Entenda as ondas de pandemia

Entenda as ondas de pandemia

Confira como a divisão por fases é segmentada pelos especialistas para projeção dos impactos gerados

A terminologia de ‘ondas’ foi uma forma de descrever as etapas pelas quais a sociedade passa durante uma pandemia. Segundo explica o médico epidemiologista e infectologista do Centro de Pesquisa da Unimed Curitiba e do escritório regional do Ministério da Saúde, Moacir Ramos, a situação atual, inclusive, vem sendo caracterizada como uma sindemia pelo fato de estarem ocorrendo mais de um distúrbio de saúde simultaneamente. “Devido ao medo na continuidade do tratamento, temos visto, por exemplo, o agravamento de doenças crônicas. Além disso, a questão emocional vem com a pandemia, em que há um misto de tristeza e medo perante o que está acontecendo”, destaca o epidemiologista.

Na questão mental, Ramos observa que o desgaste emocional é potencializado porque há uma restrição dos fatores distensores, como encontro com amigos e saídas, entre outros, agravando os quadros de depressão e ansiedade. Sendo assim, com o prolongamento da situação, é verificado que cada pessoa lida de forma distinta com o cenário. “Esse jeito de enfrentar e se cuidar ou não no meio do surto vai depender muito da faixa etária. Os jovens se sentem menos vulneráveis e deixam até mesmo de usar a máscara. Já os idosos, até por estarem mais habituados a passarem por situações complexas, acabam se isolando e deprimem com mais intensidade. E isso vai impactar na saúde mental individual de várias formas até que a situação seja resolvida”, observa Ramos.

Sendo assim, as ondas seriam classificadas da seguinte forma, posteriormente ao início do surto inicial:
• 1ª Onda: Mortalidade
• 2ª Onda: Impacto da restrição de recursos para outros pacientes em decorrência à sobrecarga no sistema de saúde
• 3ª Onda: Impacto da interrupção dos cuidados com os pacientes crônicos
• 4ª Onda: Aumento das doenças de característica mental.

O alerta sobre a quarta onda, a onda das doenças mentais, está sendo feito desde março, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e a Associação Paranaense de Psiquiatria-APPSIQ. A orientação reforçada para todos é sempre buscar por auxílio profissional.

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