As mudanças no mercado de trabalho são um desafio para os líderes, que precisam se adaptar rapidamente junto às suas equipes
Em um mundo com transformações tão velozes e profundas, quem tem a missão de liderar uma equipe precisa estar preparado para lidar constantemente com novos desafios. E isso exige mudar a forma de pensar e agir.
Segundo a professora Maria Augusta Orofino, as formas de trabalhar estão desatualizadas, a começar pela falta de flexibilidade, que é um resquício da era industrial.
“Não temos mais uma linha fabril em que todos precisam estar no mesmo horário. Precisamos de um sistema flexível e que possa lidar com as complexidades do mundo atual”, disse.
Na visão da professora, diante das mudanças no mercado de trabalho e dos novos desafios, as empresas precisam promover a visão de coletividade e o propósito, criar uma infraestrutura que valorize a colaboração e ter mais facilidade para se adequar às mudanças.
“Organizações adaptáveis movem-se com mais rapidez, são mais ágeis, promovem mentalidade de protagonistas, melhoram a produtividade e ampliam o engajamento”, disse ela, ressaltando que a produtividade precisa deixar de ser organizada em torno de tarefas e ser transposta para valor – impacto positivo para o cliente.
Também no âmbito dos resultados, a professora destaca a necessidade de criar vínculos para gerar comprometimento – o que “é uma das bases para o trabalho em equipe e para a formação de times de alto desempenho”. Ela ressalta também que “não basta mudar práticas, tecnologias e serviços se as pessoas não forem ajudadas a mudarem seu mindset”.
Protagonismo, engajamento e autonomia
Maria Augusta lembra que muitos líderes desejam ter um time cheio de protagonistas. No entanto, na hora de dar autonomia, nem todos conseguem.
“Se eu quero protagonismo, engajamento e responsabilidade, preciso dar autonomia. E para que as pessoas tenham essa autonomia, confiança é fundamental”.
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Outra característica muito importante a ser desenvolvida, segundo a palestrante, é a liderança ambidestra. Ou seja, ser inovador; ter criatividade; implementar novas formas de trabalho; estimular o protagonismo; promover a diversidade, a inclusão e a aceitação do erro; e também cuidar das metas.
“A régua tem subido. Não é fácil ser líder. Mas quando eu tenho uma vontade, encontro uma maneira”, finalizou.
Quem não se adapta, perece
De acordo com o palestrante Carlos Piazza, estamos presos ao passado, perdidos na segunda revolução industrial. Isso porque as escolas continuam ensinando profissões que não existem mais. As empresas, enxergando o erro como algo ruim. E as pessoas, sendo incapazes de pensar no futuro e perpetuando processos e atitudes que não fazem mais sentido diante dos novos desafios.
“Nosso sucesso vai depender da nossa capacidade de antecipação da mudança. Será que a gente está pronto para nunca mais estar pronto? Será que a gente tem noção que tudo se move?”, provocou.
Com tantas transformações – e por que não dizer, dúvidas em relação ao futuro -, Piazza defende que é preciso ser criativo e “adaptágil” (uma mistura de adaptável com ágil). “Criatividade não é dom, é técnica. E dá para aprender muito bem”.
Especificamente sobre RH, o palestrante disse que o formato tradicional não funciona mais e que não dá para tratar humanos como recursos. “Temos que abandonar a liderança transacional e adotar a transformacional, para trazer inovações, transformar o setor”.
Quanto ao futuro, Piazza foi enfático: “Se você não quer que um robô tire seu trabalho, deixe de trabalhar como um. Produzir dados não é tarefa de gente. O ser humano tem que estar destravado para ser criativo. Ou você se adapta ou você perece”.