Estresse e emoções: a vida equilibrista

Estresse
(Foto: Ilustração/Pixabay)

O estresse é um alarme do corpo. Porém, sua cronicidade implica problemas

O estresse nada mais é que uma reação (exagerada ou não) do sistema nervoso central a um símbolo que provoca angústia. Por isso, não é um privilégio do nosso tempo. Em qualquer época, fatores como doenças, insatisfação, crise matrimonial, perda de um ente querido, distúrbios sexuais, momentos decisivos de mudanças na vida, crise financeira, enfim, qualquer “perigo” real ou imaginário sempre simbolizaram situações estressantes.

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Quando o estresse representa uma reação natural de defesa do corpo, tudo bem. Ele é até necessário. O problema é quando a reação de ligar todos os sentidos e ficar de prontidão se torna crônica.

De acordo com o médico Paulo Cezar Nassar Frange, autor do livro “As emoções do Stress”, esse estado pode ser comparado a uma campainha do organismo. No início, quando acionada, ela serve de alerta ao indivíduo. Porém, se persistir, ela produz inúmeros danos. Isso significa que o estresse é útil quando se tem que correr de um bicho, desviar de um motorista maluco, apertar o diafragma de uma criança que está engasgando. E assim por diante. Entretanto, imagine ficar nesse estado de alerta o tempo todo. É paranoia pura.

Efeitos do estresse se acumulam e causam problemas

Os efeitos disso acumulam no corpo. A reação é individual. Cada um sofre impactos do estresse de forma diferenciada. Um indivíduo poderá desenvolver úlcera, outro tornar-se hipertenso e outros ainda poderão desenvolver sintomas não específicos conhecidos como estafa – exaustão física e emocional ou mesmo a síndrome de burnout, estafa profissional (veja quadro com diferenças).

Como o estresse pode trazer alguns sintomas que evocam outras doenças, a busca de ajuda especializada é muito importante. Palpitações, dor torácica, falta de ar, formigamentos pelo corpo, entre outras queixas inespecíficas (principalmente, em tempos de pandemia) devem ser investigadas. O seu médico fará o diagnóstico e apontará algumas saídas.

Como reduzir o estresse?

A maioria é unânime em dizer que não existem receitas mágicas. O combate ao estresse implica na reformulação de conceitos e objetivos de vida. Não adianta viver 11 meses feito um louco, alimentando-se mal, trabalhando muito, dormindo pouco, mesmo que depois você resolva passar um mês passeando ou simplesmente não fazendo nada. É preciso equilíbrio, é preciso saber dosar a vida. Isso significa reduzir o tempo de trabalho, disciplinar-se, dormir o necessário, praticar atividade física com regularidade, manter um hobby e buscar maneiras que permitam qualidade de vida melhor.

No estresse, o maior desafio do indivíduo é aprender a lidar consigo mesmo, com seus desejos e limites. Como diz Paulo Frange, o estresse nada mais é do que um aviso do corpo e da mente de que é preciso reavaliar a própria vida. Buscar e redescobrir o prazer de vivê-la com equilíbrio. O que implica saúde.

Formas de prevenção do estresse

  • Técnicas de terapias corporais, como a biopsicoenergética e a Godeliev Struift Dennys tanto previnem como tratam o estresse
  • As massagens corporais são aliadas importantes nessa luta, elas ajudam a distensionar o corpo
  • Alongar-se ao menos duas a três vezes ao dia, com exercícios rápidos para distensionar-se
  • Trabalhar a respiração- respirar profundamente (a partir da base do diafragma) sempre que puder. A respiração ajuda a relaxar. Existem várias técnicas de meditação que ensinam a respirar corretamente, procure uma
  • É preciso mudar o dia a dia, organizando o seu tempo.  Coisas como jogar papo fora, praticar esporte, tocar um instrumento ou simplesmente ouvir música suave com frequência podem ser ótimos relaxantes
  • Se você é do tipo perfeccionista, agitado, se cobra demais, não consegue parar, é preciso ajuda profissional. Uma psicoterapia vai ser de grande utilidade. Esse tipo de personalidade costuma ter uma tendência a se estressar com muito mais facilidade. Lembre-se que se você morrer amanhã, o mundo continuará aqui e o trabalho também
  • Não guarde preocupações com você. Procure conversar sobre os seus problemas com amigos ou parentes. Ou, se preferir, procure um terapeuta. No simples falar, muitas vezes, a preocupação perde o sentido ou ganha dimensões diferentes, conduzindo à uma solução

Saiba a diferença

  • Burnout: é uma síndrome resultante de estresse crônico e necessariamente tem origem no ambiente de trabalho
  • Depressão: é uma doença psiquiátrica crônica, que afeta pessoas de todas as idades
  • Estresse: é uma reação fisiológica automática do corpo a circunstâncias que exigem ajustes comportamentais
  • Estafa: cansaço extremo, falta de energia e motivação para realizar tarefas diárias como estudar, se relacionar com pessoas e trabalhar. Também é comum falha de memória, insônia, azia, má-digestão e palpitações

Fonte: https://www.anamt.org.br/ e  As emoções do Stress – aprenda a prevenir-se contra este mal.

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