Transformação digital na saúde

Transformação digital na saúde

E-book sobre e-saúde reúne as reflexões mais recentes sobre como os profissionais da área estão inovando por meio do uso da tecnologia na gestão e nas práticas cotidianas

Tornar a saúde acessível ao maior número de pessoas é um desafio que move a área da saúde. E esse está se tornando um cenário possível, principalmente, pela transformação digital que o segmento vem incorporando nos últimos anos com a inevitável presença da tecnologia, suporte fundamental na promoção da democratização no acesso aos serviços.
Essa jornada vem sendo construída de forma colaborativa por diversos profissionais, e foi se intensificando em decorrência da pandemia. Com isso, ficaram mais frequentes as trocas de experiências, considerando as tecnologias aplicadas no cenário da pandemia, sustentabilidade do setor da saúde e projetos na área de tecnologia em saúde, pois tem sido um dos anos mais desafiadores dos últimos tempos.
Algumas das principais constatações dessa sinergia foram reunidas na publicação eletrônica e-saúde, que consolidou os debates do 6º Encontro de Tecnologia Aplicada à Gestão da Saúde e as informações sobre como os diferentes atores envolvidos na cadeia estão transformando a medicina e chegando até as pessoas, alinhando conhecimento e tecnologia. O evento foi realizado no formato on-line no mês de setembro e foi uma iniciativa organizada pela Unimed Paraná e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) com apoio da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), Academia Médica, Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Distrito Spark Curitiba, Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) e Sebrae.
Em sua 6ª edição, esse é considerado um dos encontros de maior prestígio do segmento no país. Segundo o diretor de Inovação e Desenvolvimento da Unimed Paraná e coordenador geral do evento, William Procópio dos Santos, a proposta sempre foi de um debate a respeito de tecnologia em saúde, ferramentas e processos, envolvendo as Unimeds paranaenses, e que abrangesse todo o setor. “O evento surgiu do planejamento estratégico da Federação Unimed Paraná e com o objetivo de promover o relacionamento institucional com entidades da saúde e tecnologia. Isso é o que tem dado muita força para o e-saúde, pois sabemos que, no mundo e na era da informação, é necessário compartilhar. Se ficar isolado, você não vai crescer e também não haverá crescimento da informação, da inteligência, da tecnologia. E o e-saúde é uma excelente oportunidade para isso. O evento torna-se muito rico porque é construído por várias entidades. A Unimed tomou a iniciativa, mas hoje é um evento da cidade de Curitiba”, afirma Santos.
A busca e a disseminação de informações sobre as novas tecnologias estão no DNA do e-saúde e se tornaram o diferencial do encontro. O especialista em informações da Unimed Paraná e coordenador técnico do evento, Marcelo Dallagassa, conta que, no decorrer dos anos, o evento envolveu cada vez mais os gestores e os próprios colaboradores das Unimeds, além de se tornar uma referência no setor.
“Anteriormente, participava de congressos e via pouca participação de gestores nesses eventos de tecnologia em saúde. Era importante a realização de um encontro em que as Singulares participassem e interagissem efetivamente com o que era discutido nacionalmente. E, nessa história de seis anos, o encontro trouxe um diferencial de cultura na Unimed também, porque essa visão agora está desde a mais alta gestão até a outra ponta. O e-saúde é aberto a todos os colaboradores e também ao público externo, conseguindo levar a discussão entre esses vários stakeholders”, opina Dallagassa.

Principais tópicos
A seguir, um breve resumo dos capítulos do e-book do e-saúde e suas abordagens:
• Inovação focada no paciente: tecnologia melhorando a experiência – Uma pandemia e pacientes hiperconectados mudam tudo e surge então o conceito “Faça você mesmo”. Por meio desses recursos, os pacientes terão acesso à informação da própria a saúde em um tempo real, podendo acessar o registro de saúde de qualquer lugar do mundo e a qualquer momento.
Na esteira das transformações que a tecnologia vem proporcionando ao atendimento de saúde, a telemedicina talvez tenha sido a que mais rapidamente precisou ser adaptada no Brasil com a chegada da pandemia do novo coronavírus.
• Tecnologia e dados que impactam a vida das pessoas – Ciência de Dados como estratégia para levantamento e monitoramento de episódios pandêmicos como o que vivemos. Isso para evitar a disseminação e desencontro de informações que ocasionam falsas estatísticas.
• Sustentabilidade na área da saúde: tecnologia ajudando a superar os desafios no pós-pandemia – Suporte de ferramentas de processos como Lean Healthcare e Medicina Hospitalar que já apresentavam bom desempenho no período pré-Covid-19, com redução nos custos e no tempo de permanência do paciente, apresentou resultados no Brasil de redução de 30% no tempo de permanência do paciente, em média; queda de 25% nos custos; melhora na qualidade dos prontuários; e diminuição de 30% da chamada longa permanência.
O e-book abrange ainda cases e debates que envolvem temáticas como prevenção, medicamentos, gestão, redução de custos, atendimento, até terminologias bem familiares ao meio tecnológico e digital que vêm ganhando espaço na medicina. Entre eles, estão: Machine learning (para aprendizado do comportamento dos pacientes), mineração de processos, business intelligence, heath analytics, robotização de processo entre outros.
É uma verdadeira revolução onde se ampliam as possibilidades de atuação, inclusive sem fronteiras, considerando a abrangência dos meios digitais. Será que chegamos ao futuro? De certa forma, sim, porém é um processo inicial que demandaram muito estudo, dedicação e envolvimento de toda cadeia.

Marcelo Dallagassa: o evento é amplo, envolve todos os stakeholders da área de saúde e tecnologia
William Procópio dos Santos: O e-saúde tornou-se um evento da cidade de Curitiba
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