012, Fac. Evangélica do PR Especialização: Anestesiologia
Possui outro hobby? Hobbies não me faltam… (risos). Também gosto muito de videogames e motociclismo… mas estes são outra história.
Um sonho: O sonho de todo jogador competitivo de Magic: chegar ao top 8 de um grande evento como um Grand Prix.
CESAR AUGUSTO BANDEIRA
37, casado, prestes a se tornar pai, natural de Curitiba PR
Formação: 2009, UFPR
Especialização: Anestesiologia
Possui outro hobby? Eu adoro colecionar videogames antigos e fazer fliperama Um sonho: Meu sonho é que meu filho compartilhe comigo os hobbies, sejam os meus ou os dele. Nada é melhor que isso.
DIEGO JANTSK MARQUES DA SILVA
38 anos, casado, pai de 2 meninas, natural de Ourinhos, SP
Formação: 2004, UFPR
Especialização: clínica médica, cardiolo-gia e eletrofisiologia
Possui outro hobby? Meu outro hobby é a bike! Porque é importante que todos tenham um hobby? Porque é uma forma de exercitar a mente e o corpo de uma forma diferente da que nos habituamos durante as atividades profissionais.