Você saiba quais são os estágios do luto? Entenda cada um e saiba quando é o momento de buscar apoio
A morte, apesar de ser uma das únicas certezas da vida, é um dos maiores conflitos vividos por nós, humanos. Durante a pandemia de Covid-19, o tema foi ainda mais debatido e, infelizmente, vivenciado por milhões de famílias ao redor do mundo. Porém, por qual motivo ainda é tão difícil falar sobre a perda de um ente querido e, além disso, vivenciar o luto?
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Por mais que esse seja um processo natural e, inevitavelmente, vivido por todos em algum momento, lidar com a morte de uma pessoa próxima é um processo diferente para cada pessoa.
O que é o luto
Por sua intensidade, o luto pode ser associado a diversos sentimentos, como angústia, tristeza ou saudade, mas na realidade, trata-se de um estado emocional que desperta esses sentimentos. O processo pode desencadear diversas respostas emocionais (culpa, raiva, ansiedade), cognitivas (descrença, confusão) e comportamentais (agitação, choro), que, algumas vezes, precisam ser tratadas com acompanhamento médico.
Viver o luto é o primeiro passo para que a transição entre a ausência do ente querido se transforme em um processo de amadurecimento para a própria vida. Mas, lembre-se: todo processo possui suas fases que precisam do tempo necessário para serem vividas.
Os 5 estágios do luto: uma rota necessária
Como comentado, cada pessoa reage ao luto de uma forma bem particular, de acordo com suas vivências e capacidade para lidar com perdas. Aprofundando-se neste assunto, a psiquiatra suíço-americana Elisabeth Kübler-Ross, decidiu investigar a proximidade da morte do ponto de vista emocional, dedicando seus estudos aos estágios do luto.
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Em sua obra, a psiquiatra descreve cinco estágios como fases não lineares e individuais. Neles, a pessoa pode sentir respostas distintas da mente e do corpo, como angústia, perturbação e situações de mal-estar e hostilidade.
Entenda cada um deles:
1°estágio do luto: negação
É considerado o choque inicial, a reação de defesa. A morte representa a finitude do que é mais importante para todos nós: a vida. Este estágio pode ocorrer até mesmo antes de uma notícia de perda efetiva, ao saber de um ente querido com uma doença terminal, por exemplo.
É um estado temporário e relativamente curto, pois mesmo em negação, nos adaptamos àquela realidade para chegarmos ao próximo estágio.
2°estágio do luto: raiva
Quando já não é mais possível negar o fato da perda, inicia-se um estado de mágoa intensa, revolta, inconformismo e ressentimento.
O momento é muito delicado, e é importante que quem está por perto aja com extrema cautela, afinal, as reações da pessoa enlutada podem ser incoerentes. É possível que ela sinta inveja de quem está sadio ou nutra um sentimento de injustiça. A raiva pode se tornar patológica quando chega a um nível crônico.
3°estágio do luto: barganha
O estágio da barganha se caracteriza pela negociação, seja com a própria dor ou com uma força maior. Geralmente, a pessoa enlutada pensa em fazer promessas ao universo, a Deus ou a outros símbolos de crença. É como se uma esperança profunda o envolvesse e, de alguma maneira, aquela dor pudesse ser revertida.
4°estágio do luto: depressão
Nesta fase, a pessoa já acumula sentimentos profundos de tristeza acompanhados de solidão e saudade. Estas emoções a debilitam em aspecto físico e emocional. A intervenção ativa das pessoas mais próximas nesse momento é essencial para evitar que o luto se torne uma depressão silenciosa.
Executar atividades para o bem pessoal e estar perto de pessoas que despertam sentimentos positivos fazem com que esta fase passe com menos carga e se aproxime mais rapidamente do próximo estágio.
5° estágio do luto: aceitação
De acordo com os estudos da psiquiatra, o último estágio do luto não é quando não existe mais saudade ou dor, mas, sim, quando o sentimento se assossega e as respostas emocionais passam a ter mais paz e condições de seguir com a organização da vida.
O luto é um processo que necessita de passagens mais difíceis, com uma curva intensa de sentimentos. A fase da aceitação faz com que o indivíduo se transforme de uma pessoa enlutada em uma pessoa que enfrentou uma perda.
Superar não é o mesmo que esquecer, ao mesmo tempo que atravessar o luto pode depender de todas estas fases vividas e de muito apoio – seja ele um carinho ou o acompanhamento profissional.
Dicas para passar por esse processo
Libertar nossas emoções faz bem. Não só no processo de luto, mas em todos os aspectos da vida. Permita-se chorar se esse for o seu desejo. Neste momento, o enlutado precisa de acolhimento para que possa revelar suas próprias emoções, sem aprisiona-las. Cada pessoa precisa viver o luto à sua maneira.
Se para você estiver muito difícil passar por este percurso sozinho, peça ajuda. Crie sua rede de apoio, aproxime-se dos familiares. Falando a respeito ou mesmo que em silêncio, muitas pessoas preferem amenizar a dor sentindo o calor da vida por perto.
Acima de tudo, não se omita caso perceba que há algo errado. Isso também é importante ao observarmos nas pessoas que estão ao nosso lado e passam pelo processo do luto. Voltar a trabalhar poucos dias após perder alguém e encher a agenda de compromissos, por exemplo, pode ser um ponto de atenção. Agir assim é uma forma de adiar um processo que, cedo ou tarde, vai acontecer e, neste caso, é importante buscar por cuidados especiais.
Com esta ajuda, aos poucos, você vai perceber que voltar à rotina pode ser algo importante. Mas se esta rotina te trouxer memórias dolorosas, converse. Quem sabe uma mudança de hábitos provisória não fará bem? O importante é se manter ativo para se conectar com o mundo e consigo.
Fonte: Unimed