A prática de atividade física regular é fundamental para a melhora ou manutenção da saúde, da qualidade de vida e da forma física. Mas os exercícios isolados não resolvem e podem, até, causar alguns problemas mais sérios se não estiverem alinhados a uma boa alimentação. Comer bem e ter uma dieta saudável e sem restrição de nutrientes é tão (ou mais) importante que os exercícios físicos para se ter um corpo em forma e em perfeito funcionamento.
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O organismo necessita de nutrientes específicos – antes e depois do treino. A médica endocrinologista Fernanda Justus Malucelli explica que a alimentação esportiva depende muito do relacionamento com o esporte. Pessoas “comuns”, que praticam atividade física regularmente, mas não em nível de competição, não precisam exagerar na alimentação. “Para nível amador, não é necessário suplementar a alimentação para fazer uma atividade física de uma hora por dia. Lógico, se você pega profissionais da luta, fisiculturismo, no qual existe esse desejo muito grande de massa magra, aí sim, precisa suplementar, pois só o alimento não é suficiente”, diz.
Comer bem é energia
Um dos grandes erros de quem busca, por exemplo, o emagrecimento através da atividade física é querer acelerar o resultado diminuindo drasticamente a ingestão de calorias. Mas a boa alimentação é fundamental para que o organismo tenha a energia necessária para realizar o esforço físico sem contratempos ou mesmo riscos à saúde. “Não se deve fazer exercício sem uma alimentação prévia que dê energia. Não é para ser uma alimentação exagerada, mas algo que promova um bom funcionamento do organismo”, cita. A médica orienta que a alimentação pré-treino ocorra entre duas a uma hora antes da atividade física e não seja pesada. Segundo ela, é importante ingerir algum carboidrato, pois o organismo necessita de energia para desempenhar bem o exercício.
A especialista ressalta, ainda, que comer antes do treino afasta a possibilidade de mal-estar, evita a fadiga precoce e a hipoglicemia (queda do nível de açúcar no sangue). “Treinar sem se alimentar aumenta o risco de a pessoa ter um desmaio, uma fraqueza mais importante, porque pode esgotar a fonte de energia”, destaca.
Treinamento em jejum
A endocrinologista afirma que há exceção à regra se o treino for nas primeiras horas da manhã, logo após acordar. “Quando você prática o exercício muito cedo pela manhã, às vezes não dá tempo de digerir o alimento, nesse caso pode-se comer depois. Como nós temos, por volta das 6h, o pico do cortisol, ele vai conseguir nos suprir. Mas é importante lembrar de, logo após o exercício, ingerir o seu café da manhã”, salienta.
A alimentação depois do treino serve para restabelecer as reservas de energia e fornecer nutrientes para recuperação da musculatura. Esse é o momento ideal para quem quer ganhar massa magra. A refeição pode ser consumida logo após o término do exercício. “Mais uma vez, pessoas comuns, sem objetivo de atleta, não precisam suplementar a alimentação, mas é indicado comer alguma fonte de proteína após o treino”, afirma, explicando que exercícios como a musculação causam micro lesões musculares que são recuperadas no período de descanso, quando a ingestão de proteínas ajuda, neste período de recuperação, a incrementarmos a massa magra de nosso corpo.
O prazo máximo para se alimentar depois de se exercitar é de até duas horas. É nesse período que o corpo atua na recuperação muscular.
Fernanda Justus Malucelli reforça que, antes de qualquer coisa, é importante fazer uma avaliação física e buscar um profissional para alinhar a alimentação com o tipo de exercício que será praticado