Como a insatisfação no trabalho afeta a saúde

Insatisfação no trabalho
(Foto: Ilustração/Pixabay)

A insatisfação no trabalho pode estar relacionado à inadequação à função, à cultura da empresa, ao chefe ou ainda à uma dificuldade em desenvolver competências

Na nossa cultura ocidental, não é incomum, nos primeiros passos, nossos pais já tentarem descobrir o que seremos quando crescer. Não raro, desde cedo, nos imaginamos professores, secretários, advogados, biólogos, médicos ou jornalistas. Sonhos daquilo que desejamos nos tornar profissionalmente um dia.  Nesse sentido, o trabalho não é apenas fonte de sustento, mas algo que tem potencial de gerar reconhecimento e satisfação para as pessoas. Idealmente, é uma maneira de expressar os dons com os quais nascemos para o mundo e de deixar o nosso legado, de dar um significado à nossa passagem pela Terra.

Autossabotagem: o inimigo está dentro

De acordo com a estrategista de Carreira Juliana Paes Garcia, atuamos numa verdadeira pirâmide de Maslow. “Quando nossas necessidades básicas estão ameaçadas, como por exemplo um acúmulo de dívidas ou um bebê a caminho, a busca tende a ser primordialmente pela garantia da sobrevivência e por um emprego que ofereça as contas pagas no final do mês. À medida em que conseguimos colocar as finanças minimamente em ordem, conseguimos dar ouvidos àquela voz dentro de nós que busca mais do que sobreviver: que busca satisfação e realização através do trabalho. Por isso, criar um colchão financeiro é tão importante, nos ajuda a permitir que a vida não seja uma eterna busca pela garantia de sobrevivência”, explica Juliana.

Para as pessoas que são infelizes no trabalho, de modo que isso acaba por afetar também seu bem-estar e até a felicidade geral em outras áreas da vida, Juliana lembra que a insatisfação pode estar relacionada tanto à uma inadequação à função exercida, à cultura da empresa, ao chefe, como a uma dificuldade em desenvolver competências para ser mais reconhecido e exercer melhor sua função. “No entanto, também pode acontecer de o ciclo de vida daquele emprego ter terminado, tendo chegado a hora de desenvolver a próxima etapa da sua carreira”, revela.        

Autodescoberta

A estrategista de carreira lembra que somos seres integrais e sistêmicos: não conseguimos separar nosso trabalho das outras áreas da nossa vida. “Uma insatisfação no trabalho afeta o humor, a energia, a paciência e capacidade de se relacionar com empatia. “Isso acaba virando um ´buraco negro´ de energia que afeta negativamente não só a nossa vida, como a das pessoas que estão ao nosso redor. E, em graus mais elevados, pode também afetar nossa saúde”, alerta Juliana. A profissional lembra que o corpo somatiza as emoções não digeridas, que se transformam em insônia, crises de ansiedade, queda de cabelo, gastrite, entre outras.

A forma de solucionar questões como essa é se propor uma jornada de autodescoberta. Para Juliana, essa é a melhor maneira para iniciar uma mudança. Ou seja, descobrir o que realmente nos faz infelizes no trabalho. “Os pontos positivos ainda compensam os negativos? É o caso de desenvolver uma competência, de trocar de setor, trocar de empresa ou trocar de carreira? É muito válido investir em um acompanhamento de um
profissional, como os estrategistas de carreira, que podem encurtar o
caminho e auxiliar na orientação estratégica da sua carreira”, aconselha. Isso sem contar na necessidade de se buscar manter um colchão financeiro, preparando-se para o momento de decisão. “Ele é sempre útil, pois dá a tranquilidade de poder reavaliar seu caminho e corrigir a rota se for necessário, sem se preocupar com os aspectos mais urgentes da sua sobrevivência”, reforça.

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