Saiba também o que fazer durante um episódio de crise de ansiedade e como diferenciar de uma situação de pânico
A prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25% durante a pandemia, conforme dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os jovens e as mulheres foram os mais afetados, segundo o resumo científico.
Com essas estatísticas, a colaboradora da Unimed Paraná Gisele Carvalho Ywata, responsável pela mediação do webinar do Programa de Saúde Corporativa, abriu o evento que debateu crise de ansiedade e transtorno do pânico. O evento on-line reuniu mais de 110 colaboradores da cooperativa participantes, no mês de setembro.
Ela conduziu a apresentação falando que é normal sentir ansiedade em eventos de grande importância para o indivíduo, no entanto, o excesso de preocupação, medo, entre outros sinais e sintomas comuns na ansiedade, pode provocar paralisação de suas atividades – impactando negativamente na sua rotina diária.
O que também foi confirmado pelo convidado palestrante do webinar, o psicólogo Ocimar Gilberto Olivetti Filho, especialista em neuropsicologia, gestão em saúde e em dependências químicas com ênfase em políticas públicas de saúde, hipnoterapeuta, terapeuta EMDR e constelador familiar.
Ansiedade, transtorno de ansiedade e transtorno do pânico
Inicialmente, o psicólogo explicou as principais diferenças entre a ansiedade – sentimento comum causando alguns sinais que podem ou não anteceder algum evento/acontecimento; o transtorno de ansiedade, que normalmente pode desencadear emoções difusas e alertas excessivos, além de sintomas físicos e psíquicos impossibilitando o paciente em realizar algumas atividades comuns, por uma série de agentes, mas normalmente ligados a um disparador específico; e o Transtorno do Pânico, que pode acontecer em qualquer momento levando o indivíduo a ter uma sensação de morte iminente, falta de ar, medo excessivo, entre outros sinais e sintomas.
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“As principais diferenças da ansiedade e do transtorno de ansiedade estão ligadas à frequência e duração do desconforto, o que vai ser avaliado durante a análise clínica”, explica Olivetti Filho. “E dentro dos transtornos de ansiedade existem o que chamamos de subdivisões: como o Transtorno do Pânico, o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), as fobias específicas e a fobia social, por exemplo”, acrescenta.
Ele afirma que para ser considerado um transtorno de ansiedade é necessário avaliar o paciente de forma individual, entendendo de que forma aqueles sintomas incapacitam o paciente em suas ações no meio familiar, profissional, conjugal, ou seja, na sua vida global. “O paciente está em sofrimento, ele sente, mas não é algo palpável para que possamos capturar por um exame de imagem, por exemplo. Mas quando percebemos que aquele sintoma aprisiona, não deixando a pessoa fazer, até mesmo, atividades antes prazerosas, então essa ansiedade é patológica e causa sofrimento”, define o palestrante.
Outra forma de diferenciar uma crise de ansiedade de uma crise do transtorno do pânico, segundo o psicólogo, é o gatilho. Geralmente, o paciente com um dos transtornos relacionados à ansiedade tem algo que propulsiona a crise, já no transtorno do pânico a crise surge sem um gatilho específico, podendo acontecer em qualquer ambiente.
Mas o que fazer quando uma pessoa está passando por uma crise de ansiedade?
Confira abaixo algumas dicas:
- Acompanhe a pessoa para fora do ambiente que ela está para um espaço mais calmo, neutro e, se possível, com menos pessoas ao redor.
- Ajude ela a perceber a própria respiração, puxando o ar pelo nariz, de forma lenta e profunda, e soltando pela boca. (Veja 13 técnicas de respiração)
- Busque tirar o foco da pessoa de si, demonstrando algo de fora (como livros, plantas e o que tiver no local). Desta forma, ela tira o foco do próprio sofrimento.
- Caso a pessoa já utilize algum medicamento para situações como essa, pergunte a ela.
- Se a pessoa ainda não faz acompanhamento, indique um profissional da área: psicólogo ou psiquiatra.
Veja também algumas maneiras de prevenir episódios de crise de ansiedade:
- Manutenção do sono, sem interferência de estímulos luminosos em até 2h antes de dormir;
- Evitar telas, especialmente as que emitem a luz azul;
- Meditação;
- Exercícios físicos;
- Vida social saudável;
- Mindfulness;
- Psicoterapia com um profissional da área.
Por fim, o psicólogo enfatiza que é muito importante não sofrer sozinho e buscar ajuda das pessoas próximas e dos profissionais especializados.