O COOPERATIVISMO DO RAMO SAÚDE PASSA por um momento de transformação, enfrentando desafios à sua sustentabilidade, mas sem perder o foco no atendimento qualificado aos beneficiários. No Paraná, as 31 cooperativas do setor atendem quase 2,1 milhões de beneficiários, geram mais de seis mil empregos diretos e tiveram, em 2018, um faturamento de R$ 6,4 bilhões, uma alta de 15,1% em relação ao ano anterior. Juntas, congregam 15.204 cooperados, profissionais que atuam na área médica e odontológica, e que encontram no cooperativismo um modelo de negócios adequado e eficaz de desenvolvimento.
Nesse contexto, as cooperativas do Sistema Unimed no Paraná, 22 Singulares e uma Federação, desempenham um trabalho exemplar na saúde suplementar, com 10.500 médicos cooperados que atendem 1.550.000 beneficiários, cerca de 14% da população do estado. Com uma rede que abrange 272 hospitais credenciados, 6 hospitais próprios, 16 clínicas próprias e outras 1.486 credenciadas, alguns labo-ratórios próprios e outros 553 credenciados, a Unimed tem credibilidade e competência para ampliar sua atuação e presença em todas as regiões paranaenses.
Com a força conquistada pela Unimed, é natural que as transformações em curso e os principais desafios que o ramo saúde enfrenta repercutam de forma imediata nas cooperativas desse Sistema. O envelhecimento da população, os crescentes custos com a adequação tecnológica em tratamentos e exames, bem como distorções como a judicialização e o desperdício em procedimentos desnecessários, frutos do modelo vigente de saúde, têm impacto direto nas cooperativas do setor. Mas as reações a esses desafios acontecem de forma contínua, com um planejamento estratégico que, em consonância com as preocupações também do Sistema Ocepar, trazem alternativas que podem garantir a longevidade e perenidade das cooperativas de saúde. São situações que envolvem decisões sobre investimentos em verticalização, direcionados à construção de estruturas próprias de atendimento, centros de atenção à saúde, locais que trazem moderna infra-estrutura e facilidades de acesso aos beneficiários, e passa também pela quebra de paradigmas de modelos vigentes de saúde suplementar no Brasil. Os passos estão sendo dados rumo à implantação da APS (Atenção Primária à Saúde), conceito que tem o médico especialista na atenção primária como figura estratégica, que pode criar condições para uma medicina que remunere por saúde e não pela quantidade de complicações de uma doença. Experiências bem-sucedidas demonstram que o novo modelo pode ser ampliado e tornar-se, num primeiro momento, uma alternativa entre os planos disponíveis aos clientes.
Em sinergia com as cooperativas do setor, o Sistema Ocepar tem atuado para garantir condições de financia-mento com juros mais baixos para que elas consigam suporte adequado para enfrentar os difíceis desafios que a medicina moderna impõe às operadoras. Em conjunto com representantes do ramo saúde e da OCB, a Ocepar tem buscado desenvolver e viabilizar o Prodecoop Saúde, uma linha que está sendo negociada junto ao BNDES.
Mesmo com tantos desafios, importante destacar que o foco das cooperativas de saúde, em especial a Unimed Paraná, mantém-se voltado à qualificação dos serviços a seus beneficiários e cooperados, um exemplo dos diferenciais do cooperativismo em todos os ramos em que atua. Parabéns a todos os dirigentes, cooperados e funcionários da Unimed Paraná! São 40 anos de atividades e muitas conquistas, que contribuíram para transformar a realidade da saúde no Paraná, com competência e qualidade no atendimento a seus beneficiários.