Você já deve ter ouvido que se expor ao sol – com os devidos cuidados – durante alguns minutos, todos os dias, é essencial para a saúde, certo? Mas, você sabia que essa exposição pode, entre outros benefícios, evitar sintomas como fraqueza muscular, quedas e até osteoporose? Isso, pois, ao “tomar sol”, reabastecemos os níveis de vitamina D no organismo e garantimos que o nosso corpo funcione de maneira melhor.
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Contudo, vale destacar que, na maioria dos casos, apenas a exposição ao sol não é suficiente para que alcancemos a quantidade recomendada de vitamina D – principalmente se você morar em uma cidade com pouca predominância de sol, ou não apostar em uma alimentação saudável. “Os valores da vitamina D podem variar de acordo com o laboratório, mas normalmente se utiliza como deficiência os valores abaixo de 20 ng/mL, insuficiência entre 20 e 29 ng/mL, e normalidade a partir de 30 ng/mL”, explica o médico de Família e Comunidade Rodrigo Cechelero Bagatelli. O profissional reforça, porém, que ainda existem algumas controvérsias relacionadas aos valores mínimo e máximo indicados para pessoas saudáveis.
Vitamina D: para o que serve?
E você sabia que a vitamina D, na verdade, é considerada um hormônio? Pois é! Conforme detalha o médico, a estrutura molecular e funções são semelhantes aos dos hormônios que possuímos no nosso corpo. “O nome deste hormônio que produzimos se chama colecalciferol. Ele é fabricado a partir do colesterol e é ativado na pele pela exposição solar com os raios UVB. Após isso, ele ainda passa por processos de ativação no fígado e rins”, detalha. Por esse e outros motivos, ela também é chamada de “vitamina do sol”, já que é obtida também através dessa exposição.
Dessa forma, principal função da vitamina D – ou vitamina do sol – é regular a absorção do cálcio e do fósforo, essenciais para o metabolismo dos ossos, por exemplo. De acordo com Bagatelli, também é possível relacioná-la com a imunidade e, ainda, na proteção para doenças autoimunes, metabólicas e até mesmo alguns tipos de cânceres. “Porém, os valores laboratoriais e a relação direta com esses problemas ainda não são um consenso”, comenta.
Vitamina D baixa: quais os sintomas
Quem não costuma de expor tanto ao sol, ou não segue uma dieta balanceada, pode já ter ouvido falar que o problema era a vitamina D baixa. Quando o resultado laboratorial aponta para um nível abaixo de 20 ng/mL, é possível identificar alguns sintomas mais típicos, como:
- Fraqueza muscular;
- Baixa imunidade;
- Cansaço;
- Aumento do risco de quedas;
- Dor óssea;
Em casos em que a vitamina D se mantém baixa por muito tempo, Bagatelli reforça que há aumento do risco de osteoporose e fraturas ósseas.
Como aumentar
Existem algumas atitudes simples que qualquer pessoa pode aderir para aumentar a vitamina D no organismo de forma natural. A principal é a exposição solar correta, que deve ser feita diariamente, entre 15 a 20 minutos. “É recomendada que essa exposição aconteça entre 10 e 16h, com pelo menos 6% do corpo descoberto, como face e braços. A luz solar deve ser direta, já que o vidro pode impedir a passagem dos raios UVB”, detalha o médico. Contudo, é importante proteger regiões como abdômen, tórax ou pernas, e evitar a incidência de raios solares durante outros horários. Assim, você garante a absorção da vitamina D, ao mesmo tempo que se protege.
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Outra forma de aumentar a vitamina D é por meio de alimentos, principalmente peixes com alto teor de gordura, como salmão, cavala e atum, além de gema de ovo, óleo de peixe e alguns tipos de cogumelos.
E quando e como tomar vitamina D?
Nos últimos tempos, a busca pela suplementação também aumentou, principalmente ao relacioná-la com a imunidade. Porém, vale destacar que você só deve tomar vitamina D se a ingestão do suplemento for direcionada por um médico, pois o excesso no organismo pode aumentar a formação de cálculos renais, além de outros problemas irreversíveis. “A suplementação deve ser feita com acompanhamento, quando os exames demonstram deficiência da vitamina”, complementa o médico.
Existem alguns grupos que são mais suscetíveis a essa deficiência, como pessoas com doenças renais, neurológicas e hematológicas. “Porém, o mais comum é a deficiência em pacientes que fizeram a cirurgia bariátrica”, finaliza.