A educação corporativa ou educação empresarial é tema que tem evoluído significativamente no campo institucional, particularmente na saúde em função de duas realidades: crescimento exponencial do setor e evolução tecnológica associada às metodologias de ensino. Soma-se a esses fatores o fato de que o setor de saúde, apesar do grande crescimento, passa por uma crise vinculada a custos assistenciais elevados com redução dos recursos necessários para financiamento.
Considerando que todas as medidas convencionais possíveis vêm sendo adotadas para redução desses custos, sem resultados efetivos, temos defendido a tese da necessidade de utilizar duas áreas que terão o potencial de resolver o problema: a inovação e a educação. É o que está acontecendo nas instituições mais prestigiadas do setor de saúde do país, como é o caso do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital Sírio Libanês. Além disso, temos o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, com o Inova HC e tantas outras iniciativas semelhantes.
Na verdade, já existe uma tradição na associação de educação e saúde que vem de instituições acadêmicas de prestígio. Porém, agora, o movimento se inverte. São as instituições de saúde que vêm se transformando em grandes centros difusores de ensino e educação corporativa baseados, principalmente, nas ferramentas digitais.
Trilhas de aprendizado diferenciadas, cursos, treinamentos, workshops, programas e-learning, universidades corporativas e incentivo à educação continuada (longlife learning), com o objetivo de promover o desenvolvimento do colaborador, compõem o universo da educação corporativa.
O conceito de educação corporativa não é novo. Desde os anos 1950 a ideia de educação empresarial já vigorava, no entanto, de forma fragmentada. A expressão educação corporativa ganhou corpo no Brasil a partir da década de 1990. O grande incentivador foi o próprio mercado, com seus inúmeros desafios, elevando a educação a um diferencial competitivo constante.
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Nos anos 2000, o conceito foi sendo ampliado, reforçado pelos avanços tecnológicos e novas práticas de gestão, além da valorização dos talentos das corporações e do entendimento da gestão do conhecimento dentro das empresas.
Segundo Jeanne Meister, uma autora referência sobre educação corporativa, as universidades corporativas são causa e consequência de um novo modus operandi de mundo, desenhado pela era do conhecimento (advento e consolidação da economia do conhecimento, no qual ele é a base para a formação de riqueza). Surgiram num universo na qual há inclusive uma rápida obsolescência do próprio conhecimento. Esse universo tem tornado desafiador para as escolas e empresas tradicionais seguir o ritmo frenético que o mercado e os negócios têm imposto.
Por isso, a todo momento escola e empresa se retroalimentam e criam parcerias em busca de novos modelos que deem conta das demandas que surgem a cada instante. Conteúdos estratégicos e formatos diversos têm sido colocados à prova: webinar, live, blended learning (modelo híbrido – EAD e presencial), realidade aumentada, entre outros.
O objetivo principal é fortalecer as hard skills (habilidades técnicas, na maioria das vezes, adquiridas por meio da educação formal) e estimular ou desenvolver as soft skills (as habilidades comportamentais e emocionais). “Institucionalizar uma cultura de aprendizagem contínua, proporcionando a aquisição de novas competências vinculadas às estratégias empresariais”, como apontam Quartiero & Cerny, no artigo Universidade Corporativa: uma nova face da relação entre mundo do trabalho e mundo da educação, de 2005.
Por ser uma cooperativa, a educação está impregnada na Unimed, desde os seus primórdios. Tanto que, em 1995, nasceu a Faculdade Unimed. Hoje, ela conta com mais de 170 mil alunos capacitados em todo o Brasil, mais de 700 turmas de pós-graduação, 1.250 turmas de curta duração e aperfeiçoamento, entre outras parcerias com diversas instituições de ensino e consultorias em todo o país, constituindo assim a base educacional do Sistema.
Na Unimed Paraná, os investimentos em educação também têm crescido. Treinamentos e cursos direcionados para os diversos públicos têm sido oferecidos, capacitando médicos, colaboradores, dirigentes e inclusive parte da comunidade. Neste ano, até agora, foram quase R$ 2 milhões de reais investidos em educação corporativa, com a ajuda do Sescoop/PR. O crescimento da educação corporativa e a tangibilizacão dos benefícios que ela oferece para a instituição são inegáveis. E provavelmente esse seja um dos elementos que vai nos conduzir para um novo patamar de sustentabilidade, associado à Inovação.
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