Saiba como tratar e prevenir LER/DORT

LER
(Foto: Ilustração/Pixabay)

Humberto Bohn Nunes, médico cooperado da Unimed Curitiba, fala sobre o LER/DORT e explica os principais sintomas

Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT) são distúrbios causados principalmente pela repetição exagerada ou inadequada de movimentos. Por exemplo: a digitação por longos períodos, sem pausas e com posicionamento inadequado dos punhos. Além disso, ela pode ser causada por mecanismos de agressão, que exigem muita força na sua execução, como manter uma postura inadequada, usar excessivamente o celular e até mesmo o estresse.

Alguns profissionais podem ter mais chance de desenvolver LER/DORT, como as pessoas que trabalham com computadores, em linhas de montagem e de produção, ou aquelas que operam britadeiras. Digitadores, músicos, esportistas, pessoas que fazem trabalhos manuais também se enquadram. No Brasil, em 10 anos (de 2008 a 2018), a quantidade de casos aumentou 184%.

Principais sintomas de LER/DORT

Existem muitos sintomas que podem indicar LER/DORT e, entre eles, os mais comuns são formigamento, dormência, dor localizada nos ombros ou pulsos, uma dor que irradia ou que pode ser generalizada, desconforto. Há ainda outros sintomas como a fadiga muscular, sensação de peso e fraqueza muscular. É bom lembrar que esses sintomas podem ser acentuados ao realizar determinados movimentos, mas também é importante observar quanto tempo eles duram, quais atividades os agravam, qual a sua intensidade e se há sinais de melhora com o repouso.

Dentre as formas de tratamento é possível recorrer ao uso de medicamentos anti-inflamatórios para aliviar a dor e o desconforto. A fisioterapia também desempenha um papel muito importante na recuperação do paciente. Havendo liberação médica, outras ações como caminhar ao ar livre, correr, fazer exercícios como Pilates ou Hidroginástica são boas opções para ajudar durante o tratamento. Mas reforço, procure sempre seu médico.

Impacto do home office na ergonomia

Desde o início da pandemia, encaramos muitas mudanças na nossa rotina e trabalhar em casa foi uma delas. Isso pode parecer uma tarefa simples, mas o home office é uma modalidade diferente para muitos profissionais. A adaptação ao trabalho remoto gerou um aumento significativo das doenças relacionadas à ergonomia do trabalho e à saúde mental. Na maioria dos casos, os profissionais não possuíam um ambiente preparado para o serviço, associado a uma intensificação das demandas, problemas nas articulações, músculos, tendões, ligamentos e sobrecarga mental acabaram por acarretar surtos de ansiedade, irritabilidade, tornando esses distúrbios cada vez mais comuns.

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Para manter corpo e mente equilibrados e, assim, possuir mais qualidade de vida e produtividade no trabalho, sempre procure intercalar movimentos repetitivos com momentos de descanso, praticar atividades físicas e se alongar, respeitar os limites do corpo e da mente, buscar um ambiente de trabalho ergonomicamente confortável para poder evitar problemas decorrentes deste.

Sintomas podem ocorrer em qualquer região do corpo

Quando se pensa em LER/DORT, logo vem à cabeça dores nos pulsos, ombros, pescoço, porém é bom saber que qualquer região do corpo pode ser afetada por elas. Portanto, as síndromes podem manifestar-se em outras regiões do corpo como, por exemplo, a coluna lombar (se a sobrecarga ocorrer na coluna lombar) ou o tendão de Aquiles (se a pessoa caminha ou corre longas distâncias). E o que fazer para prevenir?

Você pode começar praticando a ginástica laboral! Alongue braços e pernas, realize movimentos circulares com os punhos e pescoço. Além disso, tenha atenção à sua postura, mantenha os seus ombros relaxados, aposte em uma cadeira confortável, faça pausas regulares. E, sempre que possível, evite a sobrecarga mental.

Se você sente dores nos pulsos ao fim do dia, formigamento nas pernas, fique atento! Você pode vir a desenvolver LER/DORT, então não espere, procure agora mesmo seu médico. Aliado ao tratamento adequado e às medidas de prevenção, é possível tratar e evitar novos episódios. Cuidem-se!

Artigo produzido por Humberto Bohn Nunes, médico cooperado da Unimed Curitiba especialista em medicina do trabalho e coordenador médico da empresa do grupo: SOU-Saúde Ocupacional Unimed Curitiba