Famílias com bebês prematuros precisam de apoio

Parto prematuro
(Foto: Ilustração)

Inúmeros fatores podem levar os bebês a nascerem prematuros, e os casos da chegada muito cedo são desafiadores

Falar sobre prematuridade é importante porque os casos não são tão incomuns assim e cada caso é um desafio a parte, afinal a prematuridade aumenta em três vezes o risco de morte e sequelas futuras para a vida adulta. Estimativas contam que nascem 6 bebês prematuros a cada 10 minutos no Brasil, e eles exigem os cuidados especiais de uma UTI Neonatal.

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Os problemas da prematuridade vão além do baixo peso, as causas para que a criança nasça antes do tempo ideal de maturação são diversas como: ausência do acompanhamento e cuidado pré-natal, hábitos de vida da mãe (como uso de drogas e álcool), estresse, infecções urinárias, diabetes, obesidade e hipertensão, gestação gemelar, entre outros, podem ocasionar a antecipação. Conversamos com Silmara Aparecida Passos, médica cooperada Unimed Curitiba especializada em Pediatria e Neonatologia, e ela esclarece dúvidas e mitos sobre a situação, e como familiares precisam de apoio ao passar por esse momento.

A prematuridade acontece somente nos casos de gravidez de risco, ou não necessariamente? Ela é perigosa somente para a criança ou para a mãe também?

Parto prematuro, por vezes, ocorre inesperadamente, sem sinais ou sintomas de risco. Alguns fatores como rotura precoce das membranas amnióticas, infecções maternas, alterações durante o período gestacional (como hipertensão arterial materna) podem propiciar o nascimento de bebês prematuros. Os riscos para a criança dependerão da idade gestacional e, consequentemente, do amadurecimento extrauterino dos órgãos vitais.

Há cuidados específicos que a gestante deve seguir para prevenir uma possível prematuridade? Ou o preparo deve ser mais mental do que físico?

O acompanhamento rigoroso durante o pré-natal poderá reduzir os partos prematuros, assim como minimizar os problemas correlacionados à imaturidade neonatal.

A partir de quanto tempo de nascimento antes do previsto há mais riscos para a criança? E a partir de quanto tempo é considerado um “adiantamento normal”?

O nascimento prematuro, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ocorre antes de 37 semanas de idade gestacional. Em média 11,7% dos bebês nascidos no Brasil são prematuros, segundo a UNICEF e o Ministério da Saúde.

Há casos em que os cuidados e as condições são mais complexas? Quais os desafios de cuidar de um bebê tão pequeno? Há níveis de prematuridade, de risco, de acordo com o tempo de gestação?

Tanto o prematuro nascido com idade gestacional de 37 semanas quanto o prematuro extremo nascido com idade gestacional abaixo de 28 semanas necessitam de cuidados especiais. A imaturidade dos órgãos necessita de tratamento e acompanhamento com especialistas para suportar o desenvolvimento fora do útero principalmente de pulmões, coração, intestino, rim e cérebro.

Dentre as fragilidades que a prematuridade traz para criança e família, quais você considera mais delicadas e que exigem maior atenção e preparo?

Fragilidades da prematuridade exigem dedicação prolongada e constante de especialistas de múltiplas especialidades, formando um time de acompanhamento para prover ao prematuro as condições de se desenvolver com qualidade de vida. Para isso há utilização de tecnologia, medicamentos, respiradores, bombas infusoras específicas para a manutenção da vida. São protocolos especialmente dedicados ao prematuro em desenvolvimento. E há o atendimento dos pais encorajando não somente sua presença na UTI Neonatal, mas também dando suporte de esperança, amor e positividade mediante a realidade de cada paciente. A equipe multidisciplinar neonatal é fundamental para que todos contribuam em diversas áreas e acompanhem cada fase do desenvolvimento.

Existem faixas etárias de mulheres em que a prematuridade tem mais chance de acontecer, ou isso não é um fator relevante? Do mesmo modo, existem doenças preexistentes ou outros fatores que aumentam as chances de acontecer?

São fatores de risco para parto prematuro: gestação anterior que culminou com parto anterior prematuro, gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos…), alterações uterinas, diabetes, hipertensão arterial, alterações de coagulação, tabagismo, uso de álcool ou drogas ilícitas.

De acordo com sua experiência, quais são as orientações para as famílias que vivem a prematuridade? Como normalmente são pegas de surpresa, que medidas e adaptações precisam tomar de imediato para lidar com a situação com equilíbrio?

É preciso viver a prematuridade. Os pais necessitam viver um dia de cada vez, uma vitória por dia, alguns passos atrás para dar muitos para frente, ou seja, a família deve ter esperança e paciência. O amadurecimento fora do útero sempre é mais lento, algumas medicações auxiliam tanto no amadurecimento quanto nas alterações que a imaturidade provoca nos órgãos vitais, o tempo sempre é favorável. O acompanhamento do recém-nascido também se estende aos pais e família através de equipe multidisciplinar com apoio psicológico, capelania, reuniões com equipe médica e de enfermagem, subespecialidades da pediatria, fisioterapia e fonoaudiologia, orientação de metas diárias e plano terapêutico de cada bebê. É preciso enfrentar porque a Medicina dispõe de recursos cada vez mais adequados.

Qual a importância dos programas de promoção à saúde Gestação de Alto Risco e Primeira Infância que a Unimed Curitba disponibiliza? Ainda há tabus e preconceitos que precisam ser derrubados?

Os programas de promoção da saúde da Unimed Curitiba são de grande valor para acolhimento e tratamento dos prematuros e das famílias. Sempre é preciso quebrar tabus e acompanhar holisticamente o prematuro com seu risco aumentado de problemas respiratórios, hemorragia cerebral, alteração visual – retinopatia da prematuridade, alteração auditiva, alteração renal e intestinal, óssea e visual. O que buscamos é proporcionar sobrevida com qualidade e encorajar as famílias em sua plenitude.

A Unimed Curitiba disponibiliza um informativo em seu portal com informações sobre prematuridade. Ele é gratuito e pode ser baixando CLICANDO AQUI.

Fonte: Unimed Curitiba

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