Esclerose múltipla: como conviver bem com a doença

Esclerose múltipla
(Foto: Divulgação)

Assustador para muitas pessoas, o diagnóstico de esclerose múltipla (EM) costuma aparecer em uma idade produtiva profissionalmente, entre 20 e 40 anos. A doença, que ainda não tem cura, afeta o sistema nervoso e pode comprometer muitas habilidades motoras e cognitivas. Apesar disso, a EM não impacta necessariamente no tempo de vida da pessoa.

Hábitos saudáveis somados aos avanços da medicina ajudam os pacientes com esclerose múltipla a ter uma vida melhor: permitindo estudar, trabalhar, praticar esportes, namorar e engravidar.

O tratamento da Esclerose Múltipla

A doença, que é autoimune, se manifesta a partir de surtos sintomáticos que variam de pessoa para pessoa e que podem durar semanas. Para saber mais sobre os sintomas e tipos de esclerose múltipla, clique aqui. Na forma mais comum da doença (EMRR), os surtos podem acontecer uma vez ao ano. Mas é logo aí que, feito o diagnóstico, se deve iniciar o tratamento.

Existem medicamentos que atuam diretamente para amenizar os sintomas dos surtos e também os chamados “Tratamentos modificadores da doença” (TMD). Esses últimos são de uso contínuo para controlar e reduzir a frequência dos surtos e podem ser de uso diário, ou mesmo de aplicação mensal ou semestral em centros especializados. 

A especialidade indicada para os casos de esclerose múltipla é a neurologia. O tipo de tratamento depende das condições de cada paciente – por isso é essencial o acompanhamento médico.

A orientação médica também é necessária na administração de qualquer outro medicamento ou vacinas. Como os medicamentos do TMD atuam no sistema imunológico, em alguns casos pode ser necessário mudar ou coordenar as datas de aplicação de um e de outro. Assim, evita-se que o tratamento afete a eficácia da vacina, como no caso das vacinas contra a COVID-19.

Práticas saudáveis para esclerose múltipla

Além da administração de medicamentos, é importante manter alguns hábitos saudáveis para prevenir as crises. Estudos apresentados no encontro anual do Consórcio de Centros de Esclerose Múltipla (CCEM) mostraram que aqueles que fazem exercícios regularmente, não fumam e mantêm uma dieta saudável estão vivendo vidas mais longas e saudáveis.

Exercícios físicos

Com cuidado e respeitando os limites de cada pessoa, alguns exercícios ajudam a melhorar a força, equilíbrio e rigidez muscular, além de promoverem o melhor controle do intestino e da bexiga do paciente com esclerose múltipla.

Além disso, a prática de atividades físicas contribui para o bem-estar, reduzindo os níveis de estresse e ansiedade. Algumas práticas que podem ser testadas pelos pacientes de EM: caminhadas leves, exercícios na água, alongamento, yoga, exercícios de fortalecimento muscular. É importante ter orientação médica sobre a intensidade apropriada para cada caso.

Alimentação rica em fibras e consumo de água

Uma dieta rica em fibras e a hidratação adequada com ingestão de água, ajudam a regular o intestino e a evitar a constipação, que é bastante comum entre os pacientes com EM.

Apoios apropriados

Algumas pessoas com esclerose múltipla podem apresentar dificuldades para caminhar ou ter fraquezas que podem provocar quedas. Por isso, é importante avaliar, com ajuda de um fisioterapeuta, os suportes mais adequados – se bengalas, andadores ou outros.

Quem tem esclerose múltipla pode trabalhar?

Depende. Em casos mais avançados, pode ser solicitada a aposentadoria por invalidez. Mas, a depender do grau da doença, é possível que a pessoa trabalhe normalmente – ou com algumas poucas adaptações. Apesar da Lei nº 9.029/95, que proíbe a discriminação no ambiente de trabalho, é muito comum que pessoas com esclerose múltipla, por medo de preconceito, prefiram esconder o diagnóstico de seus empregadores e colegas o tanto quanto possível.

Aliás, importante lembrar: não é obrigatório informar sobre a doença. Mas comunicação franca pode ser uma boa maneira de promover um ambiente mais inclusivo para quem tem esclerose múltipla. Isso feito antes de os sintomas se tornarem visíveis evita que a fadiga e eventuais falhas motoras características da doença sejam confundidos com preguiça, desânimo ou até mesmo embriaguez.

Algumas atitudes de empresas e colegas ajudam no acolhimento ao funcionário com esclerose múltipla:

  1. arquitetura acessível e apoios para reduzir risco de quedas
  2. vaga especial no estacionamento para a pessoa não precisar caminhar tanto
  3. horários flexíveis ou possibilidade de trabalhar de casa (home office)
  4. possibilidade de pausas regulares
  5. adequação entre habilidades, limitações e funções
  6. confidencialidade de informações sensíveis e particulares

Fonte: Viver Bem

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