Os 50 anos do Sistema Unimed no Paraná mostram a força do cooperativismo médico no estado e a importância de estar atento às transformações
Completar o Jubileu de Ouro é motivo de extremo orgulho e comemoração para todos que constroem, diariamente, o Sistema Unimed Paraná. Médicos, dirigentes, colaboradores e beneficiários que, nos últimos 50 anos, ajudaram a escrever essa história de sucesso, agora embarcam em um novo desafio rumo ao futuro que, apesar de incerto, guarda grandes – e permanentes – transformações para o mercado da saúde.
Em um momento de reflexão sobre os anos que se passaram e os que estão por vir, o presidente da Federação Unimed Paraná, Paulo Faria, destaca o ritmo acelerado que os novos tempos exigem, impulsionando ações imediatas dentro de cenários de curto e médio prazos. Inovações, novos negócios e diferentes maneiras de pensar a saúde serão necessárias e, para isso, o esforço conjunto em prol de uma mudança cultural é fundamental. Confira na entrevista com o presidente uma breve retrospectiva desses 50 anos e a expectativa para os novos desafios e oportunidades que virão.
Saiba mais: 50 anos do Sistema Unimed no Paraná: uma história que emerge da crise
Revista Ampla: Com o senhor avalia o desempenho do Sistema Unimed no Paraná neste Jubileu de Ouro?
Paulo Faria: O Sistema Unimed no Paraná está construindo desde a década de 1970 uma base sólida e perene. Tudo começou com a criação de duas cooperativas nos municípios de Londrina e Curitiba, em 1971. Quase 10 anos depois, foi formada a Unimed Federação, e o Sistema encerrou a primeira década com cinco Singulares e uma Federação. Para alcançar esses resultados, partimos sempre dá sustentação de um crescimento gradual, porém com consistência, pautado por uma atuação voltada aos valores presentes nos princípios cooperativistas.
Nessa trajetória, institui-se uma cultura que virou referência à qualidade assistencial, ao acolhimento e ao atendimento diferenciado e personalizado do nosso beneficiário. O médico cooperado tem participação efetiva na vida das cooperativas, decidindo os rumos a serem trilhados e, em contrapartida, as Unimeds têm proporcionado cada vez mais condições adequadas de trabalho e remuneração. Possuímos um corpo de colaboradores, constituído de mais de seis mil pessoas, altamente qualificado, que diariamente mantém o excelente nível das operações.
Considero, ainda, que chegamos a este meio século com extrema robustez, percepção dividida com a sociedade. Atualmente, o Sistema Unimed é reconhecido como uma sociedade cooperativa de alta relevância em todas as cidades em que estão constituídas as Singulares. E isso passa pelas esferas econômica, de desenvolvimento humano, social e ambiental. Formou-se uma relação de proximidade com as comunidades em que temos presença.
Revista Ampla: Qual o sentimento em relação a essas conquistas?
Paulo Faria: Posso afirmar que para todos é motivo de orgulho possuirmos um Sistema coeso, integrado e de sucesso. Chegamos aos 50 anos com equilíbrio financeiro, potencial econômico, e balizados por nossos valores. A partir disso, temos a satisfação de entregar um serviço diferenciado para a sociedade paranaense e sermos reconhecidos por isso.
Revista Ampla: Como o senhor entende as implicações da pandemia nesse cenário e quais foram os principais desafios?
Paulo Faria: A pandemia, pela qual ainda estamos passando, representou um desafio enorme para toda a sociedade, em especial para o setor de saúde. Todos do Sistema Unimed deram o máximo para que nossos beneficiários tivessem o melhor atendimento. Nossos médicos se desdobraram a fim de atender a todas as necessidades assistenciais que neste ano foram intensas. Entretanto, esse turbulento e trágico período gerou oportunidades de auxílio e aproximação com nossos cooperados, e deixou clara a importância da cooperativa. Tivemos também que implantar rapidamente a modalidade de home office para proteger nossos colaboradores, e pudemos constatar com satisfação que a produtividade foi mantida.
Independentemente do cenário, as parcerias estabelecidas e que podem auxiliar em momentos desafiadores se mostraram fundamentais. Surgiu nesse período um apoio mútuo, e houve um esforço conjunto quando a crise foi mais intensa, envolvendo diversas pessoas na Unimed Paraná. Todas estavam focadas na busca de solução e cuidados para atender quem precisava. Esse foi um grande diferencial.
Sem querer polemizar a situação, destaco que depois de tantas tentativas e impossibilidades, finalmente o teleatendimento se tornou uma realidade. E outros cenários que pareciam impossíveis, como a expansão de leitos e ampliação na prestação de assistência, foram concretizados. Saber aproveitar essa crise abriu uma série de possibilidades para avançarmos na área da saúde.
Revista Ampla: Quais estratégias o senhor acredita serem necessárias para os próximos 50 anos do Sistema Unimed?
Paulo Faria: Tudo está mudando de forma muito veloz e as resoluções precisam acompanhar esse ritmo. Não podemos mais pensar em planos de longo prazo, pois as ações precisam ser realizadas de maneira imediata, dentro de cenários de curto e médio prazos. E, nesse sentido, entendo que é necessário um trabalho em conjunto para encaminharmos essa mudança de cultura que, apesar de difícil, é essencial.
O setor da saúde suplementar, onde nos inserimos, vem mudando rapidamente, com a chegada de novos players, extremamente capitalizados e mercantis, o que vai exigir do Sistema Unimed estratégias inovadoras, com foco em novos modelos assistenciais e novas formas de relacionamento com a rede prestadora e o mercado.
Visualizo com otimismo os próximos anos do Sistema Unimed, afinal, com um modelo consolidado, estabelecemos uma marca muito forte. Com alto conceito, a Unimed representa, em primeiro lugar, uma força entre nós. Isso nos apoia para seguirmos os novos caminhos que emergem pela inovação. Será necessário seguirmos diferente do que fazemos atualmente, porém nosso espírito é vanguardista. E, para isso, devemos unir novos modelos, formas de apresentação para o mercado da saúde, e nos aproximar das novas gerações de profissionais que estão despontando como esperança e complemento ao caminho já pavimentado.