Além do entretenimento, a hipnose – cercada de tabus – é uma grande aliada da saúde física e mental, auxiliando na resolução de traumas, doenças emocionais e, inclusive, dores físicas.
Um relógio balançando como um pêndulo que, em segundos e após algumas orientações, leva a pessoa a entrar em um sono profundo, totalmente hipnotizada e “à mercê” dos comandos: é assim que a hipnose é retratada – e percebida – na maior parte dos casos. Como forma de entretenimento, a técnica leva o hipnotizado a esquecer números, sentir as mãos presas e, até mesmo, imaginar-se em outro cenário completamente diferente. Porém, o que muitos não sabem é que a hipnose – cercada de tabus – é uma grande aliada da saúde física e mental, auxiliando na resolução de traumas, doenças emocionais e, inclusive, dores físicas.
Conversa Ampla: amizade e saúde mental
É comum observar em filmes, novelas e demais representações artísticas a hipnose como um mero entretenimento. Relógios que balançam, pessoas que não lembram do próprio nome, viagens no tempo… os exemplos são inúmeros. E, aliás, são totalmente reais. Essa é a chamada “hipnose de entretenimento”, quando o único objetivo da técnica é levar o paciente – e uma eventual plateia – ao espetáculo e diversão. “A hipnose de filmes, ou então a hipnose de entretenimento, é uma sugestão dada de forma direta, em que o hipnotizador sugere de forma direta o que ele quer que o hipnotizado sinta ou como ele se perceba”, explica o hipnoterapeuta Renato Martinelli.
Hipnose: muito além da regressão a vidas passadas
A hipnose acontece quando o hipnotizado permite que sua própria percepção seja alterada. Assim, a pessoa passa a seguir as sugestões dadas pelo profissional, como quando as mãos “colam” ou as palavras somem da memória. “Quando o hipnotizado perceber que aquela sugestão não faz mais sentido, ela deixa de ter eficácia”, pontua.
Hipnose clínica
Longe dos palcos e programas televisivos, porém, a hipnose atua como uma grande aliada da psicologia. Ainda tomada por tabus, que vão desde à ligação com determinada religião ou o receio de cair na mão de “charlatões”, a hipnose clínica atua diretamente na resolução de questões emocionais como traumas, depressão, ansiedade, gagueira e vícios. “A hipnose tem infinitas aplicações, podendo ser usada na clínica, no esporte, na área jurídica, educacional e hospitalar, como por exemplo na recuperação de queimados ou, até mesmo, no auxílio paliativo em doenças terminais, proporcionando conforto sem o uso excessivo de componentes químicos para aliviar a dor e assim deixar o paciente menos entorpecido”, detalha Martinelli.
No caso da hipnoterapia, há a busca pelo que o paciente deseja, ou seja, a mudança tem que estar alinhada ao que a pessoa busca. “Na hipnose clínica, temos que descobrir dentro do paciente o que faz ele ser assim, e mudar esta percepção de dentro para fora. Uma vez que isto é feito e ele encontrou dentro dele mesmo as respostas, a mudança é efetiva, pois aí não estamos apenas nos sintomas”, completa.
De acordo com o profissional, a hipnose é reconhecida pelos conselhos de odontologia, psicologia, medicina, fisioterapia e enfermagem, e é indicada como prática integrativa pelo SUS – Sistema Único de Saúde.
Como encontrar um profissional qualificado
Por fim, Martinelli lembra a importância de encontrar um profissional qualificado para realizar o processo. “Em nossa cultura é muito comum a indicação. Eu mesmo utilizo de divulgação, mas a grande maioria dos meus clientes chegam até mim por indicação ou porque conhecem alguém que passou pelo processo e percebeu a melhora. Uma outra excelente forma de encontrar um profissional é através de escolas reconhecidas de Hipnose ou até mesmo através da SBH – Sociedade Brasileira de Hipnose”, finaliza.