Você sabia que vinho contém um poderoso antioxidante em sua composição? Trata-se do resveratrol, um componente que combate os radicais livres e tem função cardioprotetora por meio da inibição da oxidação do LDL – o colesterol ruim -, além de aumentar a vasodilatação, diminuindo a pressão arterial.
O resveratrol tem sido estudado por seus outros benefícios e é considerado um grande aliado de uma vida saudável. Mas, afinal, o que é esse antioxidante? O vinho é a única maneira de incluí-lo no nosso dia a dia?
Benefícios do resveratrol para a saúde
Para entendermos melhor a importância dos antioxidantes em uma dieta balanceada, primeiro precisamos falar sobre os radicais livres. Os radicais livres são moléculas produzidas naturalmente pelo nosso corpo, resultado de reações químicas normais, mas que em excesso podem causar danos como envelhecimento precoce ou até Parkinson e Alzheimer.
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Com a idade, a diminuição da produção natural de inibidores dessa molécula e fatores externos como estresse, poluição e agrotóxicos, torna-se ainda mais necessário manter uma dieta rica em antioxidantes para combater o acúmulo dos radicais livres.
Os antioxidantes ajudam a retardar e até neutralizar o processo degenerativo dos radicais livres. Por isso, incluí-los na alimentação é extremamente benéfico para uma vida saudável. Quando aliados a bons hábitos, como exercícios físicos, é possível equilibrar o estresse oxidativo, isto é, a formação aumentada de radicais livres, eliminando assim seus precursores.
O resveratrol, além de ser um antioxidante e protetor do coração, tem propriedades anti-inflamatórias, antidiabéticas, anticancerígenas e neuroprotetoras.
Vinho faz bem?
Muitos alimentos contêm resveratrol, mas o mais associado a essa substância é o vinho tinto: as atividades enzimáticas que acontecem no processo de fermentação da bebida aumentam a atividade da substância, fazendo com que o vinho seja uma rica fonte desse antioxidante. Questões como o processo de vinificação, a saúde das videiras e a espécie da uva usada também interferem na quantidade de resveratrol encontrada nos vinhos.
A espécie de uva campeã é a Vitis vinífera L. Conhecida como uva fina, ela é típica da Europa, tem a cor mais escura, a casca mais grossa e um bago menor. Nela se incluem as variações Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Merlot, Tannat e Sangiovese, que dão nome aos vinhos com coloração mais intensa e maior quantidade desse composto fenólico.
A Vitis labrusca, uma uva considerada rústica e resistente, de casca mais fina e coloração mais clara e facilmente encontrada na América do Sul, produz as variações Concord, Herbemont, Isabel e Niágara, muito utilizadas na fabricação de vinhos de mesa e sucos, apresenta o resveratrol em menor quantidade.
Mas não é por isso que pessoas que não consomem vinho, vão começar a beber. A Sociedade Brasileira de Cardiologia não recomenda o consumo de álcool, pois ele pode trazer efeitos tóxicos diretos ou indiretos para o coração, causando aumento de triglicérides, o que, a longo prazo, pode levar à degeneração dos vasos. Em altas quantidades, o álcool também pode levar a arritmias e outros danos cardíacos.
Se você gosta de vinho tinto, limite-se a quantidades diárias moderadas. De modo geral, recomenda-se uma taça ao dia, no máximo. Além disso, pessoas com mais de 65 anos devem limitar o uso de álcool a uma dose diária de aproximadamente 150ml. Mudanças relacionadas à idade, incluindo uma capacidade diminuída de metabolizar o álcool, tornam maiores quantidades arriscada, independentemente do sexo.
Outros alimentos ricos em resveratrol
Mas o resveratrol e seus benefícios não estão presentes somente no vinho. Ele também pode ser encontrado em vários alimentos e bebidas sem álcool:
- Amendoim
- Morango
- Cacau
- Amora
- Framboesa
- Mirtilo
- Uva
- Suco de uva integral
Além desses, existem mais de 70 espécies de plantas em que é possível encontrar essa poderosa substância. O resveratrol é produzido pelas plantas como uma forma de autodefesa: o ataque de fungos, o estresse causado por calor, toxinas ou radiação ultravioleta estimula a planta a produzir esse antioxidante, que ajuda a protegê-la.
Um bom exemplo de como isso funciona na prática é o suco de uvas orgânicas: ele tem maior concentração de resveratrol porque nessa cultura evita-se usar agrotóxicos, que ajudariam a combater muitos desses estressores. Dessa forma, a planta é forçada a desenvolver sozinha sua autodefesa, produzindo maiores níveis de resveratrol.
Análises mostram que os sucos comerciais concentrados e não orgânicos vendidos no Brasil têm em média 1,01 mg/L de resveratrol, enquanto os orgânicos apresentam 2,83 mg/L, níveis bem superiores aos dos sucos produzidos nos Estados Unidos (0,03-0,15 mg/L), Japão (0,04-0,44 mg/L) e Espanha (0,01-1,09 mg/L), por exemplo.
Já os vinhos apresentam variação média de 1000 mg/L a 4000 mg/L para os tintos, e 200 mg/L a 300 mg/L para os brancos.
A forma mais eficaz de aproveitar os efeitos positivos desse composto é através da alimentação. Apesar de ainda não ter benefício comprovado em estudos científicos, também é possível consumir o resveratrol por meio da suplementação diária, com cápsulas ou tabletes feitos com o extrato seco da Vitis vinifera L., disponíveis em farmácias de manipulação e lojas especializadas.
Ao optar por qualquer tipo de suplementação, o ideal é consultar seu médico, para que, juntos, vocês possam entender quais são as opções mais adequadas para você, seu corpo e seu estilo de vida.
Ter uma boa alimentação que inclua alimentos antioxidantes como parte dos seus hábitos diários já faz muita diferença a longo prazo. E opções não faltam para acrescentá-los ao cardápio do nosso dia a dia. É só escolher!
Fonte: Viver Bem