A virada de 31 de dezembro para 1º de janeiro, na nossa cultura, não é uma simples mudança no calendário. Carregada de simbolismo, a data é uma oportunidade de fazer um balanço da vida e atualizar os desejos para os próximos 365 dias. Para dar um empurrãozinho nessas conquistas, é comum recorrer a simpatias e rituais de ano-novo. Seja pela efetiva crença que eles dão certo ou por aquela certeza de que “mal não vai fazer”, muita gente tira um tempinho para se dedicar a essas tradições, que prometem saúde, amor, paz, sucesso, prosperidade e tudo de melhor que a vida pode oferecer.
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Desejando que seu 2023 tenha tudo isso e muito mais, separamos uma lista com os principais rituais de ano-novo e suas origens. Confira!
Comer 12 uvas
A uva é um dos alimentos mais importantes da ceia, não pode faltar na mesa. Para trazer prosperidade, segundo a crença, é preciso comer 12 uvas à meia-noite – cada uma representando um mês do ano. A superstição vem da Espanha, quando o rei Alfonso XIII, depois de uma colheita farta, distribuiu a fruta na véspera de ano-novo. Aqui no Brasil, para garantir dinheiro no bolso, a tradição pede ainda que os caroços sejam guardados na carteira.
Pular sete ondas
Para quem vai passar o réveillon na praia, essa é uma das principais tradições. A cada pulo, um pedido deve ser feito. A tradição sintetiza bem os desejos de ano novo: deixar para trás o que foi ruim e atrair sorte para o ano que está por vir. O ritual veio da umbanda e tradicionalmente tem como objetivo homenagear Iemanjá, orixá das águas e do mar.
Comer lentilha
O costume de comer lentilha no ano-novo foi trazido ao Brasil por imigrantes italianos. A leguminosa, por parecer antigas moedas, é símbolo de fartura e riqueza. Na Itália, tem até um ditado que diz “Lentilha no Ano-Novo, dinheiro o ano todo”. Em italiano a frase rima, o que talvez tenha ajudado na popularização. Fica assim: Lenticchie a capod’anno franchi tutto I’anno.
Comer romã
Além da lentilha, outro alimento que costuma dar as caras na mesa dos brasileiros no réveillon é a romã. A fruta simboliza fertilidade e abundância e comê-la na virada de ano é uma tradição que veio da Grécia. Pelo catolicismo, o consumo é mais no Dia de Reis, em 6 de janeiro. As sementes de romã, assim como as de uva, devem ser guardadas na carteira para atrair sorte e riqueza. Não há uma quantidade exata, alguns falam três sementes, outros sete.
Guardar uma folha de louro na carteira
Para atrair fartura na vida financeira, um dos rituais mais fáceis de serem feitos é guardar uma folha de louro na carteira. Sim, se seguirmos essa tradição, a da uva e da romã, a chance de a carteira ficar um pouco bagunçada é grande, mas o que vale é a intenção. Na antiguidade, a coroa feita de louros era uma distinção concedida a heróis gregos e romanos. Ou seja, a planta representava a vitória.
Comer peixe ou porco – aves, nem pensar!
Reza a lenda que dá azar consumir peru, frango ou qualquer ave que cisca no réveillon. O movimento para trás representaria um “atraso de vida”. É por isso que o porco e o peixe costumam ter mais espaço na mesa. O hábito de comer bacalhau, especificamente, vem dos portugueses e está relacionado a prosperidade e fartura. E a carne de porco, como o tradicional pernil e o leitão à pururuca, é vista como fonte de abundância.
Brindar com espumante
O vinho espumante é uma daquelas coisas que não podem faltar na virada de ano. O ato de estourar a rolha e deixar um pouco da bebida escorrer pela garrafa é símbolo de prosperidade. E depois, é claro, vem o brinde, uma oportunidade de desejar o melhor para quem amamos. Na tradição cristã, o vinho sempre esteve ligado à ideia de celebração. E o espumante, por ser dourado e originalmente consumido por classes mais abastadas, virou sinônimo de luxo.
Usar roupas brancas ou coloridas
Na noite de réveillon, mais do que em qualquer dia do ano, as cores das roupas têm significados bem específicos. Vermelho é para atrair paixão. Rosa, amor. Verde, saúde. Amarelo, dinheiro. Azul, harmonia. Laranja, energia. Dourado, riqueza. Branco, paz. E é esse último, o branco, que costuma prevalecer, especialmente nas cidades que têm praia. A tradição vem de religiões de origem africana, como a Umbanda e o Candomblé.
Andar com mala dentro de casa
Para viajar mais no ano que está por vir, um dos rituais praticados pelos supersticiosos é dar uma voltinha no quarteirão, ou até mesmo dentro de casa, com a mala vazia e mentalizando os destinos desejados. Outra opção é ficar em pé em uma cadeira, segurando o passaporte e se imaginando durante a viagem. A origem desses rituais é incerta, mas eles são comuns na América Latina.
Soltar fogos de artifício
O colorido dos fogos de artifício no céu é um dos principais símbolos da chegada do ano novo. O costume vem da China, como uma estratégia para espantar os maus espíritos. Aqui no Brasil, a tradição ganhou força na década de 1980, com a queima de fogos na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. A partir de então, várias cidades passaram a organizar o evento como uma forma de celebrar a vida e as conquistas.
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