Gasto inteligente em saúde visa maximizar cada real investido

Relatório do BID aborda estratégias para o gasto inteligente em saúde, guiando os leitores por recursos que oferecem exemplos práticos e explicações detalhadas

gasto inteligente em saúde
(Foto: Ilustração/Shutterstock)

Em um mundo no qual a eficiência dos recursos é cada vez mais valorizada, o setor da saúde não fica de fora na busca por gastos inteligentes. Com o intuito de orientar os formuladores de políticas e gestores de saúde, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicou recentemente o relatório “Gasto Inteligente em Saúde – Como fazer cada real valer a pena”.

O documento apresenta estratégias práticas e ferramentas eficazes, além de se basear em exemplos reais, com o objetivo de promover o gasto inteligente como uma prática comum nas decisões de políticas de saúde, em vez de apenas uma aspiração. Entre elas, a abordagem estratégica e eficiente no uso dos recursos destinados à saúde, buscando alcançar resultados mais significativos e sustentáveis.

De acordo com o documento, muitos países da América Latina e do Caribe (ALC) ainda enfrentam desafios no uso eficiente dos recursos destinados à saúde, com desperdício e falta de transparência, resultando em impactos negativos na qualidade do atendimento.

“Nossos esforços procuram tornar o direito à saúde não apenas uma nobre aspiração, mas uma realidade para todos da região da América Latina e do Caribe. Acreditamos que é necessário cumprir com o gasto inteligente, o qual complementa nossa abordagem mais ampla de promover melhores condições de saúde, reduzir o risco de pobreza associado a problemas de saúde e alcançar a sustentabilidade dos serviços de saúde para toda a população”, afirma Pablo Ibarrán, chefe da Divisão de Proteção Social e Saúde (BID), na introdução do documento.

Visão sistêmica

Diante desse cenário, o relatório propõe uma série de estratégias que podem auxiliar os gestores a direcionar os recursos de forma mais inteligente e eficaz. Uma das principais recomendações é fortalecer os sistemas de informação em saúde, para que as lideranças tenham acesso a dados confiáveis e atualizados, auxiliando na tomada de decisões embasadas em informações sólidas.

Para o BID, ao promover a integração entre os diferentes níveis de atenção e melhorar a coordenação entre os serviços, é possível evitar a duplicação de esforços e a garantir um uso mais eficiente dos recursos disponíveis.

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Outro aspecto abordado no relatório é a necessidade de fortalecer a governança e a transparência no setor da saúde. Isso inclui a implementação de mecanismos de prestação de contas e o estabelecimento de sistemas de monitoramento e avaliação, que permitam acompanhar e avaliar os resultados das políticas e programas de saúde.

O relatório do BID também ressalta a importância de promover a inovação e a colaboração entre os diferentes atores do setor da saúde, incluindo governos, instituições acadêmicas, organizações da sociedade civil e setor privado. A troca de conhecimentos, experiências e boas práticas são apontadas como ferramentas essenciais para o desenvolvimento de soluções mais eficientes e sustentáveis.

Outro ponto enfatizado no relatório é a necessidade de investir em prevenção e promoção da saúde. Ao priorizar ações que visam evitar doenças e promover hábitos saudáveis, é possível reduzir a demanda por serviços de saúde mais caros e complexos. Isso não apenas economiza recursos, mas também melhora a qualidade de vida da população.

O relatório destaca ainda a relevância de se fortalecer a governança e a transparência nos processos de tomada de decisão em saúde. A participação da sociedade civil, a prestação de contas e a avaliação constante dos resultados são elementos-chave para garantir uma gestão eficiente e responsável dos recursos.

Diante dos desafios e limitações financeiras enfrentados pelos sistemas de saúde, o relatório do BID oferece um guia valioso para os formuladores de políticas e gestores, destacando estratégias fundamentais para fazer cada real investido em saúde valer a pena.

A busca por gastos inteligentes em saúde é um desafio contínuo, mas com a adoção dessas recomendações, os países da América Latina e do Caribe podem avançar em direção a sistemas de saúde mais eficientes, equitativos e sustentáveis, proporcionando uma melhor qualidade de vida para suas populações.

Pontos centrais

O relatório explora os princípios fundamentais, ferramentas e estratégias essenciais para tomar decisões eficientes em relação aos gastos com saúde. Ele orienta os leitores sobre os recursos disponíveis, fornecendo exemplos práticos e explicações detalhadas. Embora aborde vários aspectos do gasto inteligente, o relatório concentra-se especialmente nos seguintes tópicos:

  • Comprar as coisas certas: comprar ou fornecer bens e serviços de saúde que ofereçam mais valor em relação ao seu custo, de forma mais equitativa do que outros serviços.
  • Conseguir melhores acordos: encontrar maneiras de comprar os mesmos insumos, serviços e medicamentos a preços mais baixos, ou maneiras de gerenciá-los a um custo menor.
  • Gastar menos com “coisas erradas”: reduzir os gastos com serviços de saúde, medicamentos ou dispositivos que sejam prejudiciais, desperdiçadores ou que ofereçam pouco ou nenhum valor.

*Extraído da página VII do Gasto Inteligente em Saúde – Como fazer cada real valer a pena.

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