Na coluna dessa semana, a Uniprime fala sobre a variação da taxa Selic. Confira!
A taxa Selic é considerada a taxa básica de juros do mercado financeiro brasileiro. Ela é definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) que, de acordo com uma série de análises, pode aumentar, diminuir ou mantê-la nos níveis atuais. A taxa Selic baliza os demais juros da nossa economia e tem interferência direta na rentabilidade dos produtos de aplicação financeira de renda fixa – e, de maneira indireta, também nos produtos de renda variável. Poupança, RDC, CDB, LCI, LCA e tesouro direto são alguns exemplos dos investimentos que utilizam a taxa Selic como índice de correção. Diante disso, entender as razões de como essa taxa varia faz diferença no momento de escolher em qual produto investir.
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Em geral, quando a taxa Selic está em alta os produtos de aplicação de renda fixa se tornam mais atrativos e as pessoas tendem a sair do risco da renda variável, fazendo com que eles percam rentabilidade – e até mesmo gerem prejuízos. Quando o cenário é inverso, os investidores tendem a correr mais riscos, gerando uma tendência de alta para os produtos de renda variável.
O primeiro fator que interfere diretamente na movimentação da taxa Selic é a inflação: quando os índices inflacionários estão abaixo da meta estipulada, o COPOM tende a reduzir a Selic para incentivar o consumo e, consequentemente, não incentivar as aplicações financeiras, barateando o crédito para empresas e Pessoas Físicas. Se os índices inflacionários estão altos, a tendência é inversa: a taxa tende a subir para frear o consumo.
Outro fator a ser analisado é a taxa de câmbio: quando o Real está valorizado (moedas estrangeiras com cotação baixa), as exportações brasileiras ficam prejudicadas, pois os produtos brasileiros (principalmente commodities) ficam mais caros para outros países comprarem.
Nesse cenário, o COPOM tende a baixar a taxa de juros, fazendo com que aplicadores internacionais tirem dinheiro do Brasil. Essa saída de moedas estrangeiras derruba a cotação do Real e aumenta a cotação do Dólar, por exemplo. Já quando a cotação de moedas estrangeiras está alta frente ao Real, o COPOM tende a aumentar juros, incentivando a aplicação no Brasil por investidores estrangeiros, o que tende a derrubar o preço dessas moedas.
As taxas de juros praticadas por outros países também interferem na variação da taxa Selic, pois o investidor estrangeiro tende a preferir economias mais desenvolvidas (EUA, Alemanha, Japão, entre outros) quando as taxas pagas são parecidas. Neste caso, quando as taxas de juros de países desenvolvidos estão em baixa, o COPOM pode reduzir as taxas no Brasil; quando essas taxas mundiais estão em alta, a tendência é de aumento da taxa Selic para manter o dinheiro de investidores estrangeiros.
Um último fator que deve ser analisado são os relatórios das reuniões do próprio COPOM. Neles, os integrantes do comitê explicam os fatores que os levaram a manter, aumentar ou diminuir a taxa, e projetam as movimentações da Selic para próximas reuniões.
Fonte: Uniprime