Sensibilidade: o mundo através das lentes

Há quem pense que fotografar é só sair por aí e apertar o botão. Muito pelo contrário, essa arte exige conhecimento técnico e muito feeling

Contar uma história ou expressar uma emoção sem usar palavras parece complicado, mas os apaixonados por fotografia se saem muito bem nessa tarefa. Com o olhar apurado, o fotógrafo pode transmitir todo tipo de sentimentos por meio das imagens que produz. Seja ele fotógrafo profissional ou amador. Quem se encaixa nessa última categoria é o cardiologista Sandro Toledo, diretor de Provimento de Saúde da Unimed Cascavel, que cultiva o hobby de fotografar há alguns anos.

Um dos seus estilos preferidos são as fotos preto e branco, consideradas pelo médico como atemporais, elegantes, vintage e, ao mesmo tempo, modernas. Porém, experimentar é a palavra de ordem para Toledo, que se arrisca em várias frentes.

“Considero-me um fotógrafo de natureza, é a área que mais gosto, na qual posso conciliar viagens com a fotografia. Entretanto, gosto de todas as áreas, atualmente estou aprendendo a fazer retratos. Não é fácil retratar uma pessoa, mostrar sua personalidade. Também gosto de macrofotografia, fotografia 360°, fotografia de rua, etc.”, comenta.

Tudo tem um começo

Só que a fotografia não foi uma paixão súbita na vida do médico. Ela foi chegando aos pouquinhos. Em 1997, ainda no internato, ele conheceu o trabalho de uma das preceptoras da Pediatria, que tinha a fotografia como hobby, e vendo suas fotos, o então estudante começou a se interessar por essa arte.

Entretanto, foi apenas em 2002 que Toledo entrou de fato no mundo da fotografia. E em 2010, esse passatempo já tinha conquistado de vez o médico, que foi autodidata. Para adquirir técnica, ele conta que por muito tempo assinou revistas, assim como livros dos mais variados temas, de macrofotografia a estúdio fotográfico. Livros de grandes fotógrafos, como Sebastião Salgado e Henri Cartier Bresson, também têm espaço garantido na estante.

“Quando livros e tutoriais na internet não eram suficientes, eu busquei cursos. Por exemplo, em 2009, quando as câmeras 360° não eram populares e não tinham qualidade profissional, eu fui até o Rio de Janeiro e fiz um curso vip de um dia com o fotógrafo Ayrton 360, um especialista reconhecido internacionalmente e pioneiro nesse ramo da fotografia. Também fiz alguns cursos no Centro Universitário FAG”, acrescenta.

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Ferramentas úteis

Apesar de possuir várias câmeras analógicas em perfeito funcionamento, Toledo prefere utilizar as câmeras digitais pelas vantagens apresentadas, entre elas o fato de ver o resultado imediatamente. Segundo ele, a manipulação digital é outro ponto a favor.

“Quando falo de manipulação de imagens, não me refiro a fotos com mudanças radicais feitas no Photoshop, e sim a ajustes de nitidez, cor, contraste, etc. Os grandes fotógrafos, como Ansel Adams, eram exímios manipuladores, a única diferença era que, em vez de usar um computador, eles manipulavam o negativo na câmara escura”, explica.

Atualmente, com a facilidade de cursos on-line, Toledo tem se atualizado sobre temas que não domina, como retratos do fotógrafo americano Joel Grimes, além dos temas que ele mais gosta, como curso de fotos urbanas do fotógrafo francês Serge Ramelli.

Ponto de encontro

Mesmo com conhecimento e técnica, o médico não é motivado por concursos. Toledo considera a fotografia como um momento de lazer, uma forma de fugir do estresse do trabalho. Entretanto, ele vê uma clara semelhança entre Medicina e Fotografia.

“A Medicina é ciência, mas também é arte no sentido de ter feeling para diagnósticos e tratamentos. E, nesse sentido, as duas áreas de conhecimento têm muito em comum. Você desenvolve um sexto sentido, um feeling para ver belas fotografias no ordinário, no cotidiano, no que é comum e transformar em belas imagens”, admite.

Como motivação para continuar fotografando, Toledo decidiu inovar e oferecer um curso para cooperados e colaboradores da Unimed Cascavel.

As aulas do “Curso Básico de Fotografia” deveriam ter começado em 2020, mas, por causa da pandemia, os planos foram adiados. Agora, eles saíram do papel. Uma turma já aprendeu um pouco mais sobre o tema no mês de agosto. Outra já está em formação para ter aulas ainda em 2021.

São quatro encontros teóricos sobre pilares e técnicas da fotografia. Também são abordados temas específicos como fotografar estrelas e como tirar fotos nítidas, por exemplo. Para colocar os conhecimentos em prática, os alunos ainda participam de uma saída de campo.

“Minha intenção é dividir o conhecimento que acumulei nesses anos e tentar despertar o encanto que tive com a fotografia em outras pessoas para que possamos organizar eventos como saídas e viagens fotográficas, concursos, workshops, fomentar a prática da fotografia na Unimed e, por que não, na cidade também”, anima-se Toledo.

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