Qual a origem do Natal? Natal vem do latim Natalis e significa nascer. Para os cristãos, nascimento de Jesus. Para os pagãos, nascimento do deus Sol, com a chegada do inverno no hemisfério Norte
Folga no trabalho, casa enfeitada, troca de presentes e mesa farta. Não, não estamos falando do Natal, mas sim da Saturnália, festival romano em homenagem a Saturno, deus do tempo e da agricultura. A festa era animada: durante vários dias, homens se vestiam de mulher e escravos podiam descansar e se divertir como se fossem livres. Uma espécie de Natal misturado com Carnaval.
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A Saturnália celebrava o solstício de inverno no hemisfério Norte, ou seja, a noite mais longa do ano, que marca o início do inverno. Hoje, isso ocorre entre os dias 21 e 22 de dezembro. Mas, na época, seguindo o calendário juliano, era em 25 de dezembro.
Nesse mesmo dia, outra celebração importante para os romanos era o nascimento do Sol Invicto – em latim, Natalis Solis Invicti. A festa também comemorava o solstício de inverno, o que significava que, a partir de então, as noites se tornariam mais curtas, e os dias mais longos. Era um simbolismo para o renascimento do ano, o triunfo do sol sobre a escuridão.
O culto ao Sol foi celebrado até o século IV, quando o Cristianismo se tornou a religião oficial – e única permitida – no império romano. Para manter a tradição dos festejos e ao mesmo tempo adequá-los às novas crenças, o Sol Invicto continuou representando o nascimento da luz, mas agora não do deus sol, e sim de Jesus.
25 de dezembro entrou então para o calendário como o Natal, dia do nascimento do filho de Deus. No século V, a data virou uma das principais festas da Igreja Católica, e no século VI, feriado oficial no império.
O verdadeiro dia do nascimento de Jesus Cristo, no entanto, continua sendo um mistério. Tanto na bíblia quanto em documentos históricos, não há qualquer menção a quando ele veio ao mundo. E para isso há várias explicações, entre elas que o nascimento de um humilde camponês não seria um grande evento, digno de ser registrado; e também que, naquela época, a data da concepção seria mais importante do que a data do nascimento em si.
Atualmente, alguns historiadores defendem que Jesus tenha nascido entre março e abril, mas não é consenso. O que não resta dúvida é que a tradição é tão forte que, pelo menos aqui no Brasil, continua sendo comemorada em família, com festas, presentes e mesa farta.
Natal em outras religiões
Natal vem do latim Natalis e significa nascer. Para os cristãos, é uma data que simboliza esperança, união, generosidade, reflexão. Para os adeptos da Umbanda e do Candomblé, a celebração e o sentido são os mesmos. Já para outras religiões, a relação com o 25 de dezembro é diferente.
Muçulmanos, judeus e budistas, por exemplo, não comemoram o Natal, pois não têm Jesus como figura central. As testemunhas de Jeová, apesar de serem cristãs, também não celebram, pois não acreditam que Jesus nasceu nesse dia. Além disso, também defendem que é mais importante lembrar-se da morte do que do nascimento de Cristo.
Natal em outros países
Se o Natal varia entre as religiões, não é difícil imaginar que fenômeno semelhante aconteça entre os países. Na Rússia, por exemplo, o Natal é comemorado em 7 de janeiro. Os 13 dias de diferença são graças à transição do calendário juliano para o gregoriano, que ocorreu em 1917. A festa, no entanto, é semelhante ao Brasil, com direito a ruas iluminadas, reuniões familiares e verdadeiros banquetes.
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No Japão, o Natal é menos familiar e mais romântico, uma espécie de Dia dos Namorados fora de época. À noite, os restaurantes ficam cheios de casais, que costumam trocar presentes. No jantar, nada de ceia. A tradição é comer frango frito e bolo de morango. Por não ser feriado, as pessoas trabalham normalmente.
Na China também não é feriado e cada região comemora o Natal de forma bem própria. Em alguns locais, a data passa despercebida. Já nos grandes centros, a decoração é suntuosa e os amigos costumam festejar e trocar de presentes entre si.
Na Índia, assim como no Brasil, o Natal é feriado. Os cristãos, que são minoria no país, cerca de 2,3% da população, celebram a data com presépios, pinheiros, casas iluminadas, orações e ceias em família. Já os seguidores de outras religiões não costumam comemorar a data. Mesmo assim, as ruas são decoradas para agradar os turistas e é comum ver Papai Noel distribuindo presentes.