Ela veio para ficar? Uso de máscara pode se tornar hábito

Máscara pós-pandemia
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Hábitos adotados na pandemia, como o uso de máscara, diminuíram casos de gripe, pneumonia e demais síndromes respiratórias

Os números da gripe, pneumonia, resfriados e outros vírus respiratórios, como o vírus sincicial respiratório (principal causador de pneumonias graves em crianças) despencou em 2020 em relação a 2019. Em partes, essa redução se deve à prevalência do Sars-Cov-2, o coronavírus, que praticamente monopolizou as infecções respiratórias no ano, mas os hábitos adotados como prevenção à pandemia de Covid-19 também ajudaram a segurar a incidência de outras doenças respiratórias: o distanciamento social, a higiene de mãos e o uso obrigatório de máscaras se mostraram tão eficientes que já há quem defenda a adoção destes hábitos mesmo no pós-pandemia.

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“O uso de máscara é tido como uma estratégia altamente eficaz para a prevenção da transmissão de vírus respiratórios em geral, o que inclui influenza, vírus dos resfriados, vírus sincicial respiratório, vírus que causam pneumonias. Esses vírus sempre foram altamente relevantes antes do coronavírus”, explica o infectologista do serviço de Epidemiologia do Hospital de Clínicas de Curitiba Bernardo Montessanti Machado de Almeida.

“As medidas que foram catapultadas pelo coronavírus são aplicáveis para as outras doenças respiratórias. E a gente pode aprender com a pandemia e incorporar na nossa rotina o hábito dos orientais. Lá, pessoas com sintomas respiratórios, com resfriado ou gripe, utilizam máscara. É comum vermos os orientais circulando de máscara em locais públicos. Uma parte porque está com quadro respiratório e outra por prevenção, em locais de grande aglomeração, como o metrô”, acrescenta.

Queda nas doenças respiratórias causadas por outros vírus

De acordo com o “Informe Influenza”, da Secretaria de Estado da Saúde, em 2019, o Paraná registrou 672 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (complicações que necessitam de internamento) causada por vírus da gripe (influenza), com a ocorrência de seis variantes diferentes do vírus, entre elas, a H1N1. Destes pacientes, 129 foram a óbito. No ano seguinte, foram apenas 96 internações por complicações causadas pelos vírus da gripe, com 96 mortes. O total de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) de 2019, causadas, também por outros vírus respiratórios ou, mesmo, diferentes agentes etiológicos chegou a 5466, com 765 óbitos. Em 2020, ao retirar-se os números do coronavírus, tem-se 1568 casos de SRAG causadas por outros vírus ou diferentes agentes etiológicos, com 127 mortes. Já a Covid-19, matou, no ano, 7614 paranaenses e levou 28.132 pessoas ao internamento hospitalar.

“Praticamente, não temos encontrado os demais vírus em casos de SRAG, mesmo os influenza tiveram uma queda impressionante. Realmente, uma queda assombrosa e não natural. As medidas de prevenção são eficazes e, aparentemente, surtiram efeito muito expressivo sobre os outros vírus”, comentou o secretário estadual de saúde, Beto Preto.

Para Bernardo de Almeida, o coronavírus pode acabar criando esse hábito nos ocidentais. “A tendência é seguir os orientais da época pré-pandemia. Quando se atingir o equilíbrio e a pandemia estiver sob controle, acredito que tende a se tornar uma prática o uso de máscara quando se tiver sintomas respiratórios, ou quando formos para ambientes fechados, de aglomeração, como no transporte público. Seria um hábito saudável e eficiente para reduzir a circulação tanto do coronavírus quanto de todos os outros vírus respiratórios”, conclui.

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