Minimizar contatos, manter reuniões pequenas e usar máscara mesmo dentro de casa são cuidados importantes para manter as festas de final de ano mais seguras
O Natal está chegando, momento de confraternizar, reunir as pessoas que se ama e celebrar o nascimento de Cristo, a família, os amigos, a solidariedade. Na semana seguinte, o reveillon, hora de se despedir do ano que chega ao fim e comemorar a chegada de um novo ciclo e as possibilidades e esperança que o marco temporal representa. Entretanto, em meio à pandemia de Covid-19, causada pelo novo coronavírus, as tão aguardadas festas de fim de ano tornaram-se dilemas para muitas famílias. Reunir-se ou não? Assumir um risco de contaminação ou aumentar o sofrimento e a angústia do isolamento social, da distância das pessoas com quem se quer estar perto? Para preservar a saúde, deixando as pessoas idosas isoladas ou propiciar a elas momentos para amenizar a tristeza e até a depressão?
Leia também: Números atualizados do novo coronavírus no Paraná
Se, nove meses depois do início da pandemia, está cada vez mais difícil cumprir todas as regras de distanciamento, as festas de fim de ano levarão muitas pessoas ao limite. Por isso, muito mais do que recomendar que cada família limite suas festividades às pessoas que moram em sua residência, entidades médicas e autoridades lançaram instruções para que quem quer (ou mesmo necessita) reunir pessoas, o faça tentando diminuir ao máximo os riscos de contágio.
“Parem de castigar. Lembrem-se de que o público está se desgastando. E considere a possibilidade de que, quando um grande número de pessoas indica por meio de suas ações que ver seus entes queridos pessoalmente é inegociável, elas precisam de maneiras práticas de reduzir o risco que vão além do ‘Simplesmente diga não’”, escreveu em artigo a epidemiologista Julia Marcus, professora da Escola Médica de Harvard. Para ela, minimizando contatos e testando antes e depois, mantendo reuniões pequenas, dirigindo em vez de voar, usando máscara mesmo dentro de casa, quando perto de outras pessoas, reunindo-se ao ar livre se possível e aumentando a ventilação quando não estiver ao ar livre, pode-se diminuir consideravelmente o risco de contaminação. “Em vez de impor regras que negligenciam as realidades do comportamento humano e, em seguida, repreender as pessoas por quebrá-las, a mensagem poderia ser mais pragmática e compassiva: entendemos que isso é difícil e que a conexão social é importante para a saúde, por isso vamos apoiá-las em se reunirem com mais segurança”, conclui, explicando como entende que deveria ser a orientação das autoridades para o período.
Cartilhas para aproveitar as festas
No Brasil, secretarias estaduais de saúde, Sociedade Brasileira de Infectologia e outras entidades de saúde como a Fundação Oswaldo Cruz lançaram cartilhas ou guias sobre como comportar-se nos eventos de final de ano e, também, nas férias de verão, o principal período de lazer da população brasileira. “Não é desejável juntar núcleos de famílias diferentes, essa é a regra número um. Mas sabemos que, no final do ano, as pessoas gostam de confraternizar. Então, a ideia é diminuir os riscos e minimizar as chances de transmissão”, diz o material da Sociedade Brasileira de Infectologia, que reforça: “não é possível realizar uma reunião familiar ou com amigos 100% segura, mas há como diminuir os riscos”.
Dicas para aproveitar as festas de final de ano sem se arriscar
A Revista Ampla reuniu as principais orientações das autoridades e especialistas para festas e férias com menos risco de contaminação:
- Limite o número de pessoas – o ideal é, não passar de seis
- Mantenha o distanciamento físico entre 1,5 e 2m durante todo o tempo
- Use máscara, retirando apenas na hora de se alimentar, tenha mais de uma máscara no evento
- Opte por um local arejado, dê preferência a quintal ou varanda. Se não houver, abra bem as janelas, não utilize ar condicionado
- Pessoas com sintomas de covid-19 não devem participar
- Isolamento completo 14 dias antes da reunião pode ajudar
- Evitar abraços, beijos e, até brindes
- Evitar som alto, pois faz com que as pessoas tenham que falar mais alto e, consequentemente, soltar mais gotículas de saliva no ar
- Lavar as mãos ou usar álcool em gel a cada interação, ou quando se tocar em materiais ou superfícies tocadas por outras pessoas
- Cuidado com a bebida alcóolica, pois, sob seu efeito, as pessoas tendem a relaxar mais nas medidas de prevenção
- Reduza o tempo de duração da festa
- Evite petiscos ou outras comidas que as pessoas se sirvam com as mãos
- Deixe as comidas da mesa coberta
- Se for viajar, escolha locais mais vazios, sem aglomeração, evite, por exemplo, as praias badaladas
- Opte por viagem de carro e de curta distância, evite avião e ônibus
- Leve lanche para não precisar parar em restaurantes de estrada